Prócrates
Com uma saca cheia de dinheiro, Prócrates
chega ao Arrais do Inferno, dizendo:
Prócrates - Hou da barca.! Houlá!
Diabo - Ó Dr. Prócrates, que má
hora venhais.
Prócrates - Pera onde caminhais?
Diabo - Pera onde tu hás de ir.
Prócrates - Havemos logo de
partir?
Diabo - E onde queres tu ir?
Prócrates -Pera onde é a passagem?
Diabo - Pera o inferno ardente,
entrai, entrai.
Prócrates - Pois digo-te que não
quero! Eu cá vou pera o Paraíso.
Prócrates vai-se à Barca do Paraíso, e diz:
- Houlá. Hou da Barca. Houlá Houlá.
Anjo -Que quereis?
Prócrates - O paraíso a que tanto
tenho direito.
Anjo - Aqui não entrais.
Prócrates - Tenho dinheiro
suficiente p’ra pagar a passagem!
Anjo - O que roubaste ao teu povo,
sem nunca o repores?
Prócrates – Eu?! Ousai vós dizer tal
blasfémia?! Como é possível?!
Anjo – Sabeis bem que eu jamais
minto. Sóis vós que o fazeis.
Prócrates – Sim, confesso, roubei.
Mas, vá lá, deixai-me agora entrar.
Anjo – Já vos disse. Aqui não
entrais vós. Ide lá p’rà Barca do Diabo, que é lá o vosso lugar.
Prócrates - Mas eu confessei-me.
Anjo - Não entrais aqui, ide
pera a barca a que pertenceis, de quem tanto pecado fez em vida.
Prócrates torna à Barca do Inferno, dizendo:
- Houlá,
afinal aqui entrarei. Na outra barca,
não há classe.
Diabo - Ora entrai, aqui não
te arrependerás.
Entrando Prócrates no batel:
- Ai,!Ai! Que cousa ardente, que saudades da minha
bela vida e de tudo o que nela fiz!
Adriana Matos, nº 1, 9º C
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