A
crónica, que a seguir vos apresentamos, apresenta marcadamente o sentido
irónico que por vezes sobressai nesta tipologia textual. O aluno em causa
sentiu um pouco a influência de Ricardo Araújo Pereira que também escreve as
suas crónicas, marcadas pelo seu profundo sarcasmo.
É de
salientar que este nosso aluno tem uma outra visão diferente da escola que não
corresponde de maneira nenhuma àquela que ele nos apresenta no seu texto.
Sara Castela, O Ciclista
A vida de um estudante
Saio
de casa à pressa, pois o despertador não tocou, ou se calhar não o ouvi! Corro
até à paragem para ver se não perdi aquele monstro que todos os dias nos leva
para aquele inferno que conhecemos como escola. Passo o passe e vou sentar-me
no último banco com os meus amigos. Lá dentro, um barulho ensurdecedor.
Chego à escola, já deu o toque de entrada, mas
como não me apetece correr, vou ainda mais devagar do que o costume e ainda vou
à casa de banho, porque com toda esta pressa não consegui “virar a água toda às
azeitonas”. Bato à porta, esperando que ninguém a ouvisse, mas acabam por
abrir. Apetece-me gritar bem alto: “Que ganda
seca!”, mas não o faço porque iria parecer mal. No resto da manhã, tenho
mais duas aulas.
Na
hora de almoço, almoço rápido para ir relaxar no tempo restante que tenho.
Porém, a minha razão de viver passa por mim e eu chego perto dela e digo-lhe:
“Boa tarde!”. Ela dá-me dois beijos e depois vamos falar sobre problemas,
mágoas, felicidades ou rir-nos um do outro sem motivo aparente. Grandes e bons
momentos que estes são!
Tenho
aulas de tarde, mas como não as aprecio, nem sequer as vou mencionar. Nos
intervalos das aulas, eu e a minha razão de viver estamos juntos na mesma. Eis,
então, que ela me olha fixamente como se quisesse algo de mim, eu olho-a da mesma
maneira e depois desviamos os olhares.
Está
na altura de ir para casa, ela abraça-me e dá-me um beijo na cara e diz-me
“Adeus!”. Eu retribuo tudo, embora ela pareça que tenha ficado insatisfeita.
Vou
para o autocarro, sento-me no mesmo lugar de sempre e espero pela minha paragem
para chegar a casa. Assim que chego, vou ver os novos modelos de carros e motas
que saíram neste mês, e ainda dou uma olhadela no Facebook. Depois faço os
trabalhos de casa.
Em suma, a vida de um estudante é complicada e
difícil, pois nunca sabemos o que se pode passar desde que saímos de casa.
Pedro Louro, nº15, 9ºC – Vilarinho
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