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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Abolição da escravatura

O que posso dizer sobre a abolição da escravatura?
Bem! Depois de tanto tempo passado, posso afirmar que atualmente me sinto diferente, uma vez que se completou um vazio que se fazia sentir.
É possível que a palavra escravo seja demasiado forte mas, como se costuma dizer, “Há algo mais verdadeiro que a verdade?”. Porque não imaginar este facto através dos “olhos” de alguém que por ele passou?
Vejamos, então!
Hoje posso dizer que sou livre e assim como um pássaro levanta voo, também eu me levantei e lutei para assim ser. Na verdade, estava farta de me levantar todos os dias e ser obrigada a fazer coisas de que não gostava, desde trabalho obrigado e contrariado a servidão. Tudo isto crimes e violações dos meus direitos como ser humano.
Mas, como tudo o que existe muda, também eu e alguns colegas meus decidimos marcar a diferença, fazer frente a tudo e a todos, superar o medo e agarrar em vinte segundos de coragem e usá-los da melhor maneira possível.
Foi graças a isso que agora falo em vez de calar, escrevo ao invés de guardar um punhado de histórias só para mim. Uma coisa é certa, não vou esquecer as longas conversas que eu e os meus colegas tivemos sobre os nossos sonhos, sonhos esses que realizaríamos se fôssemos livres. Eram listas de ações que queríamos fazer antes de morrer, ações que nessa altura pareciam impossíveis e que agora até parecem banais, mas que fazem com que um pequeno sorriso nasça nos nossos rostos e seja solto como um sopro leve e fluido.
Decerto estão presentes também, na nossa memória, todos os colegas que morreram na tentativa da mudança. Pode ser dos tempos ou da época que escolhemos para a mudança, mas nós tivemos sorte, a sorte de ter apoio.
Talvez a escravatura tenha sido pior do que se imagina, talvez nos deixemos levar pelo simples pensamento “se não acontece, já não vai acontecer” para não sentir medo… O medo que qualquer pessoa sentiria se fosse obrigada a fazer coisas que não quisesse e de que não gostasse. Entretanto, a escravatura pode voltar com novas formas, por isso é preciso estar sempre alerta.
PENSA NISTO!!!

Beatriz Agante, O Ciclista


Nota: O Ciclista celebra, desta forma, o Dia Internacional para a Abolição da Escravatura, dia 2 de dezembro.

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