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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Vida dura e cruel!


Um sonho! Um sonho no qual me sentia como uma pessoa necessitada.
Estava eu precisamente numa das cidades mais luxuosas do Mundo, Paris. Encontrava-me assim junto a um café de mão estendida a pedir esmola, depois de um dia de trabalho bastante difícil, sem ter sido remunerado. Do lado de lá da estrada, estava uma padaria portuguesa e eu decidi ir até lá. Comecei a olhar através da montra e a questionar-me a mim próprio: “Porque é que eu tenho de viver nestas miseráveis condições? Porquê?!”.
Eu sei que, para uma pessoa ser feliz, não precisa de ter grandes regalias, ter uma enorme casa e um luxuoso carro, mas sim conseguir escrever, ler, falar, ouvir e sobretudo, andar. Ora, momentos depois, virei costas e deparei-me com uma situação muito constrangedora: duas pessoas, por sinal bem vestidas, a discutirem por causa de um par de sapatos, enquanto eu tinha a minha roupa toda esburacada. Ao olhar para essa situação, decidi aproximar-me para separar os indivíduos que já lutavam entre si e, aos berros, exclamei: “Olhem para mim! Olhem para a minha vida! Sou um mendigo. Quando era pequeno, pensei que nada disto me ia afetar, agora olhem para mim! Trabalho para colocar comida na mesa para os meus filhos, para lhes dar roupa para se vestirem e dar-lhes educação, mas hoje trabalhei o dia inteiro e não me pagaram pelo que fiz!” De repente, acordo e, claro, nada disto tinha realmente acontecido e cá estou eu na minha cama. Afinal, tinha sido apenas um sonho, mas tenho a nítida consciência de que, infelizmente, para muitas pessoas, nestes tempos de crise em que nos encontramos, a situação vivida por mim no sonho corresponde à sua dura e cruel realidade.

David Cruz, 9º D

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