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sábado, 12 de abril de 2014

O Capitão

Era uma manhã fria de inverno, o sol ainda não tinha nascido, nem os pássaros haviam dado sinais, mas ali estava o navio mais destemido daquela época, navegando no alto-mar e mesmo o facto dos marinheiros que faziam parte da tripulação estarem cansados, o barco nunca parava de navegar.
Este navio tinha um capitão, um homem frio como o gelo e impiedoso porém, ninguém sabia o que acontecera na sua vida para explicar a sua maneira de encarar a realidade, com tanta indiferença.
Todas as manhãs, lá estava ele, na proa do navio, esfregando o crânio que lá se encontrava. Com os cabelos loiros ao vento ao mesmo tempo que mirava o mar, com o olhar afiado que os seus olhos azuis lançavam e a sua camisa branca de seda, acompanhava a brisa salgada do mar. A típica beleza clássica de um capitão!
De facto, ficava horas e horas a olhar o mar, num profundo silêncio exterior, que muitos acreditavam ser também um silêncio interior, visto que ele raramente falava sem ser para dar ordens, com uma voz grossa e intimidante.

- Será uma tempestade que vem de bombordo? – perguntou ele, a certa altura, aos seus marinheiros.
- Sim, senhor! – respondiam eles em coro, fazendo continência.
Sendo assim, após avistarem uma tempestade, decidiram abastecer o navio a um porto.
E como era um navio de guerra, “abastecer” poderia ser considerado como “roubar”. E, de facto, não fugia muito da realidade, pois os marinheiros aproveitavam-se sempre da situação.
- Trazei os vossos pertences, senão quereis que o Capitão Negro vos mate! – gritavam os marinheiros aos aldeões e aos pescadores.
Acompanhado do nevoeiro da manhã, de repente, viu-se uma sombra a sair do navio, uma figura alta e máscula, com cabelos compridos e leves, que à medida que se ia aproximando ia ficando mais nítida. Era, claro, o Capitão.
 Entretanto, uma mulher recusava-se a entregar os seus pertences, então o Capitão foi até ela, ordenando aos marinheiros que parassem de insistir. Estes pensaram que o Capitão lhe ia cortar a cabeça, mas viram que ele tinha coração, portanto, pegaram nos pertences roubados e foram para o navio. Momentos depois, avistaram o Capitão a atirar um beijo à bela mulher, então partiram com o barco deixando-o em terra abandonado com a donzela.


Ana Neta, nº 3, 8º E

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