de Luís Vaz de Camões
(texto de apreciação crítica)
O
poema “Aquela cativa” é uma trova do conceituado poeta Luís Vaz de
Camões. Esta trova pertence à medida velha estando, por isso, inserida numa
vertente tradicional.
Trata-se
de um poema que tem como tema central a representação da mulher amada, Bárbara.
Ao longo da composição poética, o sujeito poético descreve a sua amada
fisicamente. Esta tem um rosto singular, único (“Rosto singular”), olhos
escuros (“Olhos…pretos”), cabelos pretos (“Pretos os cabelos”) e pele escura
(“Pretidão de Amor; /Que a neve lhe jura/Que trocara a cor”).
Eu apreciei bastante este poema sobretudo por
três razões. Por um lado, Camões foge ao padrão de beleza física petrarquista,
onde as mulheres tinham que ter cabelos loiros, pele clara e olhos claros,
mostrando, assim, um carácter inovador. Por outro lado, é de louvar a
autenticidade e a vivacidade, ao longo do poema, através do uso dos recursos
expressivos e dos trocadilhos. O trocadilho (“Aquela cativa/Que me tem cativo”)
é muito interessante, pois o sujeito poético faz um jogo de palavras entre a
classe social de Bárbara, pois esta era uma escrava e o sentimento que este tem
por ela, pois deixou-o completamente apaixonado, ou seja, “preso” no amor que
este apresenta pela “cativa”. Por último, um outro aspeto de que gostei também
foi o facto de o sujeito lírico hiperbolizar a beleza da amada, mesmo esta
tendo uma beleza fora do comum.
Em
suma, este poema permite-nos conhecer melhor a qualidade e a originalidade de
escrita deste célebre e exímio poeta português.
Ana Luísa Magalhães, n.º 1, 10.º E
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