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quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Não sei apreciar o que é bom

Não aprecio sair nem saio muito

Sempre gosto do meu conforto

Mas ao sair, deixo de ser cego

Vejo o mundo que me pede apelo

Acordo e sinto-mo perdido

E não me lembro o que é respirar

Mas ao sair, tenho o odor do mundo

Consigo voltar a cheirar.

Em casa pouco há para eu escutar

Nada me consegue agradar

Mas ao sair, só encontro o sossego

Como é diferente eu já não me queixo.

Com pouco para fazer já estou a arrefecer

Só pelo vidro o sol me consegue bater

Mas ao sair, encontro um bom relvado

Deixo-me com a estrela e deito-me para o lado.

Quanto a tudo o que me bem sabe

É melhor ficar nesta pequeníssima cidade

Mas ao sair, do que encontro nada se come

Com tudo rançoso fico cheio de fome.

Além disso, pouco consigo sentir

Estou muito bem, não consigo mentir

Mas ao sair, … não vou sair, não

Tenho comida e jogos, não preciso de mais nada.

João Bastos, 7.º ano, turma F, EBSAnadia

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