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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A aventura de “ir para as escolas” na Cidade de Anadia


Já tentaram circular até às escolas básica e secundária de Anadia?
O caos instala-se diariamente para quem quer dirigir-se para estes dois estabelecimentos.
Quem decidir deslocar-se de carro chega e vê-se quase impossibilitado de circular. Filas intermináveis. Nervos à flor da pele… Mas, não fica por aqui! Depois vem outra dificuldade: a de estacionar. Pode fazê-lo indo um pouco mais longe… Não é que seja problema. Só que ai vai juntar-se às dezenas de outras pessoas que se deslocam a pé e que não sabem por onde o hão de fazer.
Ir a pé diariamente para a escola é uma aventura… de terror. A estrada está “recortada” em puzzles fantasticamente distorcidos e num emaranhado de paralelos, lancis arrancados, aterro espalhado e amontoado pelos saudosos passeios e pela estrada. Na impossibilidade de os peões (e muitos destes são jovens alunos de tenra idade) circularem por passeios inexistentes, atrevem-se, como eu, a desafiar a circulação rodoviária e a colocar em risco a sua própria vida. Circula-se, deste modo, por uma estrada diminuta, também ela recortada e irregular, onde dois carros têm dificuldade em cruzar-se, ou não o podem de todo. O peão é então obrigado a fazer montanhismo e uma escalada por entre os escombros de pedregulhos, amontoados no que já foi um passeio.
Podem alguns alegar que há passeio já feito… sim. Há! Mas para se circular por esses pequenos “paraísos” intermitentes tem de se saltitar por entre os tais escombros, grades e fitas traiçoeiras que se enrolam nas pernas e faz o incauto peão experienciar malabarismos dignos do melhor artista circense, até atingir o tal pedacito de passeio já construído e estar constantemente a chamar a si os tais dotes artísticos para circular incólume pelos caminhos que ladeiam as escolas. E mesmo estes “belos passeios” estão com ratoeiras. Ainda lhes falta as juntas e a pressão que os fará estar nivelados e suficientemente capazes de aguentarem a pressão dos milhares de pessoas que semanalmente os irão trilhar. Por isso, o paraíso torna-se numa corda bamba. Mas, é bom para exercitar a perícia física dos transeuntes!
E, quando pensamos que uma parte se começa a compor e a ficar com um aspeto menos aterrador… eis que nos defrontamos com mais um buraco, um rasgo que nos abre também o coração…
E o que dizer da proibição da circulação do tráfego em determinadas artérias onde normalmente até há uma circulação diminuta, essencialmente local, em que as placas proibitivas do trânsito apenas o permitem a esses mesmos moradores? No entanto, o aumento de tráfego foi e utilizando uma linguagem bem conhecida dos nossos jovens, “BRUTAL”! Até os transportes públicos começaram a fazer parte dessa “listagem de moradores”.
É um quadro demasiado negro para ser verdadeiro, dirão alguns dos nossos leitores que, por estarem longe, não conseguirão decerto abranger a real situação. Mas, caso consigam imaginar um pouco, provavelmente ficarão muito aquém do verdadeiro suplício que diariamente vivenciam todos aqueles que têm de fazer este percurso de carro, de bicicleta, ou a pé.
Todos aqueles que necessitam, diariamente, de se deslocar para a escola sentem-se ansiosos, nervosos e, mesmo com a vida em risco.
É pois legítimo que os pais, os professores, os funcionários e, finalmente os próprios alunos, expressem a sua preocupação pelo estado em que se encontram os acessos a estas escolas. Assim, e dado tudo o que foi anteriormente exposto, solicita-se talvez a palavra “exige-se” fosse mais adequada, mas por ora dispensamo-la, ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Anadia que insista junta da empresa que está a executar a obra, para que esta lhe dê a prioridade necessária e urgente de modo a que a termine com o máximo de brevidade possível.
Será pedir muito? É que há tantos meses que isto anda, ou não anda…
Mas, já que se está numa de pedir, dirigimo-nos também à meteorologia! Sim, pede-se para que impeça a chuva de vir, pois se agora já é um caos, como seria com um cenário de chuva, em que à escorrência de água se associaria a lama, as pedras e, decerto levaria ainda a um maior tormento!…

Nota:
        Amanhã apresentaremos uma reportagem fotográfica do estado atual de toda a situação descrita.


Graça Matos, O Ciclista

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