3 Dezembro de 2012
O Ciclista não poderia deixar passar este Dia Internacional das
Pessoas com Deficiência sem homenagear todas as pessoas que diariamente lutam para
verem os seus direitos serem iguais a todos os outros cidadãos.
Gostaríamos de ter feito algo de muito especial. No entanto, estamos
cheias de trabalho, particularmente de testes.
Lembrámo-nos de um texto que escrevemos no 7º ano para este mesmo
dia. Fomos relê-lo e após algumas alterações, decidimos republicá-lo. Dedicámo-lo
a todos aqueles que têm um coração puro e que veem apenas no outro a bondade!
Amizade incondicional!
Há muito, muito tempo...
Muitas histórias começam assim.
Esta não é diferente!
Apenas fala de duas meninas...
Uma, vamos chamá-la de Maria, era alta, inteligente e… achava-se
perfeita! Outra, vamos dar-lhe o nome de Ana. Era também uma rapariga alta,
inteligente mas … não podia andar!
Maria sempre a desprezara. Achava-a horrível. Como poderia dar-se
com uma pessoa daquelas? Talvez Ana também fosse maluquinha da cabeça! Não!
Definitivamente não queria. Não, nem podia dar-se com ela.
Ana sempre fora uma menina muito introvertida. As outras colegas
sempre a haviam desprezado e, por muito que isso a magoasse, aprendera já a
viver com esse desdém!
Mas, um dia, há sempre um dia… Ana descia a rua deslizando entre
árvores e pensamentos, quando … um gemido talvez, pelo menos parecera-lhe
ouvi-lo, a fez sair do seu alheamento e seguiu lentamente em busca dos soluços,
que agora claramente identificava!
Ao dobrar o arvoredo que a separava de quem assim soluçava, viu
Maria, que branca e apertando com força o seu pé esquerdo, tinha o rosto
coberto por um rio de sofrimento. Ternamente, Ana abeirou-se de Maria e,
colocando-lhe suavemente a mão no rosto, disse-lhe que a iria ajudar.
Maria estremeceu!
Quem lhe oferecia ajuda era a mesma que ela sempre desprezara e de
quem nunca se quisera aproximar. Afinal, olhando para ela viu como era bonita e
o seu rosto transparecia bondade e tranquilizava-a. Sim, precisava de ajuda.
Mas, como poderia Ana ajudá-la?
Ana estendeu-lhe a mão e disse-lhe para tentar levantar-se. Ela
levá-la-ia para o hospital. Bastava para isso que tentasse sentar-se no seu
colo, pois ela conseguiria, assim transportá-la até às urgências. As dores que
sentia fizeram Maria engolir o orgulho e, a custo, ergueu-se conseguindo fazer
o que Ana lhe mandara. E, assim chegaram ao hospital onde Maria foi tratada. Mas,
só após lhe terem garantido que a colega se encontrava bem é que a Ana conseguiu
abandonar as urgências.
Passados dias, Maria já andava melhor. Embora auxiliada por
canadianas, bateu à porta de Ana. Esta, surpreendida, deixou-a entrar.
Maria estendeu a mão e depositou no colo da jovem uma rosa branca.
Os olhos de Ana embaciaram-se. Maria pediu desculpa e abraçou Ana.
Hoje… já crescidas, continuam a ser as melhores amigas!…
Adriana Matos e Sofia Matos,
O Ciclista
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