As joias da minha
aldeia são a fonte, a capela e o centro sociocultural. Joias porquê? Joias
porque por detrás de todas elas há uma grande história.
Antes de mais,
conhecer a minha aldeia implica recuar no tempo até 1064, época em que D.
Afonso Henriques deu a coutada de Horta, ou seja, cedeu uma propriedade sua a
um Senhorio.
Pensa-se que Horta
(inclusive o próprio nome) vem de uma antiga quinta “Quinta de Horta”. Esta
quinta tinha várias particularidades: era autossustentável, possuía lagar,
moinho e capela. O espaço datava do século XVIII e tinha um brasão que
pertencia à família “Albuquerque”.
Um dos valores mais
interessantes da quinta, do meu ponto de vista, era o de possuir água
“canalizada” por sistemas antigos.
Voltando às joias da
minha aldeia. Em relação à fonte, ela foi construída em 1943 e as suas águas
foram usadas, durante muitos anos, na estância termal da Curia, devido à sua
pureza.
Quanto à capela, ela
possuía pinturas feitas com o mesmo tipo de tinta que Miguel Ângelo usou. Na
sua reconstrução as tintas foram substituídas por tinta plástica, situação que
muito desagradou a população.
O altar, que
antigamente era em talha dourada, também foi modificado mas mantém ainda um
pouco da estrutura e beleza antigas.
Finalmente, o Centro Sociocultural.
Esta obra foi criada por um grupo de pessoas que sentiu necessidade de o criar
para introduzir uma veia cultural na aldeia.
A construção do Centro
foi iniciada em 1992 com a participação da população em geral e com o apoio de
instituições locais e do próprio governo. Contudo, só alguns anos mais tarde se
deu por concluída a obra, tendo começado a atividade cultural em 1998.
O projeto foi de tal
forma vivido e sentido que conseguiu superar todas as dificuldades.
Os elementos da então
direção escolheram como hino a música “Os índios da meia praia” de Zeca Afonso.
Uma coisa é certa, a
construção do Centro Sociocultural de Horta gerou na aldeia um movimento de
união que desde essa altura e ainda hoje se mantém de pé.
Beatriz
Agante, nº 9, 8º E
Obrigada por me mostrares uma aldeia que eu conhecia de passagem, mas que passei a ver com outros olhos.
ResponderEliminarE parabéns pelo teu texto que li com muito prazer!
MM