A
bordo do navio “ O Beagle” com Charles Darwin, lá ia eu como cozinheira a
acompanhá-lo nas suas viagens às ilhas Galápagos.
A primeira viagem que realizámos foi até à
ilha San Cristóbal, cujos habitantes eram simpáticos e as ruas muito organizadas.
De seguida, fomos à ilha de Santa Cruz também conhecida por Chávez, que, ao
contrário da anterior, tinha muita população e por isso, era desorganizada e
poluída. Então, Charles Darwin disse que queria ir embora e pediu-me que lhe
preparasse um bom jantar, para esquecer os cozinhados que naquela ilha faziam.
Apesar desta desilusão, Charles Darwin escolheu ir a mais duas ilhas: Isabela e
Floreana. Estas ilhas tinham as suas diferenças mas nenhum monumento em especial. Como
estava a anoitecer e tínhamos de regressar no dia seguinte para Inglaterra,
ficámos aposentados numa casa na ilha Isabela, onde aproveitámos para organizarmos
algum material que tínhamos trazido para bordo.
No
dia seguinte, acordámos de madrugada para nos prepararmos para o regresso. Já
dentro do navio, prontos a embarcar, estava eu na cozinha e ouvi o Senhor Charles
Darwin a chamar:
-
D. Sofia, chegue aqui, por favor!
-
Sim, senhor!
-
Está a ver o mesmo que eu? Está ali muito longe uma pequena ilha. Ponha os
binóculos para ver melhor.
-
Estou a ver! Ainda não fomos lá e como se chamará?
-
Também não sei, é curioso que não está no mapa. Por que não irmos ver?
- Claro
que sim, senhor, vamos até lá. Entretanto, quer que lhe prepare alguma coisa?
- Sim,
pode ser algo leve, por favor.
Uma
hora depois, chegámos à ilha. Ela era rochosa, mas a água era tão azul e
transparente que se via o fundo. Entretanto, de tanto caminhar, demos por nós
no centro da ilha, e então percebemos que era desabitada. A maior parte da
superfície terrestre estava constituída de rochas e, por isso, ao andar cansava
mais. Decidimos, então, voltar atrás até ao navio e comer algo para repor as
energias para depois continuar a descoberta à ilha. Arranjámos um sítio mais perto
do centro da ilha para atracar o navio, e de seguida, fomos comer um dos
cozinhados favoritos de Charles. Enquanto comíamos, ouvíamos uns barulhos
estranhos vindos de longe. Fomos espreitar à varanda do navio e observámos que
eram tartarugas gigantes. Charles Darwin foi rapidamente buscar a máquina
fotográfica e tirou algumas fotografias engraçadas. As tartarugas estavam à
volta do navio e nós apavorados não sabíamos o que fazer.
-
Será
que elas nos querem fazer mal? Se calhar é por isso que a ilha é desabitada! –
imaginei eu, apavorada.
- Eu
acho que não, mas isto está a deixar-me preocupado. – respondeu Charles.
De
repente, cheirou-me a queimado, fui ver e era a comida que já estava prestes a
ficar queimada.
- É
isso, a comida!! As tartarugas estão aqui por causa da comida!! Realmente os
teus cozinhados são excelentes e irresistíveis, D. Sofia! – exclamou Charles.
Demorámos
algum tempo a descobrir como havíamos de dar comida às tartarugas, mas lá nos
desenrascámos.
Foi,
de facto, uma grande aventura que vivemos naquela ilha desabitada. No final,
tudo acabou bem e regressámos às nossas casas com imensas lembranças e
principalmente fotografias das tartarugas gigantes.
Sofia Ferreira, 8º F
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