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segunda-feira, 15 de abril de 2013

O tempo…


Na nossa vida, todos nós temos que superar muitas dificuldades. É, pois, a lei da vida! Nós nascemos, vivemos e morremos.
Quando somos pequenos, temos que aprender a andar e a falar. Ainda me lembro quando eu queria equilibrar-me com as minhas perninhas tão pequenas e fracas, mas acabava sempre por cair. Tempos difíceis que temos que passar em criança!
 Também me lembro do primeiro dia de aulas do primeiro ano. Todos os rapazes e raparigas a despedirem-se dos papas e mamãs, e a correrem para o excitante dia que eles tinham pela frente, mas como a minha memória já não é como era, mais não vos posso dizer.
  Quando somos adolescentes, também temos muitas dificuldades e obstáculos para ultrapassar como a pressão para tirar boas notas na escola, para não termos borbulhas, para os rapazes repararem em nós… Tantas coisas!
Também tenho memória da primeira vez que um rapaz reparou em mim, éramos os melhores amigos desde o quinto ano até que, no sétimo ano, o rapaz me disse que gostava de mim e nós começámos a namorar.
  Logo de seguida, as minhas notas começaram a descer, pois eu só queria estar com ele, só o tinha a ele na minha cabeça e não queria saber de mais nada. Os meus pais ficaram aborrecidos comigo. No entanto, eu pensava que ele era o meu mundo, que iríamos casar e ter filhos lindos, mas infelizmente não foi assim e acabámos, nunca mais nos falámos. A partir desse momento, as notas começaram a subir, passei sempre de ano e acabei até por me licenciar. Entretanto, arranjei um emprego como zoóloga, tratadora de animais no jardim zoológico. A minha vida corria de forma razoável, e consegui até comprar uma casa bem bonita.
 Lembram-se de vos ter falado do tal rapaz que era o meu melhor amigo e o meu primeiro amor?! Bem! Esse rapaz foi viver para a Inglaterra e foi precisamente lá que eu o encontrei numa viagem que fiz. Encontrámo-nos num café, já não me lembrava da cara dele, mas lembrava-me do cheiro e da sua postura sempre elegante.
Digamos que ele continuava com o mesmo charme que tinha, quando tínhamos quinze anos de idade. Apaixonámo-nos outra vez, loucamente, um pelo outro. Porém, desta vez, foi um relacionamento sério.
 Alguns anos depois, tivemos filhos lindos, como falávamos em tempos passados.
 Dizem que o primeiro amor não é para sempre, mas para mim é e sempre será. Infelizmente, ele morreu alguns anos depois dos nossos filhos se casarem, com cancro na próstata. Fiquei devastada quando tal aconteceu, mas agora sei que ele está em paz. Ainda o amo loucamente, como quando éramos crianças, mas agora estou sozinha, eu com os meus oitenta e quatro anos de idade, velhinha e mal-arranjada. Ah! Como tenho saudades dos tempos de quando era criança, da minha inocência e mocidade, mas o tempo não perdoa…

                                             

Beatriz Martins Simões nº 5, 9º C

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