Era pequena, tinha apenas três anos, e
estava em cima de um grande palco. A sala estava cheia, as cadeiras estavam
todas ocupadas e os muitos olhos que via estavam especados em mim.
Tinha ensaiado muito, mas, naquele
momento, o pânico apoderou-se de mim. Parecia que ia congelar e que nunca mais
poderia voltar a mexer-me.
De repente, as cortinas abriram-se e a
música começou a tocar enchendo as paredes de notas musicais. E eu fiz a única
coisa que podia fazer, dançar!
Bailei, rodopiei, até o silêncio voltar.
E, como que por magia, as palmas invadiram a sala.
Só voltei àquele palco no final do
espetáculo para fazer a vénia e atirar flores.
A história repetiu-se nos três dias
seguintes, mas no último foi diferente! Eu dancei e agradeci à mesma, mas fiz
tudo isso ao som de rebuçados a caírem do céu, de uma nuvem imaginária que
surgiu por cima da minha cabeça.
Às vezes os rebuçados caíam-nos em cima
das nossas cabeças e despenteavam-nos, mas era muito divertido e, mais
importante que isso, significava que finalmente podíamos descansar.
Este foi o meu primeiro espetáculo.
Houve muitos mais, mas este foi sem dúvida o mais importante para mim.
Muitas vezes, as primeiras experiências
das nossas vidas podem ser muito marcantes e decisivas no nosso futuro. Digo
isto porque penso que quero ser bailarina e vou trabalhar para alcançar este
objetivo!
Joana
Santos, n.º 12, 6.º B
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