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sexta-feira, 22 de julho de 2022

Com três anos e um palco

Era pequena, tinha apenas três anos, e estava em cima de um grande palco. A sala estava cheia, as cadeiras estavam todas ocupadas e os muitos olhos que via estavam especados em mim.

Tinha ensaiado muito, mas, naquele momento, o pânico apoderou-se de mim. Parecia que ia congelar e que nunca mais poderia voltar a mexer-me.

De repente, as cortinas abriram-se e a música começou a tocar enchendo as paredes de notas musicais. E eu fiz a única coisa que podia fazer, dançar!

Bailei, rodopiei, até o silêncio voltar. E, como que por magia, as palmas invadiram a sala.

Só voltei àquele palco no final do espetáculo para fazer a vénia e atirar flores.

A história repetiu-se nos três dias seguintes, mas no último foi diferente! Eu dancei e agradeci à mesma, mas fiz tudo isso ao som de rebuçados a caírem do céu, de uma nuvem imaginária que surgiu por cima da minha cabeça.

Às vezes os rebuçados caíam-nos em cima das nossas cabeças e despenteavam-nos, mas era muito divertido e, mais importante que isso, significava que finalmente podíamos descansar.

Este foi o meu primeiro espetáculo. Houve muitos mais, mas este foi sem dúvida o mais importante para mim.

Muitas vezes, as primeiras experiências das nossas vidas podem ser muito marcantes e decisivas no nosso futuro. Digo isto porque penso que quero ser bailarina e vou trabalhar para alcançar este objetivo!

Joana Santos, n.º 12, 6.º B

 

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