Na nossa vida, todos nós temos que superar muitas
dificuldades. É, pois, a lei da vida! Nós nascemos, vivemos e morremos.
Quando somos pequenos, temos que aprender a andar e a falar.
Ainda me lembro quando eu queria equilibrar-me com as minhas perninhas tão
pequenas e fracas, mas acabava sempre por cair. Tempos difíceis que temos que
passar em criança!
Também me lembro do
primeiro dia de aulas do primeiro ano. Todos os rapazes e raparigas a
despedirem-se dos papas e mamãs, e a correrem para o excitante dia que eles
tinham pela frente, mas como a minha memória já não é como era, mais não vos
posso dizer.
Quando somos
adolescentes, também temos muitas dificuldades e obstáculos para ultrapassar
como a pressão para tirar boas notas na escola, para não termos borbulhas, para
os rapazes repararem em nós… Tantas coisas!
Também tenho memória da primeira vez que um rapaz reparou em
mim, éramos os melhores amigos desde o quinto ano até que, no sétimo ano, o
rapaz me disse que gostava de mim e nós começámos a namorar.
Logo de seguida, as
minhas notas começaram a descer, pois eu só queria estar com ele, só o tinha a
ele na minha cabeça e não queria saber de mais nada. Os meus pais ficaram
aborrecidos comigo. No entanto, eu pensava que ele era o meu mundo, que iríamos
casar e ter filhos lindos, mas infelizmente não foi assim e acabámos, nunca
mais nos falámos. A partir desse momento, as notas começaram a subir, passei
sempre de ano e acabei até por me licenciar. Entretanto, arranjei um emprego
como zoóloga, tratadora de animais no jardim zoológico. A minha vida corria de
forma razoável, e consegui até comprar uma casa bem bonita.
Lembram-se de vos ter falado do tal rapaz que
era o meu melhor amigo e o meu primeiro amor?! Bem! Esse rapaz foi viver para a
Inglaterra e foi precisamente lá que eu o encontrei numa viagem que fiz.
Encontrámo-nos num café, já não me lembrava da cara dele, mas lembrava-me do
cheiro e da sua postura sempre elegante.
Digamos que ele continuava com o
mesmo charme que tinha, quando tínhamos quinze anos de idade. Apaixonámo-nos
outra vez, loucamente, um pelo outro. Porém, desta vez, foi um relacionamento
sério.
Alguns anos depois, tivemos filhos lindos,
como falávamos em tempos passados.
Dizem que o primeiro amor não é para sempre,
mas para mim é e sempre será. Infelizmente, ele morreu alguns anos depois dos
nossos filhos se casarem, com cancro na próstata. Fiquei devastada quando tal
aconteceu, mas agora sei que ele está em paz. Ainda o amo loucamente, como quando éramos
crianças, mas agora estou sozinha, eu com os meus oitenta e quatro anos de
idade, velhinha e mal-arranjada. Ah! Como tenho saudades dos tempos de quando
era criança, da minha inocência e mocidade, mas o tempo não perdoa…
Beatriz Martins Simões nº
5, 9º C
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