Sou um faroleiro que vivo
no meu magnífico farol, instalado num belíssimo edifício com mais de cem
painéis de azulejos, retratando a construção do mesmo, todos pintados à mão e
com uma magnífica vista da sala luminosa! Desta mesma sala, consegue-se ver a
zona montanhosa, com várias torres eólicas e várias terras povoadas.
À noite, não se pode
estar na sala luminosa, pois a lanterna tem um motor que dá quatro voltas,
seguidas de uma paragem, com a duração de um minuto, por isso tenho que
aproveitar esse minuto ou para entrar e ir comer qualquer coisa, ou então ir
para o varandim e esperar que essas quatro voltas pas
sem, pois se eu me
distrair tenho que ficar lá mais quatro voltas até poder sair.
Eu adoro esta vida
porque é uma vida calma, tranquila e posso ouvir as ondas do mar e fazer longas
viagens em sonhos. Contudo, apesar de tudo, a vida de faroleiro é uma vida
solitária, mas importante para os navios.
Se olhar para o meu
passado, posso claramente constatar que a vida de faroleiro me deu bastantes
alegrias e também algumas tristezas.
Nunca esquecerei a
noite em que um navio encalhou e o pânico geral se instalou para a seguir todos
ficarem felizes, porque ninguém tinha falecido.
Hoje em dia, infelizmente,
cada vez existem menos faroleiros e como tal, é uma profissão que tende a
acabar, o que eu acho uma pena!
Luís Osório, nº 18, 8º
E
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