Liberdade, liberdade… o que significa afinal liberdade? Pode ser
apenas a de pensamento! Sim, porque atualmente somos livres de pensar… Se bem
que, nem sempre, foi assim…
E se voltássemos atrás no tempo, para perceber melhor este
conceito? Nunca se lembra a Revolução de abril sem antes pensarmos no que foi
necessário para que tal acontecesse. Temos de falar na PIDE, no governo de
Salazar, na emigração, na política.
Mas que tempos foram esses? Tempos de silêncio? Talvez…
Durante a política de Salazar, uma pessoa não tinha,
simplesmente, liberdade de expressão. Atualmente, e na nossa geração, é difícil
acreditar que já se viveu um período de tempo tão duro. Eu não sei como foi,
mas li um pouco sobre o 25 de abril e ouvi quem o viveu. Certamente, também eu
me teria revoltado. Sem liberdade de expressão?!
Ou falando da censura, o famoso “lápis azul” (sim azul, porque o
vermelho significava comunismo). Como seria ter um livro pertencente à lista da
censura?!
A emigração… talvez uma das escolhas mais acertadas, não um ato
de cobardia, talvez antes um ato de coragem…
Coragem essa pois, quem ia, queria voltar, e voltou mesmo.
Voltou para revolucionar, apresentar argumentos suficientes para contrapor o
estado horrendo antes vivido.
Salazar, quem foi este homem? Que tipo de personalidade tinha?
Amado por uns e odiado por outros. Se calhar esse ódio não era imensamente
profundo, provavelmente era mais pelas decisões que tomava em relação ao país e
não para consigo próprio. Salazar criou a PIDE (Polícia Internacional de Defesa
do Estado) para poder controlar tudo o que era dito e feito pelo povo.
Isto tudo deixa-me a pensar porque é que o “lápis azul”
censurava apenas livros e revistas. Porque não censurava a ação da própria
PIDE?
Não me considero revolucionária, pois sei que o mundo, sozinha,
não consigo mudar.
Durante essa época, noutros países, defendia-se a igualdade para
que não existissem diferenças dentro da sociedade. Na França criaram um
movimento de Igualdade, Liberdade e Fraternidade.
Durante essa época foi posta à prova a coragem, a força, a
esperança num novo amanhã e a confiança e entreajuda do povo. Uma frase que
retrata bem a opção feita pelo povo é “A união faz a força.”
Não vou adjetivar o povo português, mas admito que Portugal não
é grande “fã” de guerras e violência, até porque as recentes manifestações
foram todas feitas de um modo calmo, as chamadas “Manifestações Pacíficas”.
Uma pessoa manifesta-se porquê? Não concorda com algo? Se assim
fosse também eu me manifestaria sempre que tivesse de ir dormir às 21horas!
Não!
Vamos ser racionais! Talvez uma manifestação seja bem mais do
que isso. Uma manifestação é feita para provocar uma mudança, ou pelo menos
tentar.
Foi mais ou menos isso o que se passou no 25 de abril de 1974,
uma revolução que mudou o estado em que se encontrava o país. As pessoas que o
viveram afirmam que não foi propriamente fácil. Aliás, uma mudança nunca é
fácil!
Bom, acho que podemos concluir que se falamos, escrevemos,
discutimos, debatemos muitos e diversificados assuntos é graças a um magnífico
esforço por parte da população que se revelou simplesmente.
Até me faltam as palavras para descrever tamanha atitude da
população de tão magnífica que foi, de tão revolucionária que foi, de tão cheia
de significado que foi!
Beatriz Agante, nº 9, 8º E / O Ciclista
Nota:
Imagem retirada da Internet.
Sem comentários:
Enviar um comentário