Foi no ano passado.
Ainda me lembro como se fosse hoje.
Estava eu a passar
por uma fase menos boa. Os meus pais tinham acabado de perder a vida num
acidente de carro. Estava sem forças para nada e foi, após a primeira semana a
isto acontecer, que eu me tornei consumidora de drogas. Foi nesse caminho
pernicioso que me refugiei. E talvez coincidência ou não, não sei, eu costumava
ir a um parque e havia um banco onde sempre me sentara com os meus pais, quando
eles estavam vivos.
Numa tarde, após a
escola, fui então precisamente a esse parque e no banco, onde era costume eu me
sentar, havia um livro mas sem ninguém e aí eu pensei: “Vou-me sentar! De
certeza que neste banco caberá mais alguém.”
Sentei-me e quando
estava para tirar o meu último cigarro, o livro abriu-se sozinho, o que me
deixou bastante assustada. E, de dentro do livro, apareceu uma rapariga de
estatura média, com os cabelos castanhos, compridos e ondulados, tinha uns
olhos grandes e cansados.
Fiquei a olhar para
ela com desconfiança e pensei para com os meus botões: “Do nada, uma rapariga
que nunca tinha visto na vida aparece-me de um livro?! Isto só podem ser coisas
da minha cabeça!” E ela, por sua vez, leu aquilo que eu tinha pensado, o que me
estava a deixar cada vez mais confusa, baralhada.
- Não são coisas da
tua cabeça! Chamo-me Marta e perdi a vida devido ao excesso de consumo daquilo
que tens precisamente na mão!
- Tu não me conheces
de lado nenhum! Apareces do nada e vens falar sobre a minha vida?!
- Eu sei bem o que é
estar no teu lugar! Não fumes isso e acompanha-me que eu vou-te mostrar tudo o
que aconteceu comigo.
Dei-lhe a mão
insegura e, de seguida, fomos para um lago ali perto e a minha vida, como se
estivesse gravada num DVD, começou a passar nas águas cristalinas do lago.
Seguidamente passou a dela. Desatei logo a chorar e, sem ter tempo de dizer
alguma coisa, ela relatou cada dor, cada momento, tudo… E já sem saber o que
dizer, atirei aquele cigarro para o lago e prometi-lhe que iria mudar e que
jamais iria voltar a cometer aquele erro.
Ela, com uma lágrima
no rosto, deu-me um abraço e desapareceu. Nunca mais a pude ver. Por
conseguinte, só sei uma coisa, após isto tornei-me uma pessoa muito melhor!
Diana
Fernandes, nº 9, 9º E
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