Já
estava lá há bastante tempo, talvez até demasiado. Mas era bom estar ali. Como
sempre, o mar transmitia-me uma sensação de paz que eu não conseguia encontrar
em mais nenhum lugar do mundo.
Era
simplesmente inspirador olhar aquela imensa vastidão de azul, tão calma. Todos
os meus problemas e preocupações pareciam desaparecer ali, como por magia.
Mágico, sim. O mar é mágico. E misterioso. No entanto, nas suas profundezas, o
mar também consegue ser negro, como lá fora, em alguns lugares do mundo.
O
mar é a minha vida. E a minha vida é o mar. Quando a minha vida está agitada,
as ondas enfurecem-se. E quando há sorrisos na minha vida, as ondas chegam à
praia: é quando eu chego ao coração de alguém.
E
o mar é um belo professor. Ensina-me uma coisa diferente de todas as vezes que
olho para ele. Ensina-me a ter paciência e ensina-me que, independentemente do
meu tamanho, se me esforçar, consigo chegar até onde eu estiver disposta a ir.
O
mar é poderoso. Se começa a ficar furioso pode provocar uma imensidão de
estragos numa milésima de segundo. E, nesse caso, a inteligência do ser humano
de nada serve.
O
mar é irresponsavelmente livre. Não é como nós, que somos livres quando fazemos
o que devemos fazer. O mar possui outro tipo de liberdade. Ele faz o que quer,
quando quer.
Eu
lá continuo sentada, na areia molhada e fria. E lá continuo a olhar para o mar.
Do outro lado daquele enorme mar azul é outra vez terra. No outro lado do mar é
a América.
Inês Santos, nº 8, 11º D
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