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quarta-feira, 13 de julho de 2016

O último dia



O meu nome é Rafael, tenho apenas quinze anos e já me acho o maior swagger. Sabes porquê?
Quando fiz catorze anos, comecei a dar-me com os mitras lá da escola, sentia-me nas nuvens. Inicialmente, começou por ser só um cigarro normal, daqueles que o meu pai tinha na gaveta da sala, depois, uma cerveja às escondidas na noite, para dormir mais confiante, pensava eu!
Hoje? Hoje já vendi tudo o que tinha e encontrei este pedaço de papel e a caneta roubei-a de uma papelaria da cidade. Estou sem nada, deixei a minha mãe morrer aos poucos. O meu pai? Anda a conhecer o que já é conhecido para não ter de me encarar.
Estou aqui à espera do meu último cliente de hoje. Entrei no tráfico e com ele veio o vício do consumo.
De noite, de olhos fechados, lembro-me do puto feliz que era. As saudades vêm como se de foguetes se tratassem.
Quero sair deste mundo, mas já não consigo. O Vladimir ameaça-me e cada vez me exige mais. Temo pela minha vida, temo por sair. Quero e sei que posso, mas preciso de ajuda.
Quem quer que esteja a ler estas minhas palavras, ajude-me! Sou, pois, um rapaz que precisa de ser feliz e dar um rumo diferente à minha vida.
 Sei que, com esta minha atitude, vou ajudar mais pessoas a sair e evitar que outras entrem por este caminho sem saída.  

Carla Santos, n.º 5, 10.º H

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