O concurso
Escolar Ler & Aprender 2018,
promovido pela Biblioteca Municipal de Anadia teve, como habitualmente, a
participação dos alunos do nosso Agrupamento, desde o 1.º ciclo ao ensino
secundário. Foram cinco os alunos premiados. Contudo, o nosso jornal irá dar
visibilidade a todos os textos escritos pelos nossos alunos, fazendo
referência, como não poderia deixar de ser, aos alunos que obtiveram os lugares
cimeiros.
A ordem
de apresentação é por ciclo de ensino e por género, primeiro os textos do género
narrativo, seguidos do género lírico e, por fim os correspondentes à nova
categoria premiada. Iniciamos com o 1.º Ciclo e terminamos com o ensino
secundário. No fim de cada ciclo serão publicados os textos classificados
respetivamente em 2.º e 1.º lugares.
O
Ciclista expressa a todos os concorrentes os parabéns pelos textos escritos.
Em
particular, e mais uma vez, a todos que obtiveram uma menção honrosa, nomeadamente
a aluna do 1.º Ciclo do Centro Escolar de Arcos, Melanie Teles Galante Silva Neves,
com o poema “Pai”, a Andreia Filipa Lopes Saraiva, do 2.º Ciclo da Escola
Básica de Vilarinho do Bairro, com o poema “Os sentimentos de adoção”, o João
Chamilo, aluno do Centro Qualifica, com o texto narrativo “Os velhos também
amam” e Zália Martins, também do Centro Qualifica, com o poema “Se eu soubesse
pintar”.
Finalmente,
endereçamos os nossos parabéns aos dois grandes vencedores do género lírico,
Tiago Peralta Rodrigues, aluno do 3.º ciclo da Escola Básica de Vilarinho do
Bairro, com o poema “O que é o tempo” e “Serenamente!”, poema escrito pela aluna do
12.º ano da Escola Básica e Secundária de Anadia, Adriana de Matos Pedrosa.
“Uma luz
no céu!”, da autoria desta última aluna do ensino secundário, foi consagrado o
vencedor da nova categoria que premiou a produção de um conto inédito dedicado
ao livro e ao prazer da leitura e que homenageou Gustavo Campar, um jovem
utilizador da BMA e aluno da Escola Básica e Secundária de Anadia, falecido a 8
de maio de 2017.
Graça Matos, O Ciclista
A Menina e a Dança
Nas ruas de Paris havia uma menina muito pobre
com lindos cabelos ruivos e encaracolados e olhos azuis. Era alta e magra,
doce, gentil e bondosa. Chamava-se Elisa.
Essa menina sonhava ser bailarina e até era talentosa,
mas não tinha dinheiro para pagar as aulas, nem quem a ajudasse.
Ela desejava muito entrar numa academia
chamada Escola de Dança e Bailado, ou seja, EDB, e como não tinha dinheiro,
sabia que só havia uma forma de o conseguir: mostrar o seu real valor, e ganhar
uma bolsa.
O dia
das audições estava a aproximar-se, era já no próximo mês. A menina sentia-se
insegura, pensava que não era suficientemente graciosa, que precisava de
treinar cada vez mais.
Num desses dias, a caminho de casa, começou a
pensar para si mesma:
- É melhor desistir do meu sonho.
Foi, então, que ouviu uma voz rouca que tossia
e chorava. Decidida foi ver o que se passava. Ela viu uma velhinha sentada no
meio do chão e perguntou-lhe o que se passava. A velhinha respondeu-lhe:
-Eu sou pobre e ninguém me dá um bocadinho de
comida quando eu lhes peço. Tu, por acaso, não me podes dar um bocadinho de
pão?
Elisa só tinha um restinho do pão do lanche,
pouco mais que migalhas, mas mesmo assim deu-as à pobre senhora.
- És uma menina muito gentil! – agradeceu a
velha senhora - Para te agradecer, vou dar-te este chapéu mágico, porque sei qual
é o teu sonho e, se queres um conselho de uma velha sábia, não desistas dele.
De imediato, pôs o chapéu na cabeça e
começaram a aparecer pensamentos sobre o ballet e toda uma onda de confiança
invadiu-a.
No dia das audições, bem treinada, lá estava
ela pronta para brilhar. Quando subiu ao palco, viu logo, na primeira fila, a
senhora que lhe tinha dado o chapéu e agradeceu-lhe com o olhar.
Na plateia, também viu Rosita Nunha, o seu
ídolo do ballet.
E quando começou a música, ela fechou os olhos
e bailou, bailou e bailou.
Foi perfeito!
Passado alguns dias, ela recebeu uma carta.
Abriu-a ansiosa. Nem queria acreditar, tinha sido aprovada. Ia entrar na
academia.
No final do ano, foi escolhida para ser a
bailarina principal do bailado “O Quebra-Nozes” e o melhor de tudo é que dançou
com a Rosita.
E o sonho cumpriu-se, no fim do espetáculo, o
público aplaudia com entusiasmo. Elisa recebeu rosas e muito carinho.
Era feliz!
Moral: a cada má ação,
uma maldição e a cada boa ação, uma bênção.
Beatriz Toureiro
Barbito de Almeida, 4.º A, EB1 de Moita
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