A meu ver, e na minha mais sincera opinião, este
comentário mostra muito da essência do ser humano como ser pensante e dotado de
conhecimento, que o é.
Acredito que seja difícil, já que nunca o
experienciei, viver com uma doença física seja ela qual for, muito mais quanto
esta é grave e visível. No entanto, admito que existem contra-sensos no que diz
respeito a esta temática, já que um olhar “desdenhoso” pode não passar de um
simples olhar de “conivência” que o lesado sente como ofensa.
Há toda uma diversidade de interpretações possíveis
a um olhar.
Pegando neste exemplo, que é apenas UM exemplo,
podemos perceber que este lesado ignora totalmente as pessoas que olham com
“desdém” para ele. Mas e se este olhar que ele fala não fosse um olhar depreciativo?
E se estas pessoas estivessem a olhar para o seu interior e não para o
exterior? E se estivessem com vontade de se aproximar e ele poder afastá-las só
por ter “medo de ser julgado”?
Um homem, mesmo que lesado, não deixa de ser ele
mesmo, não deixa de ser ele próprio e não precisa de se isolar por vergonha ou
receio.
Admito ainda que nos inserimos numa sociedade de
preconceitos, numa sociedade que ainda rejeita o diferente e com muitas
vulnerabilidades. No entanto, acredito que é no mudar a consciência das pessoas
que se dá pequenos passinhos face a algo maior.
Primeiro, olhar para nós de forma mais positiva,
depois fazê-lo aos outros e depois esperar que os seres humanos se juntem com
mais vigor e amizade e fraternidade entre si.
É difícil? Muito. Mas é possível? Sim! Juntos e ao
interpretar olhares mais positivamente, acreditando que nem todos os Homens são
iguais e o preconceito devia ser de facto abolido.
Ana Francisca
Marques, O Ciclista
Notas:
* Comentário feito por Eduardo Jorge,
um tetraplégico, de Concavada, Abrantes, a 5 de Dezembro de 2010, no blogue d’O
Ciclista.
Fotografia retirada do
sítio da Internet :
“Nós tetraplégicos”, https://plus.google.com/102506454932276941005/posts,
onde se encontra Eduardo Jorge.
O Ciclista celebra, assim, o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência,
dia 3 de dezembro.
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