Foi no dia 23 de
outubro do ano de 1835 que recebi o convite de Charles Darwin para embarcar
rumo às “ Las Encantadas”, ilhas pertencentes ao arquipélago dos Galápagos.
Com a ansiedade da
chegada do dia do embarque, mal comia e mal dormia. A vida tinha-me dado o
maior presente que qualquer médico naquela altura poderia desejar! Estar em
contacto com a fauna e a flora exclusivas daquela região significava a
descoberta da cura para muitas doenças nos hospitais do meu país!
Finalmente chegou o
dia do embarque. No cais, fomos recebidos por dezenas de pessoas, entre as
quais estava a minha mãe que chorava compulsivamente! A campainha do navio soou
e a aventura começou! Passadas duas semanas, o navio atracou nas deslumbrantes
Ilhas Galápagos. O desejo de ver o meu novo consultório, os meus novos
pacientes com novas doenças cada vez começou a ser mais forte, tanto que no
dia, logo pela madrugada, já estava sentada no meu simples gabinete a aguardar
a primeira consulta. De repente, no silêncio da madrugada, o soar de uma voz
trémula fez-me levantar da minha secretária.
-Está aí alguém?-perguntei assustada.
-Sou eu, a Zulmira da
mercearia, Sra. doutora!
-Sim, o que se passa?
-Fui mordida por uma
cobra enquanto colhia ervas para o chá do Sr. Charles!-disse Zulmira.
-Por favor, deite-se, que já lhe vou injetar
um antidoto contra o veneno de cobra.
Passadas duas horas,
Zulmira estava de pé apta para servir os clientes seguintes.
Entre mordeduras de
cobras, envenenamentos por ervas e alimentos, febres e pestes, os meus dias
foram passando até que chegou o dia do regresso! A nostalgia invadiu o meu
coração, mas tinha que aceitar que a aventura tinha chegado ao fim.
Catarina, 8º
C
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