Na rua do meu nascer
Nenhumas
sombras havia,
E
a luz do sol tão ardente
Que
mesmo ao entardecer,
Era
a lava que acendia
Pela
força do clarão,
E
até as pedras do chão
E
a flor mais resiliente,
Sucumbiam
à torrente
Que
ardia dentro da gente.
As tréguas que a noite dava
Eram
de apressada dura,
Quando
o sol adormecia
Até
ao nascer da alvura
O
calor nunca dormia.
Logo
a aurora despontava
E
a canícula irada
Afogueava
a calçada,
Que
sucumbia à torrente
Que
ardia dentro da gente.
Meu Alentejo, queimado,
De
penedias despidas
E
homens de rosto tisnado
Nas
searas ressequidas
Magicavam
desamores
Alagados
em suores.
Sob
o sol que se acendia
Até
ao entardecer
Nenhumas
sombras havia,
Na
rua do meu nascer.
João Chamiço, Centro Qualifica, AEA
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