Celebremos o Património Mundial Português
Mosteiro de Santa Maria da Vitória
- Mosteiro da Batalha -
O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, também designado
Mosteiro da Batalha resultou do cumprimento de uma promessa feita pelo rei D.
João I, em agradecimento pela vitória na batalha de Aljubarrota, travada em 14
de agosto de 1385 contra os espanhóis, que lhe assegurou o trono e garantiu a
independência de Portugal.
As obras prolongaram-se por mais de 150 anos, através
de várias fases de construção. Por demorar tanto tempo o Mosteiro apresenta
vários estilos arquitetónicos, sendo predominante o gótico. No entanto
apresenta já alguns aspetos do estilo manuelino. Vários acrescentos foram
introduzidos ao projeto inicial, resultando num vasto mosteiro que apresenta como
partes essenciais: uma igreja, dois claustros, dois panteões reais, a Capela do
Fundador e as Capelas Imperfeitas.
D. João I
doou-o à ordem de S. Domingos. Nele se encontram os túmulos de D. João I, D. Filipa de Lencastre
e dos filhos de ambos, bem como os de D. Duarte e de D. Leonor.
O Mosteiro esteve na posse dos dominicanos até à
extinção das ordens religiosas em 1834. Hoje está na dependência do IGESPAR,
assumindo-se como um espaço cultural, turístico e devocional.
Monumento
nacional, integra a Lista do Património da Humanidade definida pela UNESCO,
desde 1983.
Sabe-se que o mosteiro não
foi construído no local onde se deu a batalha, encontra-se num vale onde, a
abundância de água, era um elemento fundamental para a vida dos religiosos
dominicanos que o habitariam.
Ligado a este Mosteiro está a lenda da abóbada do Mosteiro, que
deve ser recordada:
Estávamos em 6 de Janeiro de 1401, e o povo deslocava-se ao
Mosteiro de Santa Maria da Vitória, para assistir ao Auto de Celebração dos
Reis que teria a presença de D. João I. O Mosteiro, nesta altura ainda não se
encontrava concluído, e o seu autor era o arquiteto Afonso Domingues, cuja
idade avançada e cegueira tinham levado o rei a afastá-lo da grande obra. A sua
conclusão tinha passado para as mãos de um irlandês, o mestre Huguet, mas Afonso
Domingues não se conformava com o facto de o rei lhe ter retirado a direção
daquela obra de arte.
D. João I vinha desejoso de visitar a Casa do Capítulo do
Mosteiro que o mestre Huguet tinha recentemente concluído, seguindo o traçado
do projeto de Afonso Domingues à exceção da abóbada que cobria a dita sala. Na
opinião do mestre irlandês, seria impossível concretizar a abóbada imaginada
por Afonso Domingues por esta ser muito achatada e, sem consultar o mestre
português, decidiu concluí-la de outra forma. Como D. João I tinha chegado
atrasado, o Auto dos Reis celebrou-se na igreja, deixando a visita da Casa do
Capítulo para o dia seguinte. E em boa hora o fez.
Estava no Capítulo o irlandês Huguet, elogiando a construção da
sua abóbada face à do mestre português, quando reparou com horror nas fendas
que se abriam na abóbada e que ameaçavam a sua queda. Huguet correu para igreja
como um possesso, dizendo, que o mestre Afonso Domingues lhe tinha enfeitiçado
o trabalho. Huguet caiu desmaiado ao mesmo tempo que um tremendo estrondo
anunciava a queda da abóbada da contígua Casa do Capítulo, apenas 24 horas
depois de ter sido concluída. El-Rei D. João I chamou então Afonso Domingues à
sua presença e nomeou-o novamente mestre das obras do mosteiro, pondo o
irlandês sob as suas ordens. A construção da abóbada foi então retomada, agora
seguindo o seu primitivo traçado.
Chegou assim o grande dia em que foram retiradas as traves que
sustentavam a abóbada. Apenas foi deixada no centro da sala uma pedra onde
ficou sentado Afonso Domingues, que prometeu a Cristo que ali ficaria três dias
sem comer e beber para provar qua a abóbada não cairia. A abóbada não caiu e o
velho mestre ficou sentado naquela pedra cumprindo o voto que tinha feito a
Cristo. Ao fim do terceiro dia, El-Rei recebeu a triste notícia de que o grande
arquiteto português tinha morrido e antes dissera as seguintes palavras "A abóbada não caiu… a abóbada não
cairá!". Da pedra sobre a qual Afonso Domingues acabou os seus dias
foi esculpida uma escultura em sua memória, que foi colocada na Casa do
Capítulo, honrando assim um dos maiores mestres arquitetos de todos os tempos.
Trabalho elaborado
pelas alunas
Ana Lúcia Amaral
(9ºE)
Ana Luísa Santos
(9ºE)
Revisão da profª. Teresa C.
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