Concurso literário “Ler e Aprender”
Texto género narrativo escrito pela aluna Ana Pereira, concorrente e
vencedora do 1º prémio no Concurso literário “Ler e Aprender”, 2º Ciclo, edição
de 2012.
A
Equipa d´O Ciclista
Sabem aqueles dias em que têm de
arrumar o quarto, lavar a louça ou é a vossa vez de levar o cão à rua? Pronto,
hoje foi um desses dias para mim.
Olá! Chamo-me Solange e vivo em
Nova Iorque, América. Hoje estava a ver um programa na televisão chamado
“American Idol” onde as pessoas cantam e a minha mãe disse para levar o Sparky,
o meu cão, à rua. Não me importei. A noite estava escura e fria. Vesti um
casaco grosso de pele e saí. Quando estava no parque com o Sparky, vi o meu
amigo Jimmy a jogar basquetebol com dois baldes em duas árvores. Fui ter com
ele e disse-lhe:
- Olá! Estás aqui sozinho? Nesta
noite escura e fria?
- Estou a jogar basquetebol. E
também estou à espera dos meus amigos.
- Está bem. Mas não deverias estar
aqui tão sozinho numa noite como esta.
- Eles estão a chegar.
Fui-me embora. Por muito que
goste da companhia do Jimmy, estar naquele sítio com ele dava-me arrepios! E se
aparece alguém mau? O Jimmy é um rapaz tímido quando o conhecemos, mas depois vemos
que é muito divertido e engraçado! Continuei o meu passeio com o Sparky por
sítios mais iluminados quando ele começou a abanar a cauda tão depressa que
pareceu que ia soltar-se.
- O que foi Sparky?- perguntei
preocupada.
Aproximei-me do arbusto que ele
cheirava e ladrava e afastei-o.
- Oh! É uma lamparina! Lindo
menino! Sparky, muito bem! Isto deve valer milhões. Se eu a esfregar… sai de lá
um génio?
Esfreguei a lamparina como vira
nos desenhos animados do Aladino. Estava ansiosa por ver o que saía dali! Mas
esfreguei uma vez e esperei: nada. Outra vez e nada. Gritei lá para dentro e
saiu um génio vermelho muito enfurecido e zangado por eu o ter acordado a
gritar.
- Olha lá, minha menina, mas tu
pensas que és quem para estares aqui aos gritos?!
- Peço imensa desculpa! Não sabia
que era um génio mau.
- Oh, não sou não, mas
enfureceste-me.
O génio mudou para cor verde e
acalmou-se. Pelos vistos, dentro da lamparina faz eco.
- Eu sou Mateus, o génio da
lamparina - apresentou-se ele.
- Tens uma lamparina mágica muito
bonita - comentei eu.
- Obrigada! Comprei-a na “ Livro
Mágico”, é uma loja. A outra já estava velha.
1º dia
Passei três horas a falar com o
Mateus. Ele era incrível! Tinha imensos poderes! Vim a saber que também tinha
sapatos mágicos, pulseiras mágicas e um livro mágico! De repente a minha mãe
telefonou. Queria-me em casa, pois o jantar estava pronto. Era evidente que não
lhe podia dizer que tinha encontrado um génio com poderes, por isso mandei-o
para dentro da lamparina. Escondi a lamparina dentro do casaco e disse que ia à
casa de banho, mas em vez disso escondi-me no quarto. Guardei a lamparina na
gaveta das camisolas de verão, pois sabia que a minha mãe não ia lá
bisbilhotar. Saí do quarto e fui comer. Assim que comi, tomei um duche rápido e
vesti o pijama. Fui outra vez para o meu quarto e esfreguei a lamparina. De
repente o meu telemóvel começou a tocar outra vez, mas agora tocou com a música
“ Paradise City” da minha banda favorita: os “ Guns ‘n’ Roses”. Lembrei-me de
ter escolhido esse toque para o Jimmy.
- Estou sim?- disse envergonhada.
- Ah… Solange…É o Jimmy…
- Olá!- disse eu ainda mais
envergonhada.
- Amanhã…Vai estar no cinema
“Jack and Jill”. Tu… Queres vir comigo? O filme é muito engraçado! - disse
Jimmy.
O génio, já cá fora, observava a
minha cara e começou a perceber o que se passava.
- Com que então… O pirata quer
levar a princesa num passeio no alto mar…
Fiz-lhe um sinal para ele se
calar.
- Claro que quero! Amanhã, às
20:45 estou aí. À porta do cinema.
Ele desligou. Abracei o génio de
felicidade! Consegui fazê-lo rir.
- Oh não! Amanhã é dia de
limpezas! A minha mãe limpa, areja e sacode tudo! Não te posso levar para o
cinema. E agora?!
- Eu faço com que a tua mãe limpe
daqui a dois dias. Ou limpo tudo de uma vez…
Fui ter com a minha mãe enquanto
o génio fazia o feitiço. Estava a demorar muito por isso fui ver o que se
passava.
Encontrei o Mateus no chão,
deitado de olhos fechados. As lágrimas vieram-me aos olhos. O que acontecera?
Porque é que primeiro estava a rir-se e depois deitado no chão com olhos
fechados?! Tranquei a porta do quarto. O génio tinha o seu livro mágico em cima
do peito. Abri-o na página que estava marcada e li: “ Quando um génio
concretiza mil desejos, ele deita-se, fecha os olhos e sabe que vai morrer em
breves instantes”. Apeteceu-me atirar com o livro ao chão! Que raiva! Porquê?!
Que regra tão mal pensada! Eles têm de viver! Há tão poucos!
O génio transformou-se em pó
verde cintilante que se juntou numa fila e voou para dentro da lamparina…
Pobre Mateus, tenho tanta pena!
Nunca te vou esquecer, amigão!
Ana Pereira, nº 2, 6º E
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