Parte II
- Por
favor Raquel fala mais baixo tenho a cabeça a explodir e sinto que não vou
aguentar muito mais.
- Desculpa. Temos de
te arranjar algo para parar a hemorragia. Duarte procura ai algum retalho de
tecido.
Depois de o Duarte me
cobrir a cabeça gentilmente apareceu um homem. Era mesmo que nos tinha
perseguido e nos tinha apanhado.
- Espero que as
meninas e o menino não enjoem com o movimento do barco. Porque vão estar aqui
mais algum tempinho seus marotos. Já liguei aos papás, se eles fizerem o que eu
mando amanhã já vão embora. – o homem podia estar a falar de uma coisa que
podia ser bom para ele, mas sentia que tinha um olhar triste nos olhos um olhar
de solidão.
- Porque nos fez isto?
Você vai apodrecer na prisão sabe. Os meus pais têm contactos e facilmente o
metem lá dentro.
- Primeiro vai lá com
calma rapazinho. Segundo era para perguntar se a amiguinha está melhor da lesão
na cabeça. Eu não queria bater com tanta força.
- Sim, eu estou
melhor. - estava receosa pois não sabia as intenções do homem.
- Bem para passarmos o
tempo vamos fazer um jogo. Cada um escreve num papel o que acham que são as
minhas intenções. Eu aqui para vocês sou o pirata mau mas na verdade posso ser
outra coisa qualquer sem ser rude.
Em cada pedaço de
papel de caderno rasgado estava uma intenção:
Duarte - “Quer nomear-se
capitão e esta é a sua maneira de o fazer”
Eu - “Quer arranjar
mais capangas e pagar-lhes com o dinheiro dos nossos pais”
Raquel – “Não é
ninguém na vida e quer vingar-se nos bem sucedidos”
Homem – “Quero comprar
um dente de ouro para não ser gozado pelos outros piratas.”
Íamos trocando os bilhetes e todos ficámos
estupefactos. Como era possível.
- Desculpem lá mas toda a minha vida toda a
gente gozou comigo. Estar sozinho no mar era a única coisa que me fazia feliz.
Peço desculpa por vos ter magoado mas eu precisava de dinheiro que vocês têm
para a minha vida se tornar melhor.
- A sério que você nos raptou para ficar com o
dinheiro do resgate. Não era mais fácil pedir dinheiro ao banco ir ao facebook
procurar a página de algum dentista que o pudesse ajudar. – eu adoro a Raquel
mas sem dúvida que ela por vezes é insensível.
- Bem se você nos ir embora nós fazemos um
acordo com os nossos pais, damos-lhe o dinheiro e não fazemos queixa na
polícia.
- Obrigada.
Depois saímos do barco e fomos diretos ao
hospital. O Duarte trouxe-me ao colo pois perdi os sentidos a meio do caminho.
Quando acordei estava numa cama de hospital com o Duarte ao meu lado a dar-me a
mão.
- A Raquel? – Perguntei eu atordoada.
- Ela foi para casa tomar um banho e descansar.
Os teus pais estão a caminho. O médico disse que estás bem mas precisas de
descansar. Não tens nenhum tipo de traumatismo.
- Mas tu. Ainda não foste a casa descansar,
deves estar de rastos.
- Eu nunca seria capaz de te deixar aqui
sozinha. As princesas precisam dos criados para se sentirem bem.
- Tu não és meu criado és mais que isso, muito
mais significas muito para mim.
- Tu também. A verdade é que sinto que és mais
que uma simples amiga. Gostaria que déssemos o próximo passo.
- Eu também. – naquele momento o Duarte
esticou-se e beijou-se todo o corpo tremeu e senti que algo brilhava dentro de
mim. Algo de seu nome amor.
Ficámos a olhar um para o outro. Quando os
meus pais chegaram o Duarte foi-se embora. O Duarte á porta mandou-me um beijo.
Bem depois de tudo explicámos aos nossos pais.
Dissemos que tínhamos ido dormir a casa de uma amiga e que eu tinha caído e
batido com a cabeça. A verdade é que o pirata mentiu-nos e ainda não tinha
ligado aos nossos pais quando nos falou. Depois de muitas lavagens de carros
angariámos o dinheiro para o homem.
Depois desta aventura eu e o Duarte estamos a
partilhar o resto do verão lado a lado como namorados. Bem à possibilidades ele
se mudar para o meu liceu para ficarmos juntos. Por enquanto está tudo bem e
isso é que interessa.
Margarida Costa Pereira, nº 13, 8º B
Escola Básica nº 2 de Anadia
Concurso Ler & Aprender
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