No ano passado, a Maratona de Cartas foi
considerado o maior evento de direitos humanos da Amnistia Internacional. Muitos
portugueses contribuíram para o envio de mais de 96 mil cartas e 200 ações de solidariedade,
que se juntaram aos mais de 2 milhões de cartas em todo o mundo.
Este ano a Maratona de Cartas teve início em
outubro, com a recolha de assinaturas e ações de solidariedade por Moses
Akatugba e continua agora com mais três cartas uma pela comunidade
Mkhondo, outra pela Liu Ping e outra pela Chelsea Manning.
A Amnistia
Internacional conta com todos nós
para ajudar a salvar vidas, consciencializando, simultaneamente, as crianças e
jovens para a importância dos Direitos Humanos.
Assim, estas cartas podem ser assinadas no nosso
Agrupamento. Para tal, só necessitam de se dirigir à Dra. Cristina Carvalho
(Coordenadora do Departamento de Ciências Sociais e Humanas).
Mas, também podem ser assinadas via Internet no sítio
da Amnistia
Internacional.
Transcrevemos abaixo, cada uma das quatro cartas.
Colabore, ajude a salvar vidas!
A Equipa
d’O Ciclista
MOSES AKATUGBA
Excelência
Venho
por este meio expressar a minha preocupação face à situação de Moses Akatugba, condenado
à morte em novembro de 2013, por um crime que alegadamente cometeu quando era
menor de dezoito anos, o que contradiz as disposições legais da legislação
nigeriana e internacional. O processo judicial que conduziu a esta condenação
apresenta várias irregularidades: a sentença baseia-se exclusivamente na
confissão de Moses Akatugba, obtida sob tortura, e no relato de uma vítima que,
segundo o advogado de defesa, revela diversas contradições. Moses Akatugba
alega ter sido sujeito a práticas de tortura e diversas formas de tratamento
degradante, em diversas ocasiões, por parte da polícia do estado do Delta.
Apelo,
por isso, a Vossa Excelência para que comute a sentença de Moses Akatugba,
garanta a abertura de uma investigação judicial independente sobre as alegações
de tortura por parte da polícia do estado do Delta e que, caso estas se
confirmem, os responsáveis sejam levados perante a justiça.
Atenciosamente
COMUNIDADE MKHONDO
Excelência,
Escrevo-lhe
com preocupação pelas dificuldades de acesso aos serviços de saúde por parte
das mulheres grávidas da comunidade de Mkhondo onde 25% das mortes maternas
devido a esta situação seriam evitáveis.
Esta
comunidade apresenta também uma das maiores taxas de prevalência de VIH SIDA em
mulheres grávidas (mais de 46%) e mais de 10% das raparigas com menos de 18
anos estão grávidas.
Apelo
a que o governo sul-africano reconheça as barreiras de género no acesso a
serviços de saúde e que colmate esta lacuna usando uma abordagem
multidimensional de forma a reduzir a mortalidade materna, taxa de prevalência
do VIH SIDA e a discriminação de género.
Peço
também que sejam alocados a esta abordagem os recursos financeiros adequados e
que o Parlamento seja devidamente informado do progresso deste trabalho de modo
a garantir a concretização dos objetivos.
Atenciosamente
LIU PING
Excelência
Escrevo-lhe
com preocupação pela situação de Liu Ping, ativista anticorrupção, que foi
presa e sentenciada a seis anos e meio de prisão por exercer o direito à
liberdade de expressão e reunião.
Liu
Ping é uma das muitas ativistas associadas ao Movimento dos Novos Cidadãos (New
Citizen’s Movement) cujos membros têm sido perseguidos e detidos pelas
autoridades chinesas.
Liu
Ping afirmou que foi torturada enquanto estava em prisão preventiva.
Apelo
a que seja libertada imediata e incondicionalmente.
Atenciosamente
CHELSEA MANNING
Excelência,
Escrevo-lhe
com preocupação pelo caso de Chelsea Manning, sentenciada a 35 anos de prisão por
expor informações relevantes acerca de graves violações de direitos humanos e
de direito internacional humanitário cometidas pelos soldados norte-americanos,
pelas forças militares iraquianas e afegãs que combateram ao lado do exército
dos EUA, por mercenários e pela CIA no contexto das operações de contra
terrorismo.
Apelo
a que conceda clemência a Chelsea Manning e que ordene a sua libertação em
reconhecimento da sua motivação e o facto de já ter cumprido pena em prisão
preventiva.
Apelo
também a que implemente uma investigação minuciosa e imparcial das potenciais
violações de direitos humanos que Chelsea reportou e que assegure salvaguardas
para pessoas que revelem informações desta natureza.
Atenciosamente
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