Eis que chega ao cais uma
figura acompanhada por um pobre companheiro e diz:
Titler – Bom dia!
Diabo – Ih! Ih! Bom dia, Dadolf!
Titler – Já vi que tens bastantes
homens em tua barca, e eu trago aqui um belo companheiro, um emplastro que não
me serve de nada…
Diabo – Tenho sim, e tu quererás ser
mais um? Certo?!
Titler – Apenas se me disserdes para
onde vai tal barca …
Diabo – Para o Inferno, o forno das
almas, é claro!
Titler – Ha! Ha! Há! E achas que eu
mereço pertencer a tal sítio? Pois estás enganado!
Diabo – Eu estou enganado?! Hahah!
Então, diz-me porquê? Pois o único que não pertence aqui é o teu acompanhante,
este pobre judeu.
Titler – Um porquê? Se fosse apenas
um… sempre fiz o bem, tudo o que fiz na terra foi para o bem do meu povo
Diabo – Para o bem?! Não será antes
para o mal? Mataste, prendeste e maltrataste inocentes, como se nada mais
existisse e dizes-me tu que foi para o bem?!!!
Ah! Ah! Tu pertences aqui, Dadolf!
Titler – Ó Diabos me mordam! Vou mas é
procurar outra barca, pois já estou pesado de te ouvir!
Então, Dadolf Titler caminha para a barca do Paraíso, à
procura do Anjo e diz:
Titler – Alô! Quem aqui está?! Olá!
Olá! Olá!
Anjo – Que fazeis tu aqui?
Titler – Venho procurar a minha
salvação, pois pecados não tenho!
Anjo – Pecados o quê?! Não tens? Ah!
Ah! Pecados, os homicídios, melhor até! Genocídios, a ganância, a exploração, a
avareza, a maldade, a tirania, o desprezo pelos demais, o preconceito, a
injustiça, o materialismo, tudo são coisas que te pertencem, pois passaste a
vida a praticá-los.
Titler – Não podes insultar dessa
maneira tal pessoa que eu sou.
Dever
ter mania de boi. (aparte)
Olha
que te cresçam pernas de sapo e chifres de cabras, pois em vida sempre fui
respeitado.
Anjo – Aos teus insultos não
respondo, apenas fico com o teu pobre judeu, que bem foi diferente de ti e
tanto sofreu em tuas mãos!
Titler nada agradado com a situação, sente-se forçado a
regressar à barca do Inferno …
Titler – Ó da barca, não partireis sem
mim, pois não há razão para continuar à espera d’outra.
Diabo – Ih! Ih! Ih! Sim, sim, pões
aqui só um pé, que a tua alma já se foi …
Maiara Melo e Sofia Afonso, 9º C
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