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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O que vou fazer (d) este ano


Às vezes sonho que estou num balão de ar quente a sobrevoar o oceano. Então, de súbito, sucede uma falha qualquer e começo a perder altura. Para que o balão volte a subir, e eu alcance terra firme, terei de lançar, borda fora, o máximo de lastro possível.
Primeiro desfaço-me da carteira, a seguir da comida, da roupa (mas não dos sapatos), das pulseiras e anéis e só depois atiro fora os livros e os discos.
Lembrei-me do sonho do balão enquanto, nos primeiros segundos deste novo ano, trincava as passas propiciatórias e formulava desejos. Compreendi, de repente, que depois de lançar borda fora tudo aquilo que poderia impedir o balão de ascender, ainda assim, não perderia o essencial. O essencial não tem peso: o amor, a saúde, ou o saber. Aquilo que peço, afinal, para não perder, ou para alcançar, enquanto trinco as primeiras passas.
Eu sei – já posso ouvir até as vozes trocistas -, que isto parece a alegoria singela de um manual de autoajuda. Bem, o que querem? Hoje sinto-me propensa a alegorias singelas. Aliás, proponho-vos outra: continuamos no balão e ele, oh desgraça! insiste em perder altura. Se as memórias tivessem peso quais seriam aquelas que primeiro lançariam ao abismo? Quais seriam aquelas de que nunca se separariam?
No meu caso, concluo que mais facilmente deitaria fora o passado recente, mesmo as tardes de sol, do que as recordações que guardo da minha infância perdida – incluindo os dias chuvosos. Fui mais feliz nesse tempo? Não sei. Fui feliz de uma forma mais inteira, creio, porque não existia futuro e tão pouco me doía o passado. Sinto que o essencial da minha personalidade foi moldado nesses dias. Perdê-los seria perder-me de mim. Por isso escolho a infância. Há outras memórias que não quero, ou não posso perder: o meu primeiro beijo; a minha primeira noite no deserto; a madrugada em que o velho Samir, o meu avô paterno, me mostrou o sol a nascer em Anjuna.
A ideia de recomeço, que é o que nos propomos ao festejar o Ano Novo, sempre me pareceu feliz. Evidentemente, não se recomeça nada, continua-se, o mais que podemos é seguir por caminhos diferentes. Também pensei nisso enquanto trincava as passas. Não quero para este novo ano uma vida nova. Esta fica-me bem. Também não peço nada que seja preciso declarar na Alfândega. Dai-me, Senhor, somente o imponderável. O resto deixai comigo. Não sei o que se passa com a maioria das pessoas, mas comigo, são sempre mais passas que os desejos. Não faz mal. Eu gosto de passas.

Faíza Hayat

Último dia do Ano


É chegado o último dia do ano. A longa caminha percorrida, em que os espinhos nos dilaceravam o corpo e o coração, foram decerto suavizados por momentos em que a beleza, por muito breve e ténue que fosse, esteve presente. E são esses minúsculos pedaços de vida, que nos trazem alegria e nos fazem pensar que vale a pena erguer a cabeça e lutar, viver, sonhar!…
Os vários excertos que aqui apresentamos servem exatamente para isso. São fruto do trabalho dos nossos alunos e que decidimos apresentar neste último dia do ano, como motivação para o ano que se avizinha.
Mas, a surpresa não termina por aqui. Pelas 15 horas publicaremos o belo texto de Faíza Hayat “O que vou fazer”, que nos fala sobre… que tal esperar para ler?
E a nós, Equipa d’O Ciclista, só nos resta despedir dizer: adeus 2012 e bem-vindo 2013. Que nos traga a todos aquilo que ansiamos!

Graça Matos, A Equipa d´O Ciclista


A maior felicidade
De qualquer ser humano
É saber que é respeitado,
É saber que é amado.

Basta um simples gesto de carinho,
Para ver alguém sorrir.
E neste momento,
Basta um simples “Olá!”,
Para ver o seu olhar brilhar.


Basta um simples olhar sentido
Ou um simples sorriso
Para transmitirmos o nosso carinho
E o nosso calor humano
A quem nos rodeia.

E a maior felicidade
De qualquer ser humano
É saber que é respeitado,
É saber que é amado.








domingo, 30 de dezembro de 2012

Às vezes já pode ser tarde …


Hoje, vamos falar-vos de uma rapariga de 17 anos, que vivia em Aveiro, chamada Mariana. Esta jovem já tinha iniciado a sua vida sexual com o seu ex-namorado, no ano passado, quando ainda tinha 16 anos. Ela era uma rapariga muito feliz, tinha muitos amigos, vinha de uma boa família, era bonita e simpática.
Certo dia, foi ao médico, pois começou a ter muitas constipações e sentia-se muito mal. O médico, por sua vez, pediu-lhe que fizesse vários exames de rotina, entre os quais análises ao sangue e à urina.
Ela fez, então, tudo o que lhe foi pedido e num dos exames ao sangue, no resultado indicava que ela era portadora do vírus HIV, ou seja, tinha SIDA! Ela ficou completamente incrédula, nunca pensou que algo assim lhe pudesse acontecer. Mas lembrou-se que, de facto, tinha tido relações com o seu ex-namorado sem proteção. Agora, já nada podia fazer, o erro já estava cometido e obviamente não podia voltar atrás no tempo…
Entretanto, tentou fazer com que ninguém soubesse que era seropositiva, mas foi impossível e, em pouco tempo, quase toda a escola já sabia, e ela notava que já não era aquilo que sempre tinha sido, já não era tratada da mesma forma, sentia-se posta de parte, sofria com o preconceito que tinham por ela, pelo simples facto de ser portadora do vírus. Até os seus amigos mais chegados se afastaram dela, apenas pela ignorância, pois obviamente que esta doença não se transmite pelo ar, pelo simples facto de estarem com ela. Sendo assim, no momento em que ela mais precisou de ajuda, foi onde mais pessoas a deixaram, com a exceção de um rapaz.
 Ele não era o mais bonito, nem o mais popular, mas dispôs-se a ajudá-la. Como tal, passava os intervalos ao lado dela, iam ambos estudar para a biblioteca. Outras vezes, iam ao cinema. Enfim, faziam tudo juntos, eram como irmãos.
No início do inverno, perceberam que estavam apaixonados um pelo outro e começaram a namorar. Ela, por sua vez, tinha receio pois não queria infetá-lo. Mas mesmo assim decidiram tentar.
Poucas semanas depois, ela começou a sentir-se muito mal, tinha dificuldades a respirar, doía-lhe o tórax, e tossia imenso. Como ela fumava, pensou que tivesse algo a ver com isso e que em breve passasse …
Certa noite, ela começou a vomitar, tinha dores insuportáveis no peito e no tórax e por outro lado, tinha febres muito altas, então chamou os seus pais. Eles foram de imediato ao quarto dela e chamaram a ambulância. Pouco tempo depois, lá estava a ambulância para a levar para o hospital.
No dia seguinte, o seu namorado ligou-lhe. Ela, obviamente, não atendeu. Muito preocupado, então, com a situação, decidiu ir a casa dela. Os pais da Mariana, por sorte, estavam lá, tinham ido almoçar. Receberam-no e disseram-lhe que ela, na noite anterior, tinha ido para o hospital, e que infelizmente tinham descoberto que ela tinha uma pneumonia. Ele foi de imediato para o hospital, foi até ao quarto dela e ficou lá até à hora da visita acabar.
E foi assim o seu percurso durante algumas semanas. Entretanto, cada dia, que passava, ela estava cada vez mais fraca. No fim de algumas semanas, ela acabou por não resistir e morreu. O rapaz ficou muito em baixo, não queria acreditar no que tinha acontecido, e sentiu-se culpado, pois tinha-a avisado tantas vezes para ir ao médico e ela simplesmente não o quis ouvir. Ele tinha imaginado a sua vida inteira ao lado dela, e esse seu desejo acabou por não ser possível.

Mariana Melo, nº 17 e Sofia Afonso, nº 26, 9ºC

sábado, 29 de dezembro de 2012

Exposição Dia Mundial da SIDA


Apresentamos a reportagem fotográfica da exposição que esteve patente aquando da comemoração do Dia Mundial da SIDA e desencadeada pela Equipa do Projeto de Educação para a Saúde da Escola Básica nº 2 de Anadia.
Amanhã publicaremos um texto, escrito pela Maiara Melo e pela Sofia Afonso, do 9º ano, da turma C, que nos relata a história de uma jovem. Serve para todos, particularmente os mais jovens, refletirem sobre as opções que podem e devem tomar. Não deixem de ler este magnífico texto que nos transmite uma extraordinária lição de vida…

Graça Matos, O Ciclista



sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Campanha de Solidariedade - Um miminho de Natal pela Beatriz


O Ciclista noticiou, no passado dia 4, a campanha de solidariedade que decorreu de 1 a 25 (afinal até terminou antes…) de Dezembro, que visava a compra de uma cadeira articulada, no valor de 5500 euros, para a menina Beatriz Pereira, com 5 anos de idade, residente no Canedo – Mealhada, aluna do Agrupamento de Escolas da Mealhada.
Informamos hoje que esta tornou possível a concretização de um sonho, não apenas de um grupo de professores deste agrupamento, dos pais da Beatriz, mas, muito particularmente desta jovem menina.
Esta campanha teve a preciosa colaboração do Agrupamento de Escolas de Anadia, nomeadamente d’O Ciclista, e de Empresas locais.
A preciosa ajuda de todos tornou este objetivo, uma realidade!
O sonho de dar esta cadeira em dezembro pelo Agrupamento da Mealhada à Beatriz deixou de ser um sonho e tornou-se uma realidade. Esta é a foto da Beatriz no passado dia 22 de Dezembro.

Obrigado pela Vossa colaboração!

Graça Matos, O Ciclista
e Nelson Soares, Campanha de Solidariedade AEM

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Seja bem-vindo o espírito solidário!


Esta história diz respeito a uma família, que vivia numa terra longínqua das outras e na verdade, não tinha muitas condições de vida, passando por muitas necessidades, pois era pobre. Nessa família, havia um menino chamado Daniel, que já estava na escola e tinha entrado há um ano.
            Daniel não tinha amigos e as crianças gozavam-no pelo seu aspeto. Até que um dia, um outro menino entrou na escola, foi para o seu ano e para a sua turma. O rapazinho tinha um ar humilde, solidário, muito bom amigo, tímido e “certinho”, então por isso também começaram a gozar com ele.
             O novo menino, que tinha acabado de entrar na escola, era um pouco diferente do Daniel. Ele tinha praticamente tudo, muitos brinquedos, roupa de marca, bom material, entre outros bens. Mas os seus pais sempre o ensinaram a ser solidário, a partilhar com os outros.
             Desde os primeiros dias, o novo menino ganhou algum interesse em conhecer o Daniel. Ele não ligava assim ao que os outros diziam, e muitas vezes pensava como meter conversa ou arranjar um assunto para falar com Daniel, mas ele era muito envergonhado. Entretanto, era precisamente tempo de Natal. Como tal, ele iria esperar pelo início do novo período letivo.
            Quando o segundo período iniciou, todas as crianças chegaram à escola com roupas novas, material novo, muitas novidades para contar… Só o Daniel continuava com os seus trapos velhos, material estragado e velho e sem novidades.
            O menino novo da turma tinha reparado assim que Daniel não tinha recebido presentes de Natal e ficou com pena, ao imaginar uma criança sem presentes. Era de facto triste, pois ele gostava muito da época natalícia, ficava felicíssimo ao poder abrir os imensos presentes que recebia e então, vê-lo sem ter tido o que quase todas as crianças têm deixava-o muito triste. Como tal, decidiu dar metade dos presentes que tinha recebido. Sentir-se-ia assim feliz por poder partilhar os seus todos presentes com os mais necessitados.
            Para tentar fazer uma surpresa ao Daniel, o menino procurou a sua morada e com a ajuda dos seus pais pôs alguns dos seus presentes em grandes sacos e embrulhados com aquele papel vermelho e enfeites de Natal.
            No dia seguinte, ao acordar para ir para a escola, Daniel ficou radiante quando abriu a porta e viu imensos presentes. Não queria acreditar! No meio de todos aqueles presentes estava um bilhetinho onde estava escrito:
            - Tem um ótimo dia, desejo-te tudo de bom! Espero que gostes e que te divirtas!

Do teu amigo novo,
Tomás

            Daniel nunca esqueceu assim o seu único amigo. 

Sofia Ferreira, 8º F

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Mensagem


O Natal não deverá ser apenas a 25 de dezembro, mas sim todos os 365 dias do ano. E deverá sê-lo nos pequenos gestos de amor, de confraternização, de apoio, na vontade de sorrir, de amparar, de entender, de perdoar, de receber e repartir.
  E se fosse sempre Natal?
  Sem dor, só amor!
Guilherme, 8º C 

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Mensagem Natalícia do Sr. Diretor do Agrupamento de Escolas de Anadia


Muitos membros da nossa comunidade educativa estão a atravessar momentos muito difíceis porque perderam o seu emprego, porque não arranjam o 1º emprego. Com a falta de emprego faltam muitas outras coisas. Há famílias que não têm condições para poder satisfazer as suas necessidades básicas. Só lhes resta a esperança. Tem que haver esperança em recuperar o emprego, esperança que o estado social não seja desmantelado, esperança que quem decide (em Portugal ou no resto do mundo) pense mais nas pessoas e menos nos mercados.
Desejo a toda a comunidade um Santo Natal.
Faço votos para que o espírito de Natal permaneça nas nossas mentes e que quem nos governa pense mais nas pessoas e nas situações dramáticas em que muitas se encontram.

Elói Gomes, Diretor do AEA
(excerto da entrevista realizada a 18 de dezembro pelos “jornalistas” d´O Ciclista João Rocha, Manuel Garruço e Márcia Sousa e publicada a 23 do mesmo mês)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Os Votos natalícios da Equipa d´O Ciclista


Eu desejo que neste Natal todas as crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos encontrem a sua felicidade, amor e alegria. Se estiverem com algumas dificuldades na procura venham ao blogue d´O Ciclista e decerto que encontram tudo.
Margarida Costa Pereira


Bom Natal e bom Ano Novo!!
Bjs da
Sofia Ferreira :)


Desejo um bom Natal a toda a gente e que o próximo ano seja melhor do que este!
Ana Patrícia Fernandes


Desejo a todos um feliz Natal.
Manuel Garruço


 Natal somos nós a nascer de novo, a cada dia nesta época de Natal somos: o pinheiro quando resistimos a queda da caminhada, somos os enfeites quando as nossas virtudes são cores que o adornam, somos os sinos de natal quando nos unimos, somos os presépios de natal quando ajudamos os pobres, somos anjos de natal quando cantamos “é Natal é Natal”, somos estrelas do Natal quando conduzimos alguém a Jesus, somos o Pai Natal quando criamos sonhos fantásticos nas mentes das crianças.
Somos de tudo tão bom. Neste Natal só desejo paz, harmonia, amor, afeto, carinho e prendinhas, poucas mas algumas.
Um feliz Natal para todo o mundo.                               
Márcia Sousa


Um Feliz Natal cheio de compreensão, solidariedade, companheirismo, amizade, paz, saúde e amor, pois estes são os melhores presentes que poderemos ter e sem os quais dificilmente poderemos viver. Os outros presentes vêm por acréscimo!
Aqui ficam os meus mais sinceros votos de um Santo Natal e de um Próspero Ano Novo, cheio de esperança.
Sara Castela


Melhor que os presentes debaixo da árvore de natal é ter a família reunida!
Feliz Natal!
Ana Francisca Marques


Eu gostava que todas as pessoas tivessem como prenda de Natal amor, carinho e paz!
Feliz Natal! (:
Adriana Matos


Desejo que neste Natal, todas as famílias tenham alimento, conforto e esperança. Que a bênção de Jesus faça com que raios de luz iluminem o nosso caminho para um futuro melhor.
  Um santo e caloroso Natal.
João Rocha


O pequenito acorda com a balada dos sinos que dobram naquele Dia de Natal.
Devagar levanta o lençol que lhe tapa o belo rosto ainda ensonado.
Saltitando de pé descalço, dirige-se à sala onde, na véspera, deixara o seu sapatinho junto da chaminé.
Quando chega junto dela tenta ver melhor, por isso, algo encantado, esfrega os olhitos que, agora mais despertos, veem mais nitidamente a mãe e o pai que lhe sorriem. Esquecendo o presente, que talvez esteja no sapatinho, corre feliz para os braços que se abrem à sua espera.
Enquanto mãe e filha, esta é a mensagem que desejo partilhar com todos nesta quadra natalícia: o mais belo dos presentes é darmos àqueles que amamos todo o amor que possuímos.
Graça Matos


Espero que neste Natal copies tudo o que é bom e apagues os teus maiores erros.
Abrindo assim o teu coração e retirando de dentro dele o vírus do egoísmo!
Também durante este Natal espero que todos consigamos multiplicar o amor, a felicidade e a solidariedade nos nossos corações tentando diminuir o consumismo, o ódio e a inveja!
Desejo assim um feliz natal e um próspero ano novo!
Margarida Lagoa


O que eu mais gostaria era de não ter de desejar felicidade para ninguém, por isso ser para mim, sinónimo de que todos seriam felizes! Infelizmente não é assim…
Desejo então um Natal cheio de amor, carinho, ternura, compreensão e felicidades para todos e aproveito, nesta época natalícia, para dar o meu conselho para as pessoas abrirem os olhos e terem mais respeito pelos menos necessitados. Colaborem e esforcem-se em tudo o que conseguirem e ajudem os que mais precisam. Sejam solidários e lutem por um mundo melhor e mais igual.
Feliz Natal! (:
Sofia Matos

domingo, 23 de dezembro de 2012

Entrevista com o Sr. Diretor do Agrupamento de Escolas de Anadia


O Ciclista – Bom dia Sr. Diretor. Somos repórteres do Clube de Jornalismo e estamos aqui em nome d´O Ciclista para lhe solicitar que nos conceda uma entrevista.
Diretor – Com certeza que a concederei com muito gosto.
O Ciclista – Muito agradecidos. Então começamos por lhe solicitar que nos fale da nobre e difícil tarefa de ser diretor de um Agrupamento como o de Anadia.
Diretor – Ser diretor neste Agrupamento, ou em outros de dimensão idêntica, não é tarefa fácil. O grande problema de um Agrupamento como o de Anadia é a quantidade de estabelecimento de ensino e a sua dispersão. Além, como é óbvio, das diferentes realidades. Estamos a falar do Pré-Escolar ao Secundário.
O Ciclista – O que o motivou a ser diretor?
Diretor – Já há muitos anos que estou ligado à gestão de escolas/agrupamentos. Gosto das funções. Também, foram muitos os que me incentivaram a concorrer.
O Ciclista – Enquanto diretor, qual foi a decisão que tomou até agora que considera que foi a mais difícil de tomar?
Diretor – Não tomei nenhuma decisão que, em particular, considere ter sido a mais difícil de tomar. Mas, considero que as decisões mais difíceis de tomar são aquelas que “mexem” diretamente com a vida dos alunos, dos funcionários e dos docentes.
O Ciclista – E qual foi aquela que considerou a mais fácil?
Diretor – Considerando o que foi dito na questão anterior, também não sei qual foi a mais fácil.
O Ciclista – As suas decisões são sempre tomadas só por si?
Diretor – Prezo muito o trabalho de equipa. Todos os elementos da direção, na gestão diária, tomam decisões dentro do que está estabelecido. Há decisões que carecem de análise e discussão para encontrar o melhor caminho. Várias cabeças pensam melhor que uma. O Agrupamento é gerido por uma direção com a prestimosa colaboração dos Coordenadores de Estabelecimentos e dos diversos Órgãos do Agrupamento.
O Ciclista – Sobre a crise, nomeadamente a crise económica que vivemos no nosso país, há com certeza alunos afetados no nosso Agrupamento. Tem conhecimento de alguns casos mais complicados?
Diretor – Infelizmente, existem.
O Ciclista – As escolas estão a desenvolver algum projeto no sentido de resolver estes casos mais complicados? Se sim qual, ou quais?
Diretor – Há um grande empenho por parte dos funcionários, dos professores e até de alguns alunos na deteção desses casos. Uma vez detetadas as situações, passa-se à fase da resolução com a aplicação do Programa ”Pera” – é o fornecido aos alunos pequeno-almoço ou lanche ou os dois. Também temos no Agrupamento o GIC (grupo de intervenção comunitária) que tem colaborado, nas questões da alimentação, medicamentos, roupas... Há muitas outras iniciativas.
O Ciclista Dado que estamos em plena época natalícia gostaria de nos falar sobre esta época que estamos a viver?
Diretor – É uma época que gosto particularmente. As pessoas ficam mais próximas. Há mais tolerância. É a época em que mais se lembra a família. As pessoas ficam mais sorridentes e desejam tudo de bom para os outros. Há fraternidade no ar.
O Ciclista – Considera que no nosso Agrupamento foi promovido o espírito de Natal?
Diretor – Sim, considero. A amizade, a paz, a entreajuda, a tolerância e a família são coisas do Natal, mas que são promovidas ao longo de todo o ano.  
O Ciclista – Que atividades é que o Agrupamento tem promovido nesse sentido?
Diretor – No Plano Anual de Atividades do Agrupamento constam muitas atividade alusivas à época natalícia.
O Ciclista – Essas atividades foram promovidas exclusivamente pelo Agrupamento, ou em parceria com outros estabelecimentos, empresas, etc.? Se sim, com quais, ou com quem?
Diretor – O Agrupamento é composto por 13 Jardins-de-Infância, 19 Escolas do 1º Ciclo, 1 Centro Escolar (Pré-Escolar e 1º Ciclo), 2 escolas Básicas com 2º e 3º Ciclos e 1 Escola Secundária com 3º Ciclo. Muitos estabelecimentos juntam-se e organizam as suas festas de Natal. Em muitos deles há uma grande participação da comunidade educativa; Pais, Juntas de Freguesia e a Câmara Municipal. Fazem-se trabalhos e exposições. A Câmara Municipal fez passar um filme no Cineteatro de Anadia e transportou todas as crianças do Pré-Escolar e do 1º Ciclo. A Junta de Freguesia de Arcos levou o Circo ao Centro Escolar de Arcos. Estes são alguns exemplos.
O Ciclista – Gostaria de partilhar com os nossos leitores e enquanto Diretor, uma mensagem natalícia de esperança e conforto para todos os membros da nossa comunidade educativa e mesmo para os nossos leitores?
Caro leitor! Informamo-lo que a resposta do Sr. Diretor, a esta questão, será publicada no Dia de Natal.
O Ciclista – Já agora e prometemos que esta parte da entrevista ficará guardada para ser publicada apenas no primeiro dia do ano, qual a mensagem que gostaria de transmitir a todos os Ciclistas para 2013?
E esta … Claro que mais tarde!
O Ciclista – Uma penúltima pergunta. Lê com regularidade o nosso blogue?
Diretor – Leio. Também devo confessar que muitas vezes sou alertado para os trabalhos aí publicados o que é um bom sinal.
O Ciclista – Qual a sua opinião acerca do nosso clube O Ciclista?
Diretor – Reconheço o bom trabalho que é feito a nível do clube O Ciclista. O Clube presta um bom serviço ao Agrupamento e à Comunidade Educativa. Só com uma grande dedicação é possível a qualidade dos trabalhos apresentados. Muito obrigado.
O Ciclista – Em nome d´O Ciclista, o nosso agradecimento por nos ter concedido esta entrevista.

João Rocha, Manuel Garruço e Márcia Sousa, O Ciclista

sábado, 22 de dezembro de 2012

Exclusivo entrevista ao Sr. Diretor do AEA, Prof. Elói Gomes



O Ciclista lançou o desafio a três dos seus repórteres: entrevistarem o Diretor do Agrupamento, o Professor Elói Gomes.
O João Rocha, o Manuel Garruço e a Márcia Sousa como “excelentes profissionais” que são, aceitaram-no.
Deste modo, caro leitor, não deixe de ler já amanhã a grande entrevista (embora não na sua totalidade) feita ao nosso Diretor, a quem desde já agradecemos toda a simpatia e carinho com que recebeu os três jovens jornalistas do nosso Clube de Jornalismo, O Ciclista.
A Equipa d´O Ciclista aproveita para endereçar a toda a direção os votos de boas festas e especialmente ao Diretor as rápidas melhoras.

A Equipa d´O Ciclista


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Os dias de hoje…


Os tempos evoluem, mas por incrível que pareça ultimamente, no nosso país, têm-se vindo a verificar problemas financeiros, sociais, entre outros.
Quanto àqueles que governam o nosso país e que deveriam dar o exemplo, por vezes, constatamos que muitos dos nossos políticos têm sido apanhados na corrupção, provocando o descontentamento da população, mas nem sempre são levados a pagar pelos seus crimes, o que é muito grave.
Por outro lado, ultimamente, só se ouve falar da crise que tem vindo a afetar quase o país inteiro, levando à falência de fábricas e ao encerramento de locais públicos, gerando assim uma alta taxa de desemprego.
Se, no nosso país, não há emprego, os portugueses veem-se obrigados a emigrar, levando assim os mais idosos a ficarem nas suas casas abandonados e na solidão.
De facto, cada vez são mais os jovens que emigram e Portugal acabará por ficar só com pessoas que estão reformadas e outras quase a alcançar a reforma. Mas, eu tenho fé de que, se o país se compuser, ainda seremos capazes de contribuir para uma boa sociedade. E assim o abandono, a solidão, o desemprego e a desumanidade poderão vir a diminuir e voltaremos a ser um país melhor.
Para isso, temos de acreditar e até lá lutar por dias melhores e mantermo-nos unidos e fortes!

David Cruz, nº 10, 9º D

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Portugal, Hoje!


Em Portugal, atualmente, vive-se um período muito difícil. Cada dia que passa, há mais desemprego e a solução para muitos é emigrar. Constatamos também que Portugal está a ficar cada vez mais velho, pois os novos estão cada vez mais a ir embora para encontrar oportunidades no estrangeiro.
O que me aborrece mais são os políticos que ganham grandes ordenados, fazem promessas atrás de promessas e o problema é que não as cumprem.
Voltando à situação do desemprego. Por vezes, constato que há pessoas que estão desempregadas e, como recebem um subsídio, vivem numa situação de comodismo e ficam em casa, certamente, à espera que lhes batam à porta para lhes perguntarem se querem ir trabalhar para algum sítio, mas felizmente tenho consciência de que há outras que ficam insatisfeitas e procuram, procuram e procuram, mas a situação do país está tão má que dificilmente irão encontrar algum emprego.
Por outro lado, diariamente, no telejornal, vejo cada vez mais notícias a informarem que há políticos sujeitos a processos criminais, porque fizeram algo de incorreto, porque foram corruptos e no final, nada lhes acontece. O que é realmente injusto e inadmissível!
Fala-se também do abandono de idosos. Tantos que já foram encontrados mortos, por estarem sozinhos nas suas casas e ninguém querer saber deles! Será que estas pessoas não têm família que deem por falta deles?!
Cada vez há mais pessoas com o salário mínimo, e que têm de sobreviver com ele para uma, duas ou mais de três pessoas no seu agregado familiar. Há, assim, cada vez mais pessoas a viverem na miséria, em casas com condições desumanas. Por vezes, não têm água, luz, nem fogão para fazerem a sua própria comida. Por outro lado, cada vez há mais assaltos para conseguirem sobreviver e os que acabaram por ser assaltados é que ficam na miséria.
Ai, Portugal, Portugal, cada dia que passa, estás pior!

Matilde, nº 21, 9º C

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A sociedade dos nossos dias


A sociedade em que vivemos, obviamente, não é a melhor, na medida em que ainda há muitas falhas, como o preconceito, a xenofobia, o racismo, entre outras atitudes que vão fazendo com que as pessoas se tornem cada vez mais desumanas.
Na minha opinião, para a sociedade atual há sempre algo que não está bem, daí colocarem sempre defeitos em algo, causando por vezes situações desagradáveis.
O que me incomoda muito nesta sociedade é o preconceito, pois todos somos iguais e, como humanos que somos, devemos ter os mesmos direitos. Nalguns países, principalmente pouco desenvolvidos, existe ainda o preconceito com a diferenciação de sexos, tendo as mulheres menos direitos que os homens, e eu acho essa atitude completamente ridícula, mas é a cultura desses países, por isso temos de respeitá-la embora não concordemos. Mas há casos em que as pessoas não concordam e não sabem respeitar, criando situações de conflito.
Outra situação que me preocupa como jovem que sou é aquela que se passa, nos dias de hoje, com os nossos idosos, que são deixados pelos filhos em lares, para que outras pessoas tratem deles. Se pensarmos bem, eles nasceram em tempos difíceis. Como tal, deviam considerá-los como heróis, já viveram muito e são bastante sábios, tal como também não acho correto deixarem-nos na solidão. Há que se ter um ponto de equilíbrio e se os filhos têm possibilidades e condições de tratar dos seus pais já de uma certa idade, não devem então abandoná-los em lares. Se vivem longe deles e eles não querem ir para um lar ou sair das suas casas, devem visitá-los sempre que puderem, pois foi graças a eles que todos nós existimos e a quem lhes devemos a vida. Eles são pessoas que independentemente do que acontecer estarão sempre aqui para nós.
Considero assim que temos de ser mais humanos uns com os outros e não devemos ser egoístas nem egocêntricos. Devemos, então, pensar mais nos que estão à nossa volta, tanto a família, como os amigos, conhecidos, professores...
Sendo assim, se todos conseguirmos mudar os nossos pensamentos e as nossas atitudes, conseguiremos fazer a diferença!
Maiara, 9º C

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Dia Internacional das Migrações

18 de dezembro de 2012

O Ciclista decidiu assinalar este dia de um modo algo diferente daquele que habituou os seus leitores.
A Leandra Marlene e a Sónia Barros, do 8º Ano da turma E, presentearam-nos com dois textos sobre as vindimas e estavam muito preocupadas porque pensaram que não os quereríamos publicar por estarem “fora do prazo”. Evidentemente que O Ciclista nunca rejeita nenhum trabalho dos alunos e não seria esta a primeira vez. No entanto, lembrámo-nos de fazer um aproveitamento do mesmo.
Decidimos, por isso, relembrar a tradição, já perdida no tempo, em que a população rumava particularmente para o Douro, ou para a nossa Bairrada, para fazer as vindimas. Já muitos esqueceram e outros desconhecem por completo estas migrações sazonais que caracterizaram a nossa sociedade.
Famílias inteiras pegavam nos seus escassos pertences e rumavam a norte para cumprirem a tradição secular de gerações. E todos, desde a mais tenra idade, até ao mais idoso cortavam os cachos e enchiam com eles as cestas feitas de vime que as mulheres transportavam depois à cabeça para depositavam nos carros de bois.

Graça Matos, O Ciclista




As vindimas

 
No Outono fazem-se as vindimas.
Homens e mulheres cortam os cachos de uvas maduros que são transportados nos tratores para os lagares. Antigamente, as uvas eram pisadas com os pés. Atualmente, esse trabalho é feito com máquinas próprias, no entanto há ainda pessoas que pisam as uvas em casa nas dornas. Depois das uvas pisadas, obtemos o mosto que fermentado transforma-se em vinho. O vinho é guardado em pipos ou cubas até ao S. Martinho. Lá diz o ditado popular ”No dia de S. Martinho comem-se as castanhas e prova-se o vinho”.

Sónia Barros, 8ºE


As vindimas


No Outono, os campos ficam com várias cores: amarelo, vermelho e castanho. É a época das vindimas e das castanhas. As uvas ficam maduras, por isso fazem-se as vindimas. As vindimas são um trabalho duro, mas muito divertido!
Logo pela manhã, as pessoas começam o seu trabalho: cortam os cachos de uvas, põem-nos nos potes e carregam-nos até ao trator. Enquanto trabalham, conversam, dizem piadas e comem uvas.
No final do dia, os tratores levam as uvas para o lagar. Depois pisam-se as uvas no lagar ou nas dornas para obter o mosto. Depois do mosto fermentar transforma-se em vinho.
O vinho guarda-se em pipos ou cubas até ao S. Martinho.

Leandra Marlene, 8º E