O Ciclista não poderia deixar passar esta efeméride
sem publicar alguns dos sentidos trabalhos que alguns dos nossos alunos
quiseram partilhar connosco. Assim, dada a sua extensão, faremos a sua
apresentação durante o dia de hoje e de amanhã. Brevemente iremos publicar a
reportagem fotográfica que iremos fazer da exposição que vai estar patente no
polivalente da Escola Básica nº 2 de Anadia.
Graça Matos, O Ciclista
Não queiras
viver num mundo oco
O rapaz, de que hoje vos vamos falar, tinha apenas
catorze anos e, desde o dia que veio ao mundo, descobriu-se que era portador do
vírus da Sida, transmitido pela mãe que se encontrava infetada, no momento em
que engravidou.
Sim! Porque, se uma mãe estiver infetada pelo VIH,
poderá transmitir a infeção ao bebé, durante a gravidez, através do seu próprio
sangue.
Este rapaz, como dissemos há pouco, era ainda muito
jovem e, desde sempre, que foi vítima de gozo e agressão por parte dos colegas,
sendo até discriminado psicologicamente pelos professores e tudo isto, por ter
uma doença grave, crónica, que não tem cura, mas que também não se transmite
com um simples toque.
Os colegas de escola, os poucos amigos e até
desconhecidos, por incrível que pareça, não se apercebiam nem viam o quanto ele
sofria. Ele e todas aquelas crianças infetadas pelo VIH não têm ainda uma noção
básica do que é esta doença, mas com a quantidade de informação que é
disponibilizada hoje em dia, já tiveram tempo suficiente para se mentalizarem
de que quem sofre não são aqueles que os rodeiam, mas sim eles próprios que
tentam de tudo, todos os dias, para serem aceites na sociedade.
Este jovem,
de que vos estamos a falar, mudou várias vezes de escola e em nenhuma delas foi
bem aceite. Consideramos assim que as pessoas, hoje em dia, são más,
arrogantes, insensíveis e criticam tudo e todos, mas esta é a sociedade que
temos e o mundo em que vivemos, onde ainda há muito para fazer.
Ora, vítima de tanto sofrimento, de tanta chacota,
de tanta discriminação e insensibilidade por parte das pessoas, ele não
aguentou! E precisamente na véspera do seu aniversário, quando os seus pais chegaram
a casa, chamaram por ele, mas tudo o que ouviam era apenas um silêncio
assustador, um pouco estranho. Rapidamente, subiram ao seu quarto, mas já era
tarde demais…
Com esta triste história, esperamos ter-vos feito
perceber que, independentemente da doença, estas pessoas são como nós e como
tal, querem ter uma vida normal e pessoas que os possam ajudar e não rejeitar.
Beatriz Martins, nº 5 e Maria Carlota,
nº 18, 9º C
Nenhum de nós
tem o direito de discriminar!
Desde
pequena que todos os dias ouço dizer: "A Sida é uma doença muito grave!
Quando fores maior, tens de ter cuidado!..."
Pois bem! Agora já sou maior e já sei o que é
a Sida, como se apanha e por que razão tenho de ter cuidado.
Sim, esta doença é gravíssima e para ela,
ainda não há cura, ou seja, esta doença é mortífera! Claro que há prevenções,
como o uso de preservativos, mas a proteção nunca é 100%. eficaz. Infelizmente,
esta doença não irá passar e temos de viver com esta realidade para toda a
vida.
Entretanto, há sempre aqueles que se acham
"inteligentes" e pensam que uma doença como esta é motivo suficiente
para discriminar, pôr de parte todos aqueles que são vítimas do VIH e então,
acham que podem fazer tudo o que lhes apetece com o único objetivo de os
maltratar e sendo assim, estes acabam ainda por ser vítimas de bullying.
Se tenho compaixão de quem é vítima desta
doença? Acho que sim, porque só o facto de ter esta doença já deve ser
extremamente doloroso e ser discriminado, quando lhes resta pouco tempo de
vida, é tirar-lhes o tempo que ainda lhes resta para viver, é tirar-lhes os
últimos momentos que têm e que deviam viver tenuemente felizes.
Considero assim que nenhum de nós tem o
direito de discriminar seja quem for e muito menos aqueles que são portadores
do vírus da Sida, pois estes merecem de todos nós o respeito!
Patrícia Figueiredo, nº17, 8º C
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