No princípio do ano de 2013, uma enorme
alegria invadiu a minha família: a minha tia mais nova estava grávida! A
família ia aumentar e eu não cabia em mim de tão contente que estava!
Sete meses depois, no dia 19 de julho de
2013, o meu primo Vasquinho nasceu. Lembro-me bastante bem dos meus pais me
contarem a notícia!
- Já nasceu? – perguntei, admirada.
Ainda faltava algum tempo…
- Sim, o Vasquinho quis nascer mais
cedo. – explicou a minha mãe. Senti-me tão feliz! Não consigo explicar, mas
parecia que me sentia mais iluminada…
Nesse dia, fui vê-lo ao hospital. Era
mesmo muito pequenino. Assim que o vi, fiquei radiante e imediatamente
apaixonada. Tive receio de lhe pegar ao colo, embora me apetecesse muito…
Quando veio para casa, consolei-me! Ele era do tamanho de algumas das minhas
bonecas!
Nós estávamos juntos com muita
frequência e eu não o via como um primo, mas sim como um irmão mais novo, que
tanto desejei em ter, mas que os meus pais nunca me deram.
Cresci com ele, brinquei com ele, ria
com ele e sonhava em tê-lo como amigo e companheiro para a minha vida toda.
Embora muito diferentes, tínhamos muito em comum e ambos éramos completamente
apaixonados pelo Mickey Mouse. O Vasco adorava que eu lhe contasse histórias.
Ficava com os olhinhos muito abertos a contemplar as imagens dos livros e,
muitas vezes, já adivinhava a sua sequência. E eu lia, contava, dramatizava
porque adorava ver o seu olhar espantado e, ao mesmo tempo, expectante à espera
do pormenor que viria a seguir…
O Vasquinho era único e muito especial
para mim.
Mas a nossa vida mudou… De um dia para o outro, eu já não podia
brincar com ele, como brincava, rir como ria e nem olhar para o Mickey da mesma
maneira como olhava quando estava com ele… Com apenas dois anos de idade, o
Vasquinho morreu num terrível acidente de automóvel.
Como? Eu nem queria acreditar! Parte de
mim morreu também nesse dia! Apesar do sofrimento e da saudade, sinto que
continuamos unidos pelo mesmo amor. Ficou em mim o gosto pela leitura. Parece
que, quando leio, volto àquele tempo, sinto-o ainda muito perto de mim e a
saudade é mais fácil de suportar…
As estrelinhas brilham no céu e parece
que há sempre uma mais brilhante: acho que o Vasquinho sorri para mim…
Margarida
Vieira Cruz, n.º 16, 8.º G
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