Já tentaram circular até às escolas
básica e secundária de Anadia?
O caos instala-se diariamente para quem
quer dirigir-se para estes dois estabelecimentos.
Quem decidir deslocar-se de carro chega
e vê-se quase impossibilitado de circular. Filas intermináveis. Nervos à flor
da pele… Mas, não fica por aqui! Depois vem outra dificuldade: a de estacionar.
Pode fazê-lo indo um pouco mais longe… Não é que seja problema. Só que ai vai
juntar-se às dezenas de outras pessoas que se deslocam a pé e que não sabem por
onde o hão de fazer.
Ir a pé diariamente para a escola é uma
aventura… de terror. A estrada está “recortada” em puzzles fantasticamente distorcidos
e num emaranhado de paralelos, lancis arrancados, aterro espalhado e amontoado
pelos saudosos passeios e pela estrada. Na impossibilidade de os peões (e muitos destes são jovens alunos de tenra idade) circularem por passeios
inexistentes, atrevem-se, como eu, a desafiar a circulação rodoviária e a
colocar em risco a sua própria vida. Circula-se, deste modo, por uma estrada diminuta,
também ela recortada e irregular, onde dois carros têm dificuldade em cruzar-se,
ou não o podem de todo. O peão é então obrigado a fazer montanhismo e uma
escalada por entre os escombros de pedregulhos, amontoados no que já foi um
passeio.
Podem alguns alegar que há passeio já
feito… sim. Há! Mas para se circular por esses pequenos “paraísos” intermitentes
tem de se saltitar por entre os tais escombros, grades e fitas traiçoeiras que
se enrolam nas pernas e faz o incauto peão experienciar malabarismos dignos do
melhor artista circense, até atingir o tal pedacito de passeio já construído e estar
constantemente a chamar a si os tais dotes artísticos para circular incólume
pelos caminhos que ladeiam as escolas. E mesmo estes “belos passeios” estão com
ratoeiras. Ainda lhes falta as juntas e a pressão que os fará estar nivelados e
suficientemente capazes de aguentarem a pressão dos milhares de pessoas que
semanalmente os irão trilhar. Por isso, o paraíso torna-se numa corda bamba. Mas,
é bom para exercitar a perícia física dos transeuntes!
E, quando pensamos que uma parte se
começa a compor e a ficar com um aspeto menos aterrador… eis que nos
defrontamos com mais um buraco, um rasgo que nos abre também o coração…
E o que dizer da proibição da circulação
do tráfego em determinadas artérias onde normalmente até há uma circulação
diminuta, essencialmente local, em que as placas proibitivas do trânsito apenas
o permitem a esses mesmos moradores? No entanto, o aumento de tráfego foi e
utilizando uma linguagem bem conhecida dos nossos jovens, “BRUTAL”! Até os
transportes públicos começaram a fazer parte dessa “listagem de moradores”.
É um quadro demasiado negro para ser
verdadeiro, dirão alguns dos nossos leitores que, por estarem longe, não conseguirão
decerto abranger a real situação. Mas, caso consigam imaginar um pouco, provavelmente
ficarão muito aquém do verdadeiro suplício que diariamente vivenciam todos
aqueles que têm de fazer este percurso de carro, de bicicleta, ou a pé.
Todos aqueles que necessitam, diariamente,
de se deslocar para a escola sentem-se ansiosos, nervosos e, mesmo com a vida
em risco.
É pois legítimo que os pais, os
professores, os funcionários e, finalmente os próprios alunos, expressem a sua preocupação
pelo estado em que se encontram os acessos a estas escolas. Assim, e dado tudo o
que foi anteriormente exposto, solicita-se talvez a palavra “exige-se” fosse
mais adequada, mas por ora dispensamo-la, ao Sr. Presidente da Câmara Municipal
de Anadia que insista junta da empresa que está a executar a obra, para que
esta lhe dê a prioridade necessária e urgente de modo a que a termine com o
máximo de brevidade possível.
Será pedir muito? É que há tantos meses
que isto anda, ou não anda…
Mas, já que se está numa de pedir, dirigimo-nos
também à meteorologia! Sim, pede-se para que impeça a chuva de vir, pois se agora
já é um caos, como seria com um cenário de chuva, em que à escorrência de água se
associaria a lama, as pedras e, decerto levaria ainda a um maior tormento!…
Nota:
Amanhã apresentaremos uma reportagem
fotográfica do estado atual de toda a situação descrita.
Graça Matos, O Ciclista
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