No dia 12 de outubro, as turmas de 6.º ano da Escola Básica de Vilarinho do
Bairro deslocaram-se à Biblioteca Municipal de Anadia para assistirem a uma
palestra/exposição sobre "A Guerra Colonial".
Inserindo-se este tema no programa da disciplina de História e Geografia de
Portugal, e sendo manifesta a falta de conhecimento dos nossos jovens sobre uma
guerra que afetou o nosso país entre 1961 e 1974, esta palestra, gentilmente realizada
pelos ex-combatentes, Joaquim Gaspar, José Girão e Mário Santos, revestiu-se de
muita importância.
Com um
interesse atento e civilizado, os nossos alunos ficaram a saber que o
período de confrontos entre as Forças Armadas Portuguesas e as forças
organizadas pelos movimentos de libertação das antigas províncias
ultramarinas de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique,
causou inúmeros mortos e amputados.
Os
soldados vítimas da guerra tornaram-se uma das faces mais visíveis das
consequências do conflito. Os hospitais militares eram um refúgio e um depósito
onde a sociedade mantinha longe da vista os corpos amputados. Muitos ficaram na
miséria, sem direito a assistência médica ou quaisquer regalias sociais.
No sentido de apoiar estes ex-combatentes e valorizar a sua participação na
defesa de uma ideologia, foi criada a ADFA (Associação dos Deficientes das
Forças Armadas) que teve como primeiro ato a apresentação de um conjunto
de princípios reivindicativos, que possibilitavam a prestação de serviços de
apoio aos associados, desde os processos burocráticos e administrativos, aos
cuidados de saúde, reabilitação física e integração social. Esta associação
conta com mais de 13 500 associados e continua a ser uma fundamental base de
apoio para os ex-combatentes e família.
Finalizada a
palestra, os alunos puderam colocar as suas dúvidas, que foram simpaticamente
esclarecidas pelos palestrantes, seguindo-se a visita à exposição, onde os
jovens apreciaram imagens comprovativas do que ouviram.
Agradecemos a
disponibilidade e a simpatia dos representantes da ADFA, memória viva do que
aconteceu e crucial para os que querem saber.
Margarida Moura (Professora de Português na EBVB)
Nota:
Embora com muito atraso, não deixamos de publicar esta reportagem.
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