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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Uma luz ao fundo do túnel


Nos dias que correm, a crise económica funciona quase como um ‘vírus’ pois, quando uma pessoa é ‘contagiada’, por consequência a sua família é também abrangida pela crise. Este assunto remete-nos para a casa do sr. Daniel e a sua família, constituída pela sua filha e a sua esposa. A sua filha era loira, com pequenas sardas na face, olhos redondos e pele morena. Laura era o seu nome, uma menina de treze anos de idade, que gostava de auxiliar os seus colegas, na escola. A esposa de Daniel era uma mulher alta com uma face de cor clara devido à maquilhagem que colocava todos os dias, e de facto, a sua pele era tão macia como a dos bebés devido aos cremes que exageradamente colocava. Daniel, por sua vez, era uma pessoa alta como a sua mulher, de cabelo russo, a face ao contrário da sua esposa era escura e tinha os olhos muito pequenos e ligeiramente alongados, ganhando por isso a alcunha de chinês.
Nesta família, a primeira pessoa a sentir os efeitos da crise foi Júlia, a esposa de Daniel que sentiu um aumento excessivo na carga horária de trabalho, bem como a falta dos seus cremes e maquilhagem. Esta situação prolongou-se durante bastante tempo até que Daniel, que ganhava um salário aceitável e a empresa para a qual trabalhava estava financeiramente estável, foi despedido. Vários trabalhadores despedidos interrogavam-se acerca do motivo do seu despedimento. Muito triste ficou Júlia com esta notícia, pois a sua carga horária teria de ser maior, mas ela nos últimos tempos já estava esgotada devido ao trabalho no emprego e em casa.
Para diminuir o cansaço de Júlia, Daniel juntamente com Laura passaram a cooperar nas tarefas de casa. Os pais de Laura faziam tudo por tudo para que não lhe faltasse nada. Mas mesmo que os seus pais não o desejassem, Laura também foi afetada pela crise. Inicialmente, quando ela pretendia ajudar algum colega, que tinha fome mas não tinha dinheiro, fazia-o de imediato. Agora desejava auxiliar quem precisasse mas não conseguia. Esta situação atingiu extremos e Laura, na manhã de uma quinta-feira, quando pediu dinheiro aos seus pais para a senha de almoço, Júlia começou a chorar abraçada a Daniel. Laura acabou por perceber a situação. Na semana seguinte, a jovem comeu sempre em casa batatas frias com algum azeite e alface mal temperada. Os seus pais não comiam, olhavam para a filha como se desejassem devorar as batatas. Laura não comia tudo, mentia dizendo que não lhe apetecia mais, pois sabia que os seus pais as iriam comer. Este problema foi resolvido em parte pela diretora de turma que lhe pagava a senha para o almoço. Uma instituição criada pela escola acabou por resolver o problema desta família, neste momento, pobre.
Neste mundo, nada é mais forte do que a união. De todas as situações más que a crise nos fornece há uma única situação que podia ter evitado a crise - o fortalecimento dos laços humanos.
Esta família, juntamente com alguns voluntários, depois de ter sentido na pele o que era a crise, começou duas vezes por semana a distribuir refeições quentes pelos sem-abrigo.
A crise ajuda-nos a aprender também a dar valor àquilo que possuímos e não ao que desejamos ter.

João Pedro Rocha, nº 10, 8º F

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