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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Concorrente ao Género Narrativo - O pequeno polvo que sonhava cantar

 Nas águas profundas do Mar Mediterrâneo havia um pequeno polvo que se chamava Ruby. Ele tudo fazia para convencer os outros peixes e moluscos que sabia cantar, mas só os corais do fundo do mar o apoiavam.
Ainda tinha poucos dias de vida quando ouviu pela primeira vez uma canção que tocava na rádio de um barco cargueiro de pesca. Ao ouvir canção tão bela fez o contrário dos outros peixes! Enquanto os outros se escondiam para não serem pescados ele foi destemido e corajoso. Nadou, nadou desde o fundo até à superfície do mar. Enquanto isso, os pais do pequeno polvo Ruby gritavam para ele voltar. Mas ele, encantado pela canção, foi até lá acima. A velha raia, que era muito falsa e senhora de uma hipocrisia tremenda, dizia, “Vai, vai, tu és valente…”. Ao subir, ele cruzou-se com um cardume de pargos que se fartavam de rir e diziam uns para os outros “O polvito é mesmo tonto!”, mas mesmo assim nada o demoveu.
A partir desse dia, enquanto os raios de sol penetravam nas profundas águas do mar, lá estava ele cantando como um verdadeiro som de piano, para desespero dos outros peixes, tais como a velha raia, os sorridentes pargos, as vizinhas potas e os lindos golfinhos que julgavam que só eles sabiam cantar. Até a maior, a rainha dos mares, a grande baleia, desesperava. Só mesmo os lindos corais o aplaudiam. Os seus pais também o encorajavam dizendo “Filho, a esperança é a última a morrer… Luta pelo teu sonho!”.
Até que um dia, uma orca que fazia a travessia com a sua cria, ouviu ao longe o som da sua voz. Gostou muito da forma como o polvo cantarolava, pois também a sua cria já tentava cantar. A orca falou com a sua cria Nandy, para saber se ela queria cantar com o pequeno Ruby. Nandy ficou logo entusiasmada com a ideia. Desceram os dois bem lá no fundo do mar e seguiram o som. O pequeno Ruby ao ver tais visitantes, de tão grande tamanho, ficou assustado mas não tardou a perguntar:
– Quem são vocês? Também me vêm criticar? Pois fiquem sabendo que não vou desistir do meu sonho, ainda vou ser um grande cantor!
  – Não, não pequeno polvo. Gostei muito de te ouvir! Como a minha filha Nandy também gosta de cantar poderiam fazer um dueto. O que achas?
O pequeno Ruby abriu muito os olhos e pensou “será que estou a sonhar?” e insistiu:.
– Vocês estão a gozar comigo ou a falar a sério?
– Isto é um assunto muito sério! Podemos já programar um ensaio.
– Então vamos lá tentar… acho que nós ainda vamos ser famosos. Estou tão feliz!
E foi assim que começou um dueto de sucesso “Ruby e Nandy”. Ainda hoje as suas belas vozes entoam por todos os mares.

Débora Maria Oliveira Silva, n.º 4, 5º E
Escola Básica nº 2 de Anadia

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