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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Dia Internacional da Língua Materna


Hoje celebra-se o Dia Internacional da Língua Materna instituído pela UNESCO. O texto que publicamos, escrito pela nossa querida aluna Matilde, não nos fala sobre o assunto. É antes um grito de alerta sobre um problema bem atual que mina a nossa sociedade e que todos os dias, como ela diz, prolifera sem que que alguém possa ou queira fazer algo.
Felizmente vamos encontrando algumas pessoas solidárias. Matilde uma mensagem para ti: não baixes os braços: a esperança não pode morrer!


Graça Matos, O Ciclista


Ninguém nos ouve!



Num dia de outubro de 2011, decidi criar uma campanha contra a fome e outra campanha para doação de roupas de todos os géneros e feitios, ou seja, duas campanhas solidárias contra a crise.
Eu e a minha equipa criámos, ajudámos, apoiámos. Tudo! Fizemos o nosso melhor! Até brinquedos quisemos vender como aquelas campanhas da UNICEF, nas quais as pessoas ou dão cinco euros ou dão o que quiserem. Mas infelizmente nada do que pensámos levar a cabo resultou, pois a crise é de tal maneira enorme que afeta toda a gente. E como tal, não houve ninguém que oferecesse ou acabasse por comprar algo, porque não tinham a possibilidade de ajudar. Mas, mesmo assim, as pessoas que passavam por nós diziam:
- Eu dava, mas infelizmente não posso …
Entretanto, a necessidade era cada vez mais e nós próprios não podíamos fazer mais nada. Até que, um dia, um grupo de pessoas veio pedir-nos auxílio para a organização de uma grande manifestação. A minha equipa e eu, como é óbvio, prontificámo-nos logo para ajudar. Tinham-nos pedido para levar cartazes, megafones, a nossa dignidade e o nosso respeito. Não desistimos do nosso objetivo, ninguém nos punha abaixo.
Ao longo da tarde, ouviam-se frases como:
- Estamos em crise! Ninguém faz nada a não ser lançarem-nos para o caminho da amargura, da miséria!
E mais:
- Pr'à rua! Pr'à rua! A luta continua!
Lutámos imenso, mas infelizmente não nos valeu de nada, pois no dia seguinte, vendo como o país estava, ainda nos aumentaram mais os impostos bem como o preço da alimentação e dos combustíveis. Não podíamos fazer mais nada, ninguém no governo nos dava ouvidos, ninguém! Até que desistimos. E a situação continuou a agravar com o passar do tempo.

Matilde, 8º C

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