Endereço de correio eletrónico

ociclista@aeanadia.pt

quarta-feira, 17 de abril de 2013

O gato do Pedro


Pedro era um rapaz em plena adolescência. Frequentava o 11º ano. A sua estatura era fora da média, pois era um jovem muito, muito alto e muito gordo. Era um rapaz de raça negra que vivia com os tios, porque infelizmente os seus pais faleceram.
Num dia de céu nublado, Pedro levantou-se feliz, porque sabia que na sala estaria à sua espera, para além da sua família, o seu presente de aniversário. Então, desceu do quarto rapidamente e entrou, maravilhado, na sala porque as suas previsões estavam corretas. Mal entrou, cumprimentou logo os tios, com uma grande alegria:
-Olá, tio! Tudo bem, tia?
-Olá, querido! Queres abrir o teu presente? – perguntou a tia.
-Claro! – exclamou ele.
-Sabes que eu não gosto de desejar feliz aniversário antes de se comer o bolo! – lembrou a tia.
-Eu sei – compreendeu o Pedro.
Pedro abriu rapidamente o presente e ficou surpreendido quando, depois de o ter aberto, viu um pequeno gato de pelo escuro, com orelhas pequenas e com um nariz muito curto.
No dia seguinte, o jovem encarava o dia na sua nova escola com alegria. No entanto, ao final da tarde, parou junto ao campo de futebol para lanchar. De repente, os rapazes que estavam no campo pararam de jogar, dizendo que estavam com sede e com fome. E, ao verem-no, exclamaram ironicamente:
-Que grande rapaz!
-Será que tem tanta força como peso? – perguntou o guarda-redes e também considerado líder do grupo.
 Todos eles aproximaram-se de Pedro e começaram a perguntar-lhe como se chamava entre outros dados. Até que ele, que não gostou da situação, tentou ir-se embora, mas já estava cercado pelo grupo. Começaram todos a agredi-lo e a insultá-lo, chamando-lhe BigBlack, chegando até a roubar-lhe o lanche. O jovem sempre fora alvo de chacota mas nunca tinha sido agredido com aquela brutalidade.
Momentos depois, Pedro chegou a casa, entrando no quarto revoltado e quando ouviu o seu gato miar, deu-lhe um pontapé, trancou a porta do quarto e deitou-se na cama. A sua tia preocupada pediu-lhe que abrisse a porta, mas sem sucesso.
Esta situação repetiu-se várias vezes. Sendo assim, sempre que se sentia revoltado, agredia o seu gato. Chegou a fraturar uma perna ao pobre animal. Os seus tios não sabiam o que fazer, por isso pediram ajuda a um psicólogo que lhes disse que as situações podiam estar interligadas. A tia de Pedro, como passou a estar mais atenta, acabou por perceber o que se passava.
No dia seguinte, o Pedro reparou que o gato vomitava e parecia que soluçava de tristeza, foi aí que verificou que o animal tal como ele também tinha sentimentos e que estava a agir da mesma forma como não gostava que agissem com ele. A sua tia, por sua vez, falou com a Diretora de Turma do sobrinho que, depois de tomar conhecimento da situação, pôs de castigo todos aqueles que o tinham agredido, ameaçando com a suspensão se a situação se repetisse.
Ora, os animais não são bonecos de peluche mas sim animais com sentimentos! E, graças a este pequeno animal, Pedro abriu os olhos para a realidade e tomou consciência de que também ele estava a agir mal.

João Pedro Rocha, nº 10, 8º F

Sem comentários:

Enviar um comentário