Era uma vez...um bosque onde havia uma quantidade enorme de livros de todos os tipos. Havia também uma pequena vila onde todos os seus habitantes eram animais e tinham uma vida normal, não se interessavam minimamente pela leitura, mesmo que tivessem uma imensidade de livros. Mas havia um ratinho que se chamava Lucas que passava a vida a ler. Todos achavam estranho pois ele era capaz de passar um dia inteiro a ler.
Certo dia, todas as colheitas começaram a morrer, as redes de pesca não apanhavam nenhum tipo de peixe e a água, que até aquele dia era boa para beber, tinha uma mancha preta e, de repente, ficou imprópria para consumo. O Lucas estranhou… ele já tinha lido uma lenda que falava que os moradores daquele bosque deveriam ler um pouco todos os dias, os livros que o bosque lhes oferecia, pois aquele não era um bosque qualquer e, sim, um bosque que precisava que os seus habitantes lessem dos seus livros, porque senão ele começaria a ficar triste, pois adorava ver os animais a ler as suas histórias. Se por acaso isso não acontecesse, começaria a morrer aos poucos e, se chegasse a esse ponto, os habitantes teriam de fazer uma viagem longa para chegar ao santuário da leitura e tinham de sacrificar as poucas colheitas que cada um tinha.
Na altura em que Lucas leu a lenda, não lhe ligou muito, mas agora tudo começava a fazer sentido. Então juntou todos os moradores e disse-lhes o que tinha lido, mas como já previa, todos se riram dele. Mas, mesmo assim, não desistiu e, tanto insistiu naquela história, que lá conseguiu convencê-los, nem soube como!
No dia seguinte, partiram à busca do santuário dos livros com as poucas colheitas que já tinham feito. À medida que iam andando, viam que não só a vila estava a morrer, mas todo o bosque. Estava tudo preto, tudo árido, como se tivesse havido um grande incêndio. Depois de alguns dias, chegaram a uma parte do bosque onde ninguém ainda tinha entrado. Só podia ser ali… havia livros por todos os lados, havia mais livros naquele lugar do que em toda a vila. Lucas parecia estar num paraíso, mas todos os outros ainda não se tinham habituado à ideia de terem de ler todos os dias para manter o bosque saudável.
Ao chegar ao santuário, entregaram as colheitas e passaram duas horas a ler para compensar nunca terem lido nada durante tantos anos. Assim que saíram do santuário, viram que tudo tinha voltado ao normal. Para além disso, sentiam uma sensação maravilhosa, eles tinham adorado ler!
A partir daquele dia, todos passaram a ler com muito gosto e foi assim durante as gerações que se seguiram.
Matilde Ribeiro, 6.º B, Escola Básica de Vilarinho do Bairro
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