Pedro era um rapaz em
plena adolescência. Frequentava o 11º ano. A sua estatura era fora da média,
pois era um jovem muito, muito alto e muito gordo. Era um rapaz de raça negra
que vivia com os tios, porque infelizmente os seus pais faleceram.
Num dia de céu
nublado, Pedro levantou-se feliz, porque sabia que na sala estaria à sua
espera, para além da sua família, o seu presente de aniversário. Então, desceu
do quarto rapidamente e entrou, maravilhado, na sala porque as suas previsões estavam
corretas. Mal entrou, cumprimentou logo os tios, com uma grande alegria:
-Olá, tio! Tudo bem,
tia?
-Olá, querido! Queres
abrir o teu presente? – perguntou a tia.
-Claro! – exclamou
ele.
-Sabes que eu não
gosto de desejar feliz aniversário antes de se comer o bolo! – lembrou a tia.
-Eu sei – compreendeu
o Pedro.
Pedro abriu
rapidamente o presente e ficou surpreendido quando, depois de o ter aberto, viu
um pequeno gato de pelo escuro, com orelhas pequenas e com um nariz muito
curto.
No dia seguinte, o
jovem encarava o dia na sua nova escola com alegria. No entanto, ao final da
tarde, parou junto ao campo de futebol para lanchar. De repente, os rapazes que
estavam no campo pararam de jogar, dizendo que estavam com sede e com fome. E,
ao verem-no, exclamaram ironicamente:
-Que grande rapaz!
-Será que tem tanta
força como peso? – perguntou o guarda-redes e também considerado líder do
grupo.
Todos eles aproximaram-se de Pedro e começaram
a perguntar-lhe como se chamava entre outros dados. Até que ele, que não gostou
da situação, tentou ir-se embora, mas já estava cercado pelo grupo. Começaram
todos a agredi-lo e a insultá-lo, chamando-lhe BigBlack, chegando até a roubar-lhe o lanche. O jovem sempre fora
alvo de chacota mas nunca tinha sido agredido com aquela brutalidade.
Momentos depois,
Pedro chegou a casa, entrando no quarto revoltado e quando ouviu o seu gato
miar, deu-lhe um pontapé, trancou a porta do quarto e deitou-se na cama. A sua
tia preocupada pediu-lhe que abrisse a porta, mas sem sucesso.
Esta situação
repetiu-se várias vezes. Sendo assim, sempre que se sentia revoltado, agredia o
seu gato. Chegou a fraturar uma perna ao pobre animal. Os seus tios não sabiam
o que fazer, por isso pediram ajuda a um psicólogo que lhes disse que as
situações podiam estar interligadas. A tia de Pedro, como passou a estar mais
atenta, acabou por perceber o que se passava.
No dia seguinte, o
Pedro reparou que o gato vomitava e parecia que soluçava de tristeza, foi aí
que verificou que o animal tal como ele também tinha sentimentos e que estava a
agir da mesma forma como não gostava que agissem com ele. A sua tia, por sua
vez, falou com a Diretora de Turma do sobrinho que, depois de tomar
conhecimento da situação, pôs de castigo todos aqueles que o tinham agredido, ameaçando
com a suspensão se a situação se repetisse.
Ora, os animais não
são bonecos de peluche mas sim animais com sentimentos! E, graças a este
pequeno animal, Pedro abriu os olhos para a realidade e tomou consciência de
que também ele estava a agir mal.
João Pedro Rocha, nº 10, 8º F
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