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sábado, 23 de agosto de 2014

Ler, uma aventura magnífica… - Texto narrativo concorrente concurso Ler & Aprender

Certo dia, conduzida pelos braços da curiosidade e pelas saudades do “cantinho da leitura” da minha Escola Primária, decidi ir até uma Biblioteca antiga da minha cidade, mas que eu ainda desconhecia. O meu objetivo era tentar encontrar um livro que me encantasse profundamente.
Assim que entrei, fiquei logo fascinada, pois aquele espaço era de facto incrível, enorme e acolhedor. Aliás, era um mundo cheio de vida! Comecei a olhar para aquelas estantes altas, feitas de madeira, cheias de livros, todos muito bem arrumados e a olharem para mim. Finalmente, peguei num e sentei-me a lê-lo. O livro era realmente interessante e as personagens também, mas havia uma que despertou de imediato a minha atenção: um anão chamado Ninguém (este nome fez-me logo lembrar o episódio hilariante de Ulisses com o ciclope Polifemo). Este anão, para além de ser pequenino (claro!) e de ter uma barba comprida, usava umas calças e uma camisola todas rotas. Os sapatos também já tinham um ar desbotado e cansado. Ele era bastante divertido, engraçado e muito inteligente. Sinceramente, era mesmo o tipo de pessoa que eu gostava de conhecer!
 Passado algum tempo, estava eu embrenhada na leitura, (ia já na página cinquenta e oito), quando a personagem do anão surgiu novamente na ação. De repente, zás, trás, pás! … O anão deu um salto do interior do livro e aterrou precisamente no meu colo… Fiquei assustada, mas, entretanto, acalmei-me.
- Porque é que tiveste essa reação? - perguntou o anão, com um ar um pouco irritado.
- Tu falas?! Nunca me passou pela cabeça que viesses para este mundo! - exclamei eu, ainda um pouco atordoada.
- Mas eu até ouvi dizer que me querias conhecer… - continuou Ninguém, agora já com uma voz muito doce.
- Pois, é verdade! Mas volto a dizer que nunca pensei, nem nos meus fantásticos sonhos, que conseguisses “viajar” até este mundo, o mundo real!!
Entretanto, conversámos muito e durante algum tempo. Ele, por sua vez, contou-me histórias sobre o seu mundo e eu contei-lhe alguns segredos… Partilhámos vivências, sonhos, cheiros e até sensações!
Esta aventura fez-me assim perceber que ler faz bem à alma, que um livro é um amigo que está apenas à distância de uma ida à Biblioteca.

Francisca Melo, nº 7, 6º D

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