Caros leitores, hoje venho contar-vos uma
história, uma história triste, muito triste! E terá esta história um final
feliz?! O melhor é que leiam com muita atenção o que acabei de escrever.
Francisca era uma criança de tenra idade e
naquela idade, tudo o que ela devia querer era estar a correr e a saltitar por
um jardim cheio de margaridas bem cheirosas, como se tivesse molas nos pés. Mas
Francisca, ao contrário de todas as pequenas criancinhas do seu tamanho,
crescera rápido de mais, uma vez que em sua pequena casa a felicidade, sem
dúvida alguma, não era a palavra de ordem! A menina vivia numa casa pequenina
com um grande quintal. Vista de fora, a casa branquinha como a neve transmitia
carinho, mas tal situação não se verificava.
Mais um dia passara e Francisca, nesse dia, chegou
a casa estafada, carregada com a sua grande mochila cor de rosa. Entretanto, ao
abrir a porta de casa, já conseguia sentir o cheiro do medo e da tensão. Ao
entrar, ouvia gritos por todo o lado, mas ela não se alarmou, visto que aquilo
era o prato do dia lá em casa. “Espero é que as coisas não piorem” – pensou a
pequena assustada.
Na verdade, todos os dias o pai gritava com a mãe
e era um dia de muita sorte se ele não lhe batesse de forma muito violenta, por
vezes até por coisas insignificantes e sem cabimento nenhum. Toda a gente na
aldeia sabia como era a vida naquela pequena casinha que parecia tão amorosa,
mas ninguém denunciava o que se passava no seu interior, talvez com medo, não
sei ….
Mas a nova heroína da aldeia, ou pelo menos
daquela família, estava prestes a chegar.
Eis, então, que num dia solarengo chegou à pequena aldeia de Solária uma mocinha vinda da cidade mais próxima. Corria pelo povo que era artista. Por outro lado, era conhecida também pela sua generosidade, pelo seu sentimento de justiça e amor ao próximo.
Eis, então, que num dia solarengo chegou à pequena aldeia de Solária uma mocinha vinda da cidade mais próxima. Corria pelo povo que era artista. Por outro lado, era conhecida também pela sua generosidade, pelo seu sentimento de justiça e amor ao próximo.
Passados uns dias da sua chegada à aldeia, Anita,
a rapariguinha da cidade, foi dar uma volta pelo local, sendo interrompida a
sua caminhada por uns sons que pareciam gritos. Anita, conhecida pela sua
coragem, correu atrás daqueles ruídos assustadores.
O som vinha da casa de Francisca. Mais uma
vez, o pai da pequenina estava a agredir a mãe violentamente. Ao ver aquilo,
Anita, tirou a mãe da criança daquela casa, e levou-a à esquadra mais próxima,
para apresentar queixa do sucedido. Os polícias foram muito prestáveis e foram
logo à aldeia para deter aquele homem cruel e violento. Depois disto, a mãe da
jovem convidou Anita para viver em sua casa com a sua pequenita em forma de
agradecimento. A partir desse momento, Francisca podia suspirar de alívio.
Afinal, a casinha branca e pequenina ia finalmente fazer jus à sua aparência.
E tu, estás à espera de quê?
Se conheces
algum caso de violência doméstica, fala com um adulto e denuncia-o o mais
rápido possível. E desta vez, podes ser TU o herói!
Margarida Carlota Lagoa, O Ciclista
Imagens retiradas da Internet.
Infelizmente nem todas as mães e mulheres têm a sorte da mãe da heroína da tua história.
ResponderEliminarParabéns pelo teu texto.
Ainda há muita violência escondida entre portas. Muita gente calada e muito choro neste Portugal. Lágrimas de sangue que ninguém vê, ou que ninguém quer ver. Não tenham medo mulheres! Lutem pelos vossos direitos. Participem de quem não tem o direito de estar em liberdade!
ResponderEliminar