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sexta-feira, 13 de agosto de 2021

“Aquela cativa”

de Luís Vaz de Camões (texto de apreciação crítica)

       O poema Aquela cativa” é uma trova do conceituado poeta Luís Vaz de Camões. Esta trova pertence à medida velha estando, por isso, inserida numa vertente tradicional.

       Trata-se de um poema que tem como tema central a representação da mulher amada, Bárbara. Ao longo da composição poética, o sujeito poético descreve a sua amada fisicamente. Esta tem um rosto singular, único (“Rosto singular”), olhos escuros (“Olhos…pretos”), cabelos pretos (“Pretos os cabelos”) e pele escura (“Pretidão de Amor; /Que a neve lhe jura/Que trocara a cor”).

       Eu apreciei bastante este poema sobretudo por três razões. Por um lado, Camões foge ao padrão de beleza física petrarquista, onde as mulheres tinham que ter cabelos loiros, pele clara e olhos claros, mostrando, assim, um carácter inovador. Por outro lado, é de louvar a autenticidade e a vivacidade, ao longo do poema, através do uso dos recursos expressivos e dos trocadilhos. O trocadilho (“Aquela cativa/Que me tem cativo”) é muito interessante, pois o sujeito poético faz um jogo de palavras entre a classe social de Bárbara, pois esta era uma escrava e o sentimento que este tem por ela, pois deixou-o completamente apaixonado, ou seja, “preso” no amor que este apresenta pela “cativa”. Por último, um outro aspeto de que gostei também foi o facto de o sujeito lírico hiperbolizar a beleza da amada, mesmo esta tendo uma beleza fora do comum.

       Em suma, este poema permite-nos conhecer melhor a qualidade e a originalidade de escrita deste célebre e exímio poeta português.

Ana Luísa Magalhães, n.º 1, 10.º E

 

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