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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

A discriminação

Era uma vez um passarinho que era discriminado por todos os outros que viviam no jardim da Raquel.

Este passarinho era uma bela alvéola com maravilhosas penas brancas e pretas.

Sempre que a alvéola cantava, os animais do jardim ficavam de boca aberta e não era de fome, era de admiração!

A tartaruga Matilde assistia a tudo com a sua velha amiga lagartixa, enquanto esperavam para ouvir o belo chilrear da alvéola.

Todos os dias, a menina que vivia naquela casa colocava as migalhas na rua para observar a reação dos passarinhos. A alvéola ia de fininho para comer sem que a incomodassem, mas logo depois aparecia um bando de pardais que a espantava.

Com fome, a alvéola ia para o seu ninho desiludida.

Um belo dia, a dona de casa foi à oliveira pendurar um comedouro que a sua filha fez para um trabalho da escola.

A lagartixa e a tartaruga viram, foram ter ao ninho da alvéola e disseram:

 – Oh, que bonito! A dona de casa pendurou ali um comedouro. Tu vais comer a comida do comedouro enquanto eu e a tartaruga ficamos de vigia para os pardais não te espantarem.

Na manhã seguinte, quando gato do vizinho apareceu e viu um bando de pardais, pensou logo: “Humm, aqui está um belo almoço.”

Entretanto, o gato saltou para cima dos pardais e comeu-os todos de uma só dentada, mas houve um que escapou.

Muito assustado, pediu rapidamente à lagartixa e à tartaruga para falarem com a alvéola.

A tartaruga e a lagartixa, de vigia ao comedouro, disseram:

- Aqui está a bela e encantadora alvéola!

O pardal, assustado, contou o sucedido e pediu:

 – Alvéola, podes cantar a tua melodia de encantar para ajudar a salvar os meus amigos?

A alvéola disse:

 - Está bem, eu posso, mas com uma condição.

- Qual é? - Perguntou o pardal.

- Na condição de me dizeres por que não me deixas comer convosco.

O pardal ficou muito envergonhado porque sabia que não tinha boas atitudes quando fazia isso!

Então, puseram o plano em ação.

A lagartixa fez cócegas ao gato, a tartaruga Matilde passou uma rasteira e a alvéola cantou.

O gato, surpreso, abriu a boca de espanto e admiração. O bando incompleto saiu da barriga do gato, que fugiu assustado.

Quando o bando agradeceu ao pássaro que escapou, ele respondeu:

 - Na verdade, quem vos salvou foram a tartaruga, a lagartixa e a alvéola.

A alvéola disse:

 - Pardal, eu já cumpri a minha parte, agora é a tua vez de dizeres por que não gostas de mim.

O pardal respondeu:

 - Eu tenho inveja de te ouvir cantar. Já tentei ser tão bom como tu, mas não consegui…

A alvéola retorquiu, admirada:

- Se quiseres, eu posso ensinar-te a ti e ao teu bando a cantar como eu.

Assim, a partir daquele dia, andavam o bando e a alvéola a cantar pelos céus fora e a comer no jardim, enquanto a tartaruga e a lagartixa apanhavam banhos de sol, ao som da melodia dos novos amigos.

Raquel Veríssimo dos Santos, 3.º ano | EB1 de Vila Nova de Monsarros

Parabéns, Raquel, pelo 1.º lugar alcançado!

 

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Na primavera

Era uma vez uma menina que gostava de todas as estações do ano, mas havia uma que ela achava especial. Essa estação era a primavera.

Ela adorava a primavera, porque podia ver, por todo o lado, as mais variadas e bonitas flores. Também alguns animais, como os esquilos, andavam por toda a parte.

Num belo dia de primavera, a menina não podia ir brincar fora de casa na sua quinta, porque a mãe a mandou fazer muitas tarefas. Quer dizer, não eram assim tantas e ela até gostava de ajudar a mãe. No entanto, nesse dia, ficou triste, porque o que lhe apetecia mesmo era brincar com os seus animais, principalmente com o seu cão Rafa. Então teve uma ideia: pedir ao irmão que a ajudasse.

O seu irmão não a queria ajudar, por isso, ela disse-lhe:

- Tens a certeza de que não queres?

- Sim, tenho! – disse o irmão já meio zangado com ela.

- Ok. Então, se não queres ajudar-me nas tarefas, também não queres que te dê um chocolate ou um chupa-chupa!?- disse a menina fingindo não se importar de fazer tudo sozinha.

- Espera, eu ajudo-te, mas só porque imploraste muito! – disse o irmão, muito depressa.

Mais tarde, quando já tinham terminado todas as tarefas, ela deu-lhe o que ele queria. Depois, foi brincar com o Rafa.

A partir desse dia, o irmão começou a ajudá-la mais e, em troca, brincavam juntos. A mãe, ao ver como os seus dois filhos se tinham tornado tão amigos, começou a diminuir a lista das tarefas para eles poderem brincar juntos ainda mais.

Marta Mendes Gonçalves, 4.º B | E.B. Vilarinho do Bairro

terça-feira, 28 de setembro de 2021

A Amizade

Dália era, não uma flor, mas uma menina muito bonita, que vivia numa bonita casa, rodeada de campos verdejantes e um bonito jardim.

Especialmente na Primavera, Dália acordava com o chilrear dos passarinhos e sem dar por isso acompanhava-os no seu cantar enquanto se preparava para começar o seu dia.

Certa manhã, ao abrir a janela do seu quarto, um sol radioso convidou-a a ir até ao jardim.

Após tomar o seu pequeno-almoço, cantando e dançando, começou a conversar com as bonitas flores como se ela própria fosse uma flor.

Vê um malmequer amarelo e debruçando-se sobre ele diz:

- Bom dia, lindo malmequer!

- Malmequer que te quer bem.

- Vou ver se é verdade. E, pegando nele, começa a puxar cada uma das suas pétalas e a cantarolar:

“Malmequer, bem me quer

Tudo, pouco, muito ou nada

 Malmequer, bem me quer

 És a minha flor amada…”

-Não me machuques! Se me arrancas todas as pétalas vou ficar despido.     Quem olha para mim, assim tão feio?

- Desculpa, tens razão, mas estava tão entusiasmada que não dei conta. Apenas pensei em mim, pois queria saber se eras meu amigo.

- Olha! Como está um dia maravilhoso vou dar um passeio pelo campo apreciando a bela natureza que nos rodeia. Queres vir comigo?

- Sim, gostava muito, mas não consigo sair daqui.

- Eu vou ajudar-te.

Mas, eis que o malmequer dá um grito ao ver uma joaninha que tenta levantar voo.

- Gosto tanto de viajar, mas está a ser difícil.

 Dália, mais uma vez, começa a cantarolar:

 “Joaninha voa, voa

Que o teu pai está em Anadia

Vai depressa e volta logo

Antes que acabe o dia.”

E conforme canta, vai soprando e a joaninha bate as asas e parte.

Vermelha como a cor do coração e do amor, uma papoila aproveita e pede ajuda para se deslocar. Dália aconselha-a a ficar porque pode morrer.

Uma zínia que permitia que um zangão lhe tirasse o pólen das suas pétalas vai rindo por sentir que este lhe faz cócegas.

Mais adiante, entre as ervas verdes do campo vê um coelhito que salta dum lado para o outro brincando sozinho. Ela para, para não o assustar, e, muito atenta, percebe que surgem outros, naturalmente seus irmãos que com ele brincam. Passados alguns minutos, desaparecem, pois naturalmente regressam à sua toca.

De repente, ouve-se um grito. Olha à sua volta e nada vê a não ser grandes árvores, com grandes copas, que fazem muita sombra. A menina aproxima-se e surpresa vê uma linda borboleta chorosa.

- Por que choras?

- Porque as minhas asas se partiram.

Dália olha à sua volta e, ao ver tantas flores de variadas cores, pede-lhes ajuda.

Muito solidárias pensam na forma de resolver o problema da borboleta.

Mas como transportar para as suas asas todas aquelas lindas cores?

Eis que uma violeta tem uma brilhante ideia!

- Vou chamar um zangão para nos ajudar.

Como ele se sente muito agradecido por todo o pólen que estas lhe dão, prontifica-se a ajudá-las.

Como suga o pólen de várias cores, ao atirá-lo juntamente com a seiva das árvores vai ficando colado nas asas.

- Ah! Que bonita!

- E que lindas cores!

- Parece um arco-íris!

E esta, feliz com os elogios das flores amigas, começa a voar e a pousar em cada uma delas como que a agradecer-lhes.

Nunca mais se sentiu triste pois as suas asas transmitem liberdade e alegria a quem a olha. Também sente que a amizade é o melhor caminho para a felicidade.

É curioso que, a partir desse dia, Dália sente essa felicidade e essa liberdade. Quando chega ao seu jardim sente em cada uma das flores, das borboletas, dos passarinhos, um AMIGO.

Nunca se sente sozinha.

Quando está triste conversa com elas e logo fica alegre.

Quando precisa dum conselho fala alto no jardim e parece que ouve a resposta; talvez pela tranquilidade de todas as flores.

Quando não tem com quem brincar, brinca com elas ao faz de conta.

Afinal, é tão simples sermos felizes se soubermos apreciar toda a beleza da Natureza que nos rodeia!

Matilde Bento Moreira, 3.º C | Centro Escolar de Sangalhos

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

À noite na serra!!!

Num fim de tarde de verão, uma criança divertida e muito corajosa, chamada Mariana, foi dar um passeio na floresta com o seu pai. Ela gostava muito de passear com ele. Dizia que o pai era muito inteligente e atencioso porque lhe explicava as coisas da natureza, como o nome das árvores, dos pássaros, etc.

Entraram na linda floresta verde e andaram até ao lago, onde encontraram vários patos, cisnes e passarinhos a cantarolar. Um desses passarinhos veio pousar no seu ombro. Parecia que lhe estava a dizer um segredo. Ficaram sentados um pouco a ver a floresta e depois decidiram voltar a caminhar. Já estava de noite e tinham de ir para casa, mas a Mariana continuava a olhar para tudo.

Numa das suas paragens para olhar a floresta, ficou para trás e o pai não deu conta que ela não estava com ele. A Mariana tinha ficado perdida na floresta, quando se distraiu com o passarinho muito bonito que ia atrás dela. Ela chorou pela primeira vez e gritou pelo pai, mas ele não respondeu. A Mariana ficou perdida e deixou passar o choro. Começou a andar para encontrar uma árvore que a tapasse do vento e do frio para aí ficar a dormir. Começou a ficar assustada porque havia muito barulho, as árvores rangiam, parecia o barulho de portas a abrir! Mas, cansada, acabou por adormecer.

À meia noite, a Mariana acordou e parecia que alguém estava a falar com ela. Era o pássaro que dizia:                                                       

— Olá, vim ver se estavas bem…

Mariana ficou admirada de estar a ouvir o passarinho falar, mas, como estava tão triste e meia a dormir, respondeu:

— Estou com muito frio e com saudades dos meus pais. Como consegues falar?

— Isso é segredo.... Quero dizer-te que tenho estado a ouvir muito barulho e luzes na floresta. Não tarda, alguém te encontra!

O pássaro sentiu pena da Mariana. Foi embora e lembrou-se de que a podia ajudar. Chamou os seus amigos. A família das árvores, para a proteger do vento, dez coelhinhos para a aquecer e mais de cinquenta pirilampos para iluminar o sítio onde ela estava. Eles chegaram e disseram:

— Estamos aqui para te animar.

— Passarinho, quem são estes? — perguntou Mariana.

— São os meus amigos da floresta. Estamos sempre aqui para ajudar quem precisa.

Entretanto, ouviam-se pessoas a falar e cães a ladrar, cada vez mais alto.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  Os animais e Mariana ficaram assustados, mas seguiram os barulhos. Depois de andarem durante vinte minutos, viram à sua frente muitas pessoas. E Mariana disse:

— Parem! Eu estou aqui.

— Mariana! Estás aqui! Estávamos tão preocupados! — disseram em coro. Ficaram todos contentes e agradecidos àqueles animais.

O pai dela agradeceu-lhes.

— Muito obrigado por cuidarem da minha filha quando estava perdida.

Mariana disse aos seus novos amigos:

— Amigos, obrigado! Adorei conhecer-vos a todos. Esperem! Prometo que vos venho visitar sempre que possível.

— Obrigado, Mariana. — responderam os animais.

Os pais da Mariana acharam muito estranho ela falar com os animais, mas gostaram muito que ela tivesse encontrado amigos. Foram para casa e Mariana foi todo o caminho a contar a sua aventura.

Esta foi uma aventura que terminou bem.

Martina Maurício Heleno | EB1 de Vila Nova de Monsarros

 

domingo, 26 de setembro de 2021

A Sereia e o Peixe

 Era um lindo dia na ilha encantada, o mar estava calmo e, numa rocha, estava sentada uma sereia que parecia aborrecida. De repente, apareceu um peixe que viu que ela não estava bem e perguntou-lhe:

- Olá, eu sou o Bruno, e tu como te chamas?

- Sou a Mariana. – respondeu.

- Estás triste? Porquê? – perguntou-lhe, preocupado.

Ela contou-lhe que não brincava com ninguém há muito tempo e que as irmãs eram mais velhas, por isso, não gostavam de brincar com ela.

O Bruno pensou logo numa maneira de a alegrar.

- A partir de hoje, se quiseres, venho brincar contigo todos os dias e podemos ir explorar a ilha. Assim, não te sentirás sozinha.

Ela ficou muito feliz. E todos os dias se encontravam à mesma hora para brincar.

Exploraram a ilha de uma ponta à outra. Descobriram tesouros de navios naufragados e conheceram outras espécies de peixes. A sereia sentia-se muito feliz porque tinha alguém com quem brincar e conversar.

Num desses dias, o peixe perguntou à sereia se ela conhecia a gruta misteriosa, que ficava na outra ilha. Ela respondeu que sim, mas nunca tinha lá ido, porque tinha medo de ir sozinha. Então, decidiram, no dia seguinte, ir explorar a gruta.

De manhã, como combinado, o Bruno veio ter com a Mariana e foram em busca de novas aventuras.  Durante a viagem, contaram um ao outro sonhos e segredos.   

Chegaram à gruta misteriosa, com algum receio, nadaram até dentro dela e repararam que numa das rochas estava escrito “Pede um desejo e ele realiza-se!”.

A sereia, muito entusiasmada, perguntou ao Bruno:

- E se pedíssemos um desejo?

- Sim! Pede tu primeiro e depois peço eu! – respondeu ele.

Então, a Mariana pediu o seu desejo e transformou-se logo, numa menina.

O Bruno ficou surpreendido com aquela linda menina, e pediu o seu desejo, transformando-se, também ele, num menino.

Ambos ficaram muito felizes com o que lhes aconteceu e, juntos, foram viver novas aventuras.

Algum tempo depois, apaixonaram-se e viveram felizes para sempre!

Pós de perlimpimpim a história chegou ao fim!

Daniela Sofia Rodrigues Gaudêncio, 3.º ano | EB1 de Moita

             

sábado, 25 de setembro de 2021

O dom da princesa

Há muito tempo atrás, havia um rei e uma rainha que tiveram uma bonita princesa, a quem deram o nome de Sofia.

O rei e a rainha convidaram uma fada para dar um dom especial à princesa Sofia.

A fada aceitou o convite e apareceu no castelo. Ela conheceu a princesa e ficou encantada com a sua beleza. O seu cabelo loiro, olhos azuis, lábios rosados e perfeitos faziam dela a princesa mais bela que a fada já tinha visto.

-Com uma beleza assim, todos se devem curvar perante a princesa Sofia - disse a fada.

E foi assim que a fada escolheu o dom para dar à princesa:

-Fadai, fadai, este dom vai ser muito especial! Quando andares pelas ruas do palácio, toda a gente vai olhar para ti e vai curvar-se perante a tua beleza.

A rainha, ao ouvir o dom dado à sua princesa, sorriu.

O tempo foi passando, a princesa foi crescendo e a sua beleza também ia aumentando. Ela gostava de brincar nos jardins do palácio, mas brincava sozinha, porque não tinha ninguém para lhe fazer companhia. Apenas a mãe brincava com ela.

Os empregados do palácio curvavam-se sempre que ela passava. E eram as únicas pessoas que ela via, para além dos seus pais.

Ela gostava muito de poder sair do palácio e descobrir outras coisas, principalmente conhecer alguém que tivesse a sua idade.

Um dia, quando já tinha seis anos, finalmente saiu à rua com a sua mãe, a rainha. Conforme ela ia andando toda a gente se curvava perante ela.

Ela ficou admirada porque todos se curvavam quando ela passava.

-Mãe, porque é que todos se curvam perante mim? – perguntou a princesa Sofia.

-Foi o dom que a fada te deu quando tu nasceste. – respondeu a mãe.

A princesa estava muito feliz por toda a gente a conhecer e se curvar perante ela.

A partir daí, a princesa pediu à mãe para sair mais vezes do palácio. Ela gostava de ver o que as pessoas faziam, ver outras crianças como ela. Gostava de poder falar com elas, mas sempre que se aproximava, todos se curvavam, grandes e pequenos.

A princesa às vezes ficava um pouco cansada de ter este dom, porque não conseguia falar com ninguém, nem arranjar nenhuma amiga que era o seu maior desejo.

Um dia em que andava a passear pelas ruas do reino, reparou numa menina pobre que não se curvou.

A princesa chegou até ela e perguntou:

-O que se passa? Por que não te curvaste?

- Eu sou nova aqui e o feitiço de todos os habitantes do reino se curvarem perante ti não foi lançado em mim. Na verdade, eu só vim… eu só vim buscar comida para a minha aldeia. – respondeu a menina num tom tímido e triste.

-A sério? Não te preocupes, eu vou pedir ao meu pai, o rei, para vocês virem morar para o nosso reino e assim poderem ter comida e não passar mais fome. Como te chamas? - perguntou a princesa.

- Chamo-me Camila. – respondeu a menina.

- Camila, queres ser minha amiga? – perguntou a princesa.

- Claro, adoraria! – respondeu a Camila.

Uns meses se passaram e a Princesa Sofia e a Camila ficaram muito amigas, as melhores amigas.

Antes de encontrar a Camila, a princesa estava cada vez mais triste, mas depois voltou a sorrir e a ficar muito mais feliz.

A Camila brincava agora nos jardins do palácio com a princesa Sofia, era muito melhor do que brincar sozinha.

A família da Camila, que agora morava neste reino, nunca mais passou fome e também ficaram amigos do rei e da rainha, pois os reis que viram a sua princesa tão feliz quiseram conhecer a sua família

A princesa Sofia não se tinha esquecido do seu dom e foi visitar a fada que lho tinha dado. Quando a viu, disse-lhe:

- Obrigada por me teres dado este dom! Graças a este dom fiz uma amizade incrível!

- Fico muito contente por ti, princesa. Agora ainda estás mais bonita e ter uma amiga faz-nos mais bonitas e felizes. - disse a fada.

- Sabes, agora eu não preciso mais deste dom, porque já tenho tudo o que quero. Quando quiseres, podes vir ao palácio conhecer a minha amiga. - Convidou a princesa Sofia.

-Obrigada, eu irei. – respondeu a fada.

Todos os dias a princesa Sofia brincava com a sua amiga Camila, falavam e riam muito, eram as melhores amigas.

Quando passeavam pelas ruas do reino a princesa Sofia dizia às pessoas que já não era preciso curvarem-se perante ela, mas, podiam curvar-se perante a sua amiga Camila porque ela lhe ensinara muitas coisas, por exemplo, a ser feliz e a respeitar todas as pessoas.

A princesa Sofia era agora muito mais feliz. Realizara o seu maior sonho:  ter uma amiga!

Cloe Rodrigues, 4.º B | Centro Escolar Arcos

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Um dia no campo

Certo dia, o meu avô prometeu-me que iríamos fazer um passeio no campo, banhado pelo rio Cértima.

Apesar das minhas múltiplas insistências o passeio prometido tardava em realizar-se.

No fim do dia, tinha eu chegado da escola e eis que ouço a sua voz doce a chamar-me:

- Catarina, Catarina! Amanhã vamos dar o passeio prometido.

- Que alegria meu querido avô! Posso levar a minha máquina fotográfica para registar tudo o que é mais importante ver?

- Sim, mas tem atenção ao peso da tua mochila!

- Está descansado.

Nesse momento apareceu, vinda do aido, a minha avó Júlia, que ficou curiosa com a conversa que eu estava a ter com o marido e inquiriu:

-Também posso saber o que estão a combinar?

- São coisas nossas, mas que tu também podes saber e até ajudar-nos. Estamos a planear fazer um passeio, mas falta preparar o lanche atendendo a que vai demorar umas boas horas – indiquei-lhe eu.

- Deixem isso comigo e prometo-vos que não passarão fome. Quero que disfrutem desse dia ao máximo.

- Isso é que é falar mulher! - respondeu com felicidade o meu avô.

A avó Júlia respondeu que tinha muito a fazer em casa e lá se foi para realizar as lides domésticas.

- Então, a que horas partimos amanhã? - perguntei ansiosa.

- Como os dias já são maiores, talvez devêssemos sair mais ao menos às 8:00 horas.

Mal dormi toda a noite, tal era a ansiedade que tinha em percorrer aquela vasta planície e o rio Cértima, que só conhecia de longe quando vislumbrava a água do rio a transbordar e as margens a espraiar-se pelos campos vizinhos, formando um grande lago. Era a época das cheias diziam os agricultores.

No dia seguinte acordei às 7:00 horas da manhã, tomei o pequeno almoço e dirigi-me logo para casa do organizador do passeio, que também já estava preparado e que sorriu quando me aproximei. Vestia um fato de treino azul confortável, umas sapatilhas da mesma tonalidade e um boné. Coloquei na mochila o delicioso repasto que a minha avó tinha preparado com tanto carinho.

- Então senhor Guia, para onde vamos? – disse eu a brincar e pular.

- Já vais ver, vamos começar esta aventura!

Começámos a descer um caminho térreo, muito inclinado que nos levou até um caminho onde passavam os carros puxados por corpulentos bois.

Percorremos algumas dezenas de metros quando, de repente, dei um grito de medo, pois um animal que eu nunca tinha visto pulou à minha frente. Era uma rã, um anfíbio inofensivo.

Tirei da minha mochila a máquina fotográfica e registei a imagem dessa rã que, entretanto, tinha saltado para cima de uma pequena pedra.

Entretanto lá continuámos a nossa viagem que ficará na memória de ambos. Deixámos o caminho principal e embrenhamo-nos num estreito carreiro que nos levou até a umas casas velhas construídas junto ao rio.

- O que é isto avô? - perguntei eu.

- É um moinho que reduz o grão de milho, trigo, centeio ou outros cereais em farinha.

- Conta-me como isso se faz!

- Eu gostaria que fosse o dono do moinho a contar! Espera aqui que eu vou ver se ele está em casa pois, gostava que fosse ele a mostrar-te e a explicar-te como se transforma o cereal em farinha.

Logo de seguida, apareceu o avô com um homem de idade avançada, cabelo grisalho e bem aprumado que vestia umas calças cinzentas e um casaco castanho todo enfarinhado e com ar muito simpático.

- Eu sou o Malgas, mais conhecido por moleiro. Trabalho desde sempre com a minha mulher Maria Moleira – apresentou-se o senhor.

O Malgas disse-nos que iria mostrar o moinho, mas que devíamos ter muita atenção quando colocávamos os pés no estrado do mesmo pois já era muito antigo. Foi para mim uma grande surpresa saber como funcionava este meio tão ancestral movido a água.

As empenas, onde as águas do rio batem, fazem mover um eixo onde, mais acima, estão as pedras de moer, uma fixa e a outra fortemente ligada ao eixo que a água faz rodar. Segundo as explicações do Malgas, o cereal a moer é colocado numa caixa colocada num plano superior ao das pedras que estão muito pouco afastadas. O milho vai caindo para uma fenda e fica a ser esmagado pelas pedras de moer, assemelhando-se a um milagre que transforma o grão do cereal em farinha.

Vi tudo o que quis, mexi no milho e no trigo, meti as mãos na farinha e só compreendi o meu verdadeiro “estado” quando o Malgas me chamou Moleira. Estava completamente enfarinhada, maravilhada com tal atividade.

Como recompensa trouxe um saco com farinha de milho que ajudei a moer para confecionar uma broa no forno a lenha.

Deixámos para trás o ruído do moinho e seguimos por um pequeno carreiro que passava junto ao leito do rio. Vi peixes, uns maiores que outros, muito pequenos que disputavam as migalhas de pão que eu lançava à água, migalhas que haviam crescido do almoço que comemos com voracidade.

Aventurei-me, depois de me descalçar e entrei na água fria do rio, sob a atenção e proteção do meu avô. Pulei de pedra em pedra na esperança de agarrar um dos peixes que nadavam em seu redor, mas nem um consegui agarrar, que desilusão.

- Avô! Avô! Que peixe é aquele que ali anda?

- Não te assustes! É uma cobra da água.

O meu avô foi-me buscar ao meio do rio porque eu fiquei apavorada. Assim que se aproximou a cobra deslocou-se de forma tão veloz que nem me apercebi do seu afastamento. Lembrei-me de imediato do que aprendi sobre este réptil, ovíparo, um animal vertebrado com o corpo coberto de escamas e que me repugna.

De novo no caminho ainda podíamos ir visitar o Cabeço da Mama, um local idílico da região, mas declinei esta visita pois sentia-me exausta. Parámos, sentámo-nos numas pedras a descansar e a ouvir o chilrear dos pássaros que sobrevoavam pelo local. Estava na altura de regressarmos a casa e de finalmente poder partilhar todos os momentos vividos com a restante família.

Foi um dia maravilhoso e memorável, que nunca mais irei esquecer e do qual resulta um enorme sentimento de agradecimento ao meu avô, por me ter permitido vivenciar experiências tão enriquecedoras que irão fazer com que me torne um ser humano mais completo.

Catarina Moreira Maia Novo | Centro Escolar de Sangalhos

                                                                       

 

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Morrer para Viver

 

Morrer!

Morrer, de velhos hábitos, insistentes crenças,

Amor.

Rasgar padrões.

Enterrar saudades, utopias, ilusões.

Em louvor.

Permitamo-nos Morrer!

Almejar tempestades, vendavais.

Agir sem lamentos, sem ais.

Beijar sonhos, raízes e esperanças.

Viver dentro de si mesmo e de lembranças.

Permitamo-nos Morrer!

O fim será só o início.

Permitamo-nos, então Viver!

Lídia Ruivo |Programa Qualifica | Escola Básica e Secundária de Anadia

Parabéns, Lídia, pelo 1.º lugar alcançado!

 

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Vou sozinho…

Vou sozinho, queria não ir

Mas se estou só resta-me continuar.

Já me perguntaram porque não penso em parar

Já o pensei e não consegui corrigir-me

Agora meus passos continuo a dar

Vou sozinho, vou infeliz da vida

Em passeio por minhas lágrimas molhado.

Mas digo que cada ferida já sentida

Deixa minha estrada mais corrigida

Mais direita ao desejo sonhado.

Vou sozinho, mas vou sem olhar para trás.

Aprende que a vida te deixa injustiçado

Que muitos que conheças te deixaram de lado

E poucos retribuem aquilo que tu dás

Vou sozinho, mas vou bem acompanhado.

Daniel Santos Ribeiro, n.º 7, 12.º G

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

1.º dia de Aulas

O Ciclista dá as boas-vindas a todos quantos (re) iniciam hoje a bela jornada do conhecimento.

Desejamos que o regresso ou o início, para todos aqueles que pela primeira vez ingressam no mundo do ensino, o façam com um misto de alegria, certeza e de esperança. Alegria por poder aceder a espaços onde se convive e aprende, certeza pela criação de laços de amizade e de saber que tudo o que aprender perdurará para a vida e, finalmente, esperança de que tudo possa decorrer em perfeita harmonia, com saúde e sucesso.

O Ciclista decidiu terminar com as sábias palavras de Immanuel Kant e Albert Einstein:

“É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade.”

Immanuel Kant

“Jamais considere os seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade invejável para aprender a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do espírito, para o seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade à qual o seu futuro trabalho pertencer.”

Albert Einstein

A Equipa d’ O Ciclista