Perdidos no mar
Entre suspiros e
lágrimas, uma parou no meu nariz com tamanha delicadeza que me levou a sonhar.
Imaginava-me a mergulhar no imenso mar e a nadar por entre os corais. Sinto-me
liberto de mim mesmo, mas assustado ao mesmo tempo. De repente, uma sombra interrompeu-me
os pensamentos. Vem na minha direção. Vejo agora com mais nitidez que é uma
jangada igual à minha! Será que me quer fazer mal?
Chama-se Derek Nill e
também está perdido, também aqui está pela mesma forma que eu e, de igual modo,
tem um papagaio. Tem um ar abalado. No entanto, sinto que é uma pessoa forte
porque, apesar das circunstâncias, não o vejo a desistir. Decidimos juntar as
duas jangadas e construir uma vela com alguns tecidos, talvez nos levasse à
terra. E levou! Pois, em pouco tempo, avistámos uma ilha rica em vegetação e
animais. Colhemos alguns frutos e após nos sentarmos na areia, ouvimos uns sons
que nos alertaram. Logo de seguida, estavam a cair lagartos do céu. É isso
mesmo, lagartos. Mas isso não foi o pior! Momentos depois, surgiu uma foca com um
cheiro extremamente desagradável. Parecia que os animais se tinham juntado para
nos expulsar de lá. Ficámos ainda mais surpresos, quando o Derek viu um jovem
escondido atrás de uma rocha. Não esperávamos encontrar humanos aqui!
Ambos aproximaram-se
e o miúdo tomou a iniciativa de falar. Tinha-se aborrecido com a mãe aquando
duma viagem de cruzeiro e quando o barco arrancou rumo a casa, ele saltou de
volta para a ilha sem que ninguém desse por isso. Ele dizia que regularmente lá
passavam helicópteros de busca para ver se o encontravam, mas que não fazia
questão de se entregar. Era verdade que tinha saudades dos amigos e da família,
mas estava bem ali e gostava de se sentir independente. Talvez um dia mudasse
de ideias. Mas agora o mais importante para ele era poder contemplar as belezas
daquele mar imponente, majestoso e poderoso.
Já mais calmos, vimos
outra jangada boiando até à costa. Nela estavam duas mulheres. Parecia que o
mar abria caminho para a ilha. Entretanto, ao longo do dia, mais jangadas
chegaram. Já estou habituado ao ritmo. Porém, não me sai da cabeça a ideia de
passarem por cá helicópteros, podíamos ser salvos e levados de novo a casa. Mas,
por outro lado, estou a gostar de todo este ambiente. Enfim, só o futuro o dirá.
Peter, Derek e todos
os outros, que foram parar à ilha, acabaram por aqui ficar, tornando-se cada
vez mais apreciadores do magnífico e admirável mar que rodeia esta ilha, pelo
qual todos se apaixonam, vendo nele a sua única razão de viver. Tal é o poder
mágico que o mar exerce e sempre exercerá no ser humano!
Ana Sofia Monsanto, 8º C
Escola Básica, nº 2 de Anadia
Ano letivo: 2012 / 2013
Sem comentários:
Enviar um comentário