Endereço de correio eletrónico

ociclista@aeanadia.pt

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Retrato em branco e negro – Premiado no Concurso de Poesia “Letras da Primavera”

                                                     Liberdade,
                              da longa e escUra noite nascida
                                    no desejo Telúrico das primeiras rosas
                              a florir num regAço de pão!...

                                                Para quê, se todas as manhãs
 O sol a limpar uma réstia de névoa
 Rente ao chão, enquanto,
 Tangente à borda dos contentores
 Um homem com fome, que podia ser eu,
 Grisalho da barba,
 Atira as mãos para dentro do
 Lixo, na busca dos restos…
Lenta a travessia deste inverno
    na melanColia dos dias sem medida,
                       como se a água que cobre o cHão de espelhos
       teimasse em reflectir a face amargurada dO teu povo
                                                            neste Retrato em branco e negro
                          onde em tantos olhos o sal dA despedida…
Fria, a liberdade agrilhoada, como esta chuva:
Escuto-a batendo com o nó dos dedos
Sobre a vidraça,
Tecendo rios de lágrimas
Antes do mar…
 E o futuro deste país sufocado pela finança
  no deSespero de Abril que tanto tarda,
          Para que um cravo floresça de novo
  no cano ferrugento da Esperança
   e um arco-íris Reinvente uma espingarda
   no Arco verde dos teus olhos de criança!...   
            Acorda, já floreSce a primavera…
    mas luta, meu POrtugal em festa,
   resiste com a Alma que Nos resta,
  não percas dos teus sonHos a quimera
        e proclama bem alto LIBERDADE!
Joaquim Armindo
2014.03.25

Sem comentários:

Enviar um comentário