Andava eu no sexto
ano, quando a minha mãe me comprou um lápis muito especial. Não sei, ele era
diferente dos outros. Era mais amarelinho e escrevia melhor, porque era mais
macio.
Certo dia, quando o
usei na escola, ele caiu no chão e, por mais estranho que pareça, ouvi uma voz
a exclamar:
-Au!
Fiquei
assustadíssima! Tive mesmo medo e, durante alguns dias, estive sem lhe mexer,
até ao momento em que verifiquei que não tinha mais lápis na mochila, só o
tinha a ele e, então, tive de o pôr ao uso. Entretanto, a certa altura, ouvi
uma voz estranha a dizer:
- Não é preciso teres
medo!
- Quem é que falou? –
perguntei eu, muito intrigada e, ao mesmo tempo, alarmada.
- Fui eu, o teu
lápis!
- O quê?!
- Sim, fui eu.
A partir daí, tive
sempre um amigo e como ele era fofinho e era meu, resolvi dar-lhe um nome que
uma amiga minha tinha sugerido e fui rapidamente dar-lhe a notícia:
- Querido lápis,
tenho um nome para ti.
- Tenho sim! A partir
de hoje, vou chamar-te de Pintarola.
- Ah! Ah! Ah! –
soltou grandes gargalhadas.
- Não gostas? –
indaguei eu.
- Sim, gosto!
- Ainda bem! Agora
ficas a chamar-te assim.
Sendo assim, a partir
desse dia, fiquei a ter um amiguinho invulgar que mais ninguém tinha. Porém, eu
nunca o afiava. Caso contrário, ele morreria aos poucos e eu não queria que
isso acontecesse, já que eu gostava mesmo desse lápis.
Agora, infelizmente,
já não o tenho. Perdi-o dentro de estojos, mas um dia sei que o hei de
encontrar!
Uma jovem que tanto utiliza, e tão bem, o lápis, já deve ter perdido muitos amigos desse género, mas , felizmente, outros vão aparecendo.
ResponderEliminarParabéns pelas tuas palavras, tão sensíveis, tão singelas, tão especiais.
A Profª Alice Lourenço.