Publicamos,
com dois dias de atraso e no âmbito das comemorações do Dia Nacional do Mar, o
texto da nossa repórter Márcia Sousa. Esta repórter tinha ficado encarregue de
fazer o texto alusivo ao mar, contudo esteve doente, mas não quis deixar de,
mesmo assim, escrever o seu texto. A ela o nosso obrigado e as rápidas
melhoras.
A Equipa d´O Ciclista
O sentir do mar!
Ontem,
eu decidi ir até à praia para descontrair um bocadinho, pois tinha sido uma
semana de muitos testes. Como não estava lá ninguém, a praia estava deserta, ia
mesmo dar para descansar.
De
repente pareceu-me ouvir um barulho muito estranho. Ao longe pareceu-me ouvir alguém
a chorar. Fui-me aproximando do mar, pois era dai que me parecia provir tão
estranho som, e foi então que me apercebi que era realmente do mar que o choro
chegava. Virei-me para ele e senti uma gotas de água que sobre mim eram
atiradas, como se fossem arremessadas com a intenção de me chamar a atenção. Um
pouco a brincar disse-lhe: - olá amigo mar então, está tudo bem contigo?
Ao
que ele, deixando-me muito surpreendida, me respondeu:
-
Não, não estou nada bem. Eu estou triste.
Já
mais refeita do susto inicial, disse-lhe:
-
Eu sei porque é que tu estás triste.
-
Sim eu sei que tu sabes. Sei que sabes que muitas pessoas agora só sabem poluir
o meu espaço. Atiram lixo, sacos plásticos, que matam os meus seres vivos, despejam
petróleo, detergentes e mais, muito mais.
-
Temos que tratar disso, amigo mar. Temos de arranjar um plano para resolver
isso.
-
Sim, eu sei. Eu até te poderia sugerir um… Que tal se hoje tu e os teus amigos limpassem
o meu espaço?
-
Claro, essa é uma grande ideia. Vou já falar com todos eles, vou enviar uma
mensagem. Vais ver que num instante começamos.
Rapidamente
contactei alguns amigos e estes e muitos outros, ... enviaram mensagens e a palavra passou de boca em boca
e um grande grupo de gente solidária “deu à costa” e contribuiu para a limpeza
da praia e, com a ajuda do barco do meu tio Marcelo e com as redes dele, porque
ele é pescador, também conseguimos retirar muito do lixo que havia no mar.
A
minha ida à praia, que tinha começado por ser pensada como um dia para
descansar, terminou após um inacreditável diálogo com o mar, na elaboração de
um plano de limpeza, no estabelecimento de contactos com os colegas e num
trabalho de remoção do lixo das praias em equipa. No final, dado termos ficado
tão felizes com o que fizéramos, decidimos que eu ia fazer uma reunião com outras
pessoas do mundo de modo a ver se conseguíamos estender a nossa ação a outros
lugares.
Dessa
reunião conseguimos, finalmente obter um compromisso de honra em que iríamos
debater-nos contra o lançamento de lixo no mar e a diminuição do uso de
petróleo.
Uma
das regras que conseguimos que os governantes dos países estabelecessem nos
seus estados foi que todo aquele que prevaricasse seria multado, nomeadamente
com trabalho comunitário.
Márcia Sousa, O Ciclista
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