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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Natal

Numa bela cidade, iluminada por uma enorme árvore de Natal comum, com luzes, brilho e cores por todos os lados, existia algures um jovem que vivia numa modesta casa. Nesta não havia fome, mas também não havia excedentes nem grandes petiscos, apenas vigorava num canto da sala o seu grande esplendor, uma humilde árvore de Natal com uma estrela brilhante. A estrela era, sem dúvida, a sua pérola, uma vez que o aquecia e o acompanhava na época natalícia e era para ela que falava naquelas noites frias de inverno.
O dia de Natal passava-o normalmente sozinho, já que os seus pais eram emigrantes e, por questão de trabalho, não podiam acompanhá-lo nesse dia e os seus amigos, por sua vez, estavam junto da família. Este jovem, que se chamava José, tinha um grande sonho que era estar com a família no dia de Natal.
O José era considerado pelos vizinhos e pelas pessoas com quem convivia um rapaz de alto calibre, humilde, generoso, trabalhador e sempre que possível fazia algo para ajudar, à sua maneira e de acordo com as suas possibilidades, alguém que precisasse.
Era raro o dia que não se dirigisse à caixa de correio, à procura das palavras abençoadas dos seus entes queridos, da sua família. Contudo, certo dia, foi surpreendido com uma carta na caixa de correio que reconheceu não ser dos seus pais. Pensou ser mais alguma conta para pagar ou outra coisa menos boa. Porém, era uma grande surpresa, dentro do envelope havia um pequeno bilhete dirigido a si e um bilhete de avião, de ida e volta, para o país onde se encontravam os seus pais. Poderia passar o Natal com quem mais gostava!!! Estava incrédulo, na sua cara corriam lágrimas de felicidade, parecia certamente um sonho, e era mesmo um sonho que se tornaria realidade.
No dia seguinte, descobriu que quem tinha conseguido o bilhete de avião tinham sido os seus amigos verdadeiros, que se juntaram e conseguiram tal proeza.
Na sua viagem levava pouca bagagem, alguma roupa, uma imagem da família com alguns amigos e uma estrela, a da sua árvore de Natal.
Não devemos, pois, desistir dos nossos sonhos. Devemos acreditar, ter fé, dar valor a quem nos é mais querido e ajudar os outros sem pedir algo em troca. Certamente, um dia seremos surpreendidos e recompensados.
Sendo assim, nunca é de mais lembrar que Natal é paz, amor e alegria, é dar algo sem pedir outra coisa em troca. E como tal, os presentes mais valiosos não são os materiais que se guardam numa gaveta, mas aqueles que ficam no coração.

Rúben Saldanha, O Ciclista

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