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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Concorrente ao Género Narrativo - Perdidos no mar

Perdidos no mar

O meu nome é Peter Vanick. Neste momento, estou perdido no mar e esta pode ser a última coisa que faça. Tenho comigo um caderno, alguma comida e o meu papagaio, a minha única companhia. Não vejo terra há dois dias. Sei que não resolve nada, mas só me resta chorar e ter fé. Estou aqui, porque prometi ao meu filho que íamos à praia e só me lembro de ver uns homens, bem constituídos, lá ao longe. Depois disso, acordei neste local. Ah! Como gostaria de lhe dizer que o pai está bem e para ele seguir os seus sonhos.
Entre suspiros e lágrimas, uma parou no meu nariz com tamanha delicadeza que me levou a sonhar. Imaginava-me a mergulhar no imenso mar e a nadar por entre os corais. Sinto-me liberto de mim mesmo, mas assustado ao mesmo tempo. De repente, uma sombra interrompeu-me os pensamentos. Vem na minha direção. Vejo agora com mais nitidez que é uma jangada igual à minha! Será que me quer fazer mal?
Chama-se Derek Nill e também está perdido, também aqui está pela mesma forma que eu e, de igual modo, tem um papagaio. Tem um ar abalado. No entanto, sinto que é uma pessoa forte porque, apesar das circunstâncias, não o vejo a desistir. Decidimos juntar as duas jangadas e construir uma vela com alguns tecidos, talvez nos levasse à terra. E levou! Pois, em pouco tempo, avistámos uma ilha rica em vegetação e animais. Colhemos alguns frutos e após nos sentarmos na areia, ouvimos uns sons que nos alertaram. Logo de seguida, estavam a cair lagartos do céu. É isso mesmo, lagartos. Mas isso não foi o pior! Momentos depois, surgiu uma foca com um cheiro extremamente desagradável. Parecia que os animais se tinham juntado para nos expulsar de lá. Ficámos ainda mais surpresos, quando o Derek viu um jovem escondido atrás de uma rocha. Não esperávamos encontrar humanos aqui!
Ambos aproximaram-se e o miúdo tomou a iniciativa de falar. Tinha-se aborrecido com a mãe aquando duma viagem de cruzeiro e quando o barco arrancou rumo a casa, ele saltou de volta para a ilha sem que ninguém desse por isso. Ele dizia que regularmente lá passavam helicópteros de busca para ver se o encontravam, mas que não fazia questão de se entregar. Era verdade que tinha saudades dos amigos e da família, mas estava bem ali e gostava de se sentir independente. Talvez um dia mudasse de ideias. Mas agora o mais importante para ele era poder contemplar as belezas daquele mar imponente, majestoso e poderoso.
Já mais calmos, vimos outra jangada boiando até à costa. Nela estavam duas mulheres. Parecia que o mar abria caminho para a ilha. Entretanto, ao longo do dia, mais jangadas chegaram. Já estou habituado ao ritmo. Porém, não me sai da cabeça a ideia de passarem por cá helicópteros, podíamos ser salvos e levados de novo a casa. Mas, por outro lado, estou a gostar de todo este ambiente. Enfim, só o futuro o dirá.
Peter, Derek e todos os outros, que foram parar à ilha, acabaram por aqui ficar, tornando-se cada vez mais apreciadores do magnífico e admirável mar que rodeia esta ilha, pelo qual todos se apaixonam, vendo nele a sua única razão de viver. Tal é o poder mágico que o mar exerce e sempre exercerá no ser humano!

Ana Sofia Monsanto, 8º C
Escola Básica, nº 2 de Anadia

Ano letivo: 2012 / 2013

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