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sábado, 6 de setembro de 2014

No outro lado do mar é a América - Texto narrativo concorrente concurso Ler & Aprender

Já estava lá há bastante tempo, talvez até demasiado. Mas era bom estar ali. Como sempre, o mar transmitia-me uma sensação de paz que eu não conseguia encontrar em mais nenhum lugar do mundo.
Era simplesmente inspirador olhar aquela imensa vastidão de azul, tão calma. Todos os meus problemas e preocupações pareciam desaparecer ali, como por magia. Mágico, sim. O mar é mágico. E misterioso. No entanto, nas suas profundezas, o mar também consegue ser negro, como lá fora, em alguns lugares do mundo.
O mar é a minha vida. E a minha vida é o mar. Quando a minha vida está agitada, as ondas enfurecem-se. E quando há sorrisos na minha vida, as ondas chegam à praia: é quando eu chego ao coração de alguém.
E o mar é um belo professor. Ensina-me uma coisa diferente de todas as vezes que olho para ele. Ensina-me a ter paciência e ensina-me que, independentemente do meu tamanho, se me esforçar, consigo chegar até onde eu estiver disposta a ir.
O mar é poderoso. Se começa a ficar furioso pode provocar uma imensidão de estragos numa milésima de segundo. E, nesse caso, a inteligência do ser humano de nada serve.
O mar é irresponsavelmente livre. Não é como nós, que somos livres quando fazemos o que devemos fazer. O mar possui outro tipo de liberdade. Ele faz o que quer, quando quer.
Eu lá continuo sentada, na areia molhada e fria. E lá continuo a olhar para o mar. Do outro lado daquele enorme mar azul é outra vez terra. No outro lado do mar é a América.
Inês Santos, nº 8, 11º D

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