Quando era mais novo,
tinha uma cadela chamada Meggie que a
minha família acolhera, pois tinha sido abandonada. Quando a Meggie chegou à minha casa, era uma
cadela muito magra, esfomeada e trazia uma coleira de ferro partida, só
mostrava a dor e os maus tratos do seu dono. Demos-lhe, então, comida e ela
nunca mais saiu de perto da nossa casa. Ficámos com ela e cuidámos dela. Era
uma cadela rafeira, branca às manchas castanhas, por sinal, muito boa caçadora
e muito dócil.
Um dia, fomos
passeá-la e no meio do passeio, encontrei um amigo e os seus pais a passear um
cão de grande porte e de cor preta, era um lavrador chamado Pluto. Também era
meigo e muito obediente. Os nossos cães cheiraram-se e gostaram um do outro.
Quando soltávamos a nossa cadela, ela ia sempre para casa do Pluto, que vivia
mesmo ao lado da minha casa, e começavam a brincar sem parar. Parecia que havia
uma amizade muito chegada entre ambos, pois era raro ver essas atividades em
animais irracionais. Eu ficava espantado com a atividade dos mesmos.
Um
dia, o Pluto morreu atropelado, ao sair da sua casa. Um carro vinha numa enorme
velocidade e atropelou-o. Ainda me lembro, quando ela ia para a casa do Pluto e
se deitava e andava de um lado para o outro sozinha, parecendo que para ela o
Pluto ainda existia. E, quando esse carro passava, ela ladrava-lhe sempre. Eu
fiquei impressionado como a Meggie decorou
o som do carro. Até que os dias foram passando e ela deixou de aparecer na casa
do meu amigo. Na verdade, ela ficou muito triste com a morte do Pluto. Com
passar do tempo, Meggie acabou por
morrer, e ainda hoje imagino a minha cadela a brincar com o Pluto.
A
Meggie para mim não era uma cadela
qualquer, além de ela ser muito meiga para mim, parecia que tinha sentimentos
com aquele cão, sendo assim para mim uma super e inesquecível cadela!
Manuel Garruço, nº 15,
8º F
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