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quarta-feira, 11 de março de 2015

Uma personagem real

  
Todos nós sabemos que através dos livros, podemos viajar por esse mundo fora sem sair do nosso lugar e acabamos por conhecer personagens que nunca esquecemos e que, muitas das vezes, passamos a considerar heróis da nossa vida.
Foi, então, pedido aos alunos do 9º E da Escola Básica e Secundária de Anadia e do 9º A e C da Escola Básica nº 2 de Vilarinho do Bairro que imaginassem que, num belo dia, encontrariam uma das suas personagens preferidas, criando assim um texto narrativo, com um pequeno momento de descrição e de diálogo. E são alguns desses textos que o blogue d’ “O Ciclista” vos quer dar a conhecer.
Sara Castela, O Ciclista

Uma personagem real

Lembro-me de ler muitas histórias, entre as quais aventuras, comédias ou romances. De facto, ler é uma paixão pois, com cada história, entramos num novo mundo, um mundo de fantasia.
Certo dia, ia eu a caminhar na grande cidade de Los Angeles, quando senti que era seguida. Olhei para trás e vi a Marta. Sim! A Marta dos livros de “Duarte e Marta” de Maria Inês Almeida e Joaquim Vieira. Reconheci-a porque gostei muito de ler o livro: ”O Casarão Assombrado”, tendo sido a personagem que mais me chamou a atenção na altura.
Decidi aproximar-me e perguntei o que acontecera, uma vez que ela não devia estar neste mundo.
Marta, por sua vez, respondeu:
- Não sei o que se passa. Pois, desde que leste o livro em que eu era personagem, tenho-me sentido estranha e hoje acordei neste mundo.
- Tem calma! - exclamei eu - Tudo se vai resolver e tu vais voltar, mas temos de descobrir como fazê-lo.
Entretanto, lembrei-me de algo. Quando era muito pequena, o meu avô mostrou-me um sótão cheio de livros e ele disse que, se algum dia precisasse de respostas, devia procurar lá.
- Então, vamos! - disse Marta com entusiasmo.
Ao chegarmos, deparámo-nos com pilhas de livros e caixas cobertas de pó, pelo que aparentava que já não entrava lá ninguém há anos. Começámos assim a procurar e deparámo-nos com um livro intitulado de “Vai e Vem”. No seu interior, estava escrito ”Então, o teu herói voltou?” Folheámos o livro e encontrámos um documento que dizia que a última e única maneira de mandarmos o nosso herói de volta para a sua dimensão era sentir de novo a mesma emoção que sentimos pela primeira vez que lemos o livro em causa. Assim o fiz e não foi difícil, pois o gosto que senti ao ler novamente o livro era maravilhoso e, quando li a última página, tudo voltou ao normal.
Na verdade, ler é algo extraordinário, é acreditar que todas as histórias podem ter um final feliz, incluindo a de nós próprios. Só é preciso acreditar.
Inês Oliveira, nº 12, 9º A - Vilarinho

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