Endereço de correio eletrónico

ociclista@aeanadia.pt

domingo, 8 de junho de 2014

Dia Mundial dos Oceanos

Hoje, dia 8 de junho, comemora-se o Dia Mundial dos Oceanos.
Os oceanos, que cobrem mais de 70% da superfície da Terra, desempenham um papel vital nas nossas vidas e no equilíbrio do Planeta. Para além de serem o habitat de uma grande diversidade de vida marinha, ajudam na regulação do clima e são responsáveis pela prestação de vários serviços ao Homem, que vão desde o fornecimento de alimento à produção de oxigénio.
Cerca de 70% do oxigénio libertado para a atmosfera é produzido pelo fitoplâncton, o que torna os oceanos, tal como as florestas, outro dos grandes pulmões do mundo.

Uma visão diferente
Esta história irá incidir sobre uma menina, que começa por apresentar uma maneira de ser censurável, mas o meu objetivo, ao contá-la, é de que sirva de exemplo para todos vós.
Como disse, trata-se de uma menina chamada Margarida.
Sim, o seu nome pode levar-nos a pensar na Natureza, no ar livre, no ar puro, na chuva, na praia, mas penso que esta Margarida não achava muita graça à Natureza, uma vez que a desrespeitava, a poluía. Ela julgava que os campos, as praias, os oceanos eram simplesmente caixotes de lixo e que podia fazer o que quisesse com eles.
Certo dia, estava ela na praia, a aproveitar o dia de sol maravilhoso que estava, quando ouviu alguém chamar:
- Margarida, Margarida!
Virou-se, então, para trás, com o seu mau humor habitual, e ficou um pouco estupefacta com o que viu. Tratava-se, pois, de uma rapariga lindíssima, de cabelo vermelho, olhos de cor esmeralda, mas com o corpo todo atado por sacos do lixo, garrafas de plástico e tinha vidros cravados nas mãos e nos pés.
Margarida ficou, claro está, espantadíssima! Era impossível acreditar no que os seus olhos viam e então, mil e uma perguntas invadiram a sua cabeça naquele momento. “Quem seria?” “Porque a chamou?” “Porque se apresentava assim naquele estado tão lastimável?”
A estranha rapariga pediu a Margarida para a seguir. Esta como estava tão confusa e em pânico correu imediatamente atrás dela.
Então, a rapariga começou a história: “ Sabes, há muitos anos que vivo no fundo dos oceanos, já percorri quilómetros e quilómetros, andei de país em país. Debaixo de água, conheci espécies nunca antes encontradas, conheci e vi os mais bonitos corais do mundo, nadei nas águas mais azuis e cristalinas. E sabes como estão todas essas coisas agora? Poluídas, sem vida, sem beleza, enegrecidas e envelhecidas, por causa de vocês, simples humanos, que não sabem respeitar o que a Natureza vos dá.”
Dito isto, parou de falar, e dos seus olhos caiu uma lágrima. Para ser honesta, pareceu-me a lágrima mais real que alguma vez vi, era sentida, límpida mas com uma mistura de sentimentos inexplicável, cheia de ódio, raiva, e tristeza.
E continuou: “ Toneladas de lixo estão no fundo dos oceanos, ninguém lá consegue sobreviver, ninguém consegue respirar. Movimentar-se lá? É impossível! Estamos a morrer lentamente. E sabes que mais? A culpa é vossa! Não é a Natureza que está desregulada, são vocês que a estão a prejudicar, a matá-la! Não se queixem que agora só há doenças, e tudo de mau no Mundo, pois a maior parte delas são vocês que as causam, mas como são muito consciência leve, apenas dizem que é o Planeta que está descontrolado e fora de si.
Na verdade, vocês adoram atirar as culpas para as outras pessoas. Quem é responsável pelos derrames de petróleo? Pela sobrepesca? Pelos plásticos que estão a matar tantos peixes? É a Terra, com a sua órbita? Não! São vocês, só que não conseguem ver isso, estão demasiado cegos com o dinheiro que o combustível pode dar, ou com quanto peixe podem vender. Ficam cegos pelo poder, pelo dinheiro, e esquecem-se que há seres vivos a morrer, seres vivos que sem os quais, aliás, vocês não conseguem viver.”
 Outra lágrima caiu. E, momentos depois, essa figura afastou-se daquele local, com uma tristeza impossível de explicar.
De seguida, de um momento para o outro, Margarida mudou completamente as suas ideias. De facto, sentiu-se inútil por andar tão perdida e não ver o que andava a fazer. Como foi possível andar tão cega? Então, rapidamente e como culto e pedido de desculpas à Natureza, começou a limpar a praia onde estava.
E não foi só a praia, nos dias que se sucederam a esta história, Margarida começou a ser uma pessoa totalmente diferente. Começou a respeitar e a proteger o que há tantos milhões de anos nos foi dado.
Caros leitores, decidi partilhar convosco esta história uma vez que vos quero alertar para esta preocupante situação.
Tomem conta dos nossos oceanos! Mas, sobretudo, tomem conta da nossa Natureza. Ela é provavelmente aquilo mais rico e de valor que temos neste Mundo.
Protejam o nosso Planeta!
 
Ana Patrícia Fernandes, O Ciclista

Nota:

Imagem retirada da Internet.

1 comentário:

  1. Querida Tixa.
    Como eu gosto de ler os vossos contos. O teu está magnífico. Como sempre, aliás!
    Continua. Espero que a tua escrita se mantenha e mantenha vivo este magnífico clube que é o Ciclista.
    Parabéns.
    GM

    ResponderEliminar