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domingo, 6 de janeiro de 2013

Dia de Reis

Dia de Reis celebra a data em que o menino Jesus recebeu a visita dos três Reis Magos Melchior ou Belchior, Gaspar e Baltazar que lhe ofertaram incenso, mirra e ouro.
Em Espanha é apenas neste dia que se dá a troca de presentes. Hoje apresentamos o belo texto da Beatriz do 8º C que nos conta a história de uma menina …
Mas, O Ciclista decidiu não ficar por aqui. Pois neste dia, também é tradição comer-se o chamado “Bolo-Rei”. António Torrado, conta-nos uma bela história. Contudo, apenas depois do almoço. Por isso, caros Ciclistas, estejas atentos à segunda edição de hoje do nosso blogue!

Graça Matos, O Ciclista

Uma luz ao fundo do túnel
Sou e sempre fui uma pessoa abastada e não o digo por presunção, não! E, segundo o meu pai, sempre o irei ser.
Felizmente, nunca passámos por dificuldades como algumas pessoas passam. Ainda na semana passada, ouvi os meus pais falarem sobre a vizinha do lado e pelos vistos, ela estava em muito maus lençóis! Agora chega de falar sobre coisas tristes. Pois vou contar-vos a minha história e a da Rita.
Era uma vez um menino, neste caso eu, que tinha acabado de mudar para uma aldeia muito pobre, que ninguém conhecia. Ao meu lado, vivia uma linda menina chamada Rita. Ela tinha uns olhos deslumbrantes, uns lábios avermelhados mas o cabelo despenteado e as roupas velhas e rasgadas. Por alguma razão que eu desconhecia, aquela menina despertava em mim emoções que eu nunca sentira anteriormente.
Num dia primaveril, enchi o peito de ar e ganhei coragem para ir ter com ela. A gaguejar, disse:
- Olá! Eu sou o João. Como te chamas?
- Eu sou a Rita. Reparei que te mudaste há pouco tempo.
- Pois foi!
E assim continuámos a conversar. À medida que a ia conhecendo melhor, mais gostava dela, mas ao mesmo tempo apercebia-me que ela era muito pobre. E eu pensava: "Como pode ela ser feliz, sem brinquedos que se compram nos grandes centros comerciais?!" E, na verdade, ela era feliz.
Entretanto, passaram duas estações. Estava muito frio e eu avistei a Rita com a mesma roupa da semana passada, rota e fria, Rita estava com um ar abatido e uma carinha preocupada e eu perguntei-lhe:
- O que é que se passa? Estás tão triste…
- Os meus pais ficaram desempregados, ainda por cima agora tão perto do Natal - dizia ela a chorar e a soluçar.
Eu, então, fui falar com o meu pai acerca daquela menina e dos seus pais. O meu pai topou-me logo. Ele viu, de imediato, que eu estava a arranjar maneira de ele lhes arranjar um trabalho. Por isso, ouviu-me com muita atenção e acabou por ajudar os pais da Rita, porque ele tinha uma fábrica que felizmente empregava parte da população da aldeia.
Passadas duas semanas, era dia de Natal e eu queria dar um presente especial à Rita.
- Tive uma ideia! - exclamei. De seguida, embrulhei os meus melhores presentes e chamei a Rita.
- Rita! Rita!
- Diz, João.
- Vem comigo. Tenho uma coisa para te mostrar.
A menina, ao ver todos aqueles presentes, começou a chorar de tanta felicidade. Agradeceu-me muito, mas não era necessário, porque só testemunhar a sua felicidade já era muito bom para mim.
E assim foi a minha luz ao fundo do túnel e a da Rita também. Por outro lado, aprendi que devemos ser solidários e amigos e a Rita já não voltou a passar por mais dificuldades.

Beatriz, 8º C

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