Fiquei presa nas correntes de um medo invisível…presa em casa, longe de tudo e de todos.
É tão difícil suportar esta prisão, que me impede de abraçar aqueles que amo, que não me deixa sair à rua, nem fazer aquilo de que gosto.
Quis respirar a beleza, mas não posso sair daqui…
Fui para a janela:
Da janela da liberdade
Vejo a serra verdejante,
A floresta dança ao longe
Ao som da brisa que passa.
A aldeia surge mais perto,
Mas os vizinhos não aparecem
(Pois estão presos também)
Mas aparecem os pássaros que cantam
E esvoaçam rasgando o céu azul,
Brincando com os raios do Sol
Que aquecem meu coração.
Mais perto, as laranjeiras em flor,
Que ladeiam o meu quintal,
Parecem sorrir para mim…
E aqui, mesmo à beirinha,
está o meu belo jardim: um lago, uma enorme nogueira,
O moinho do meu avô, a catalpa e sua casa,
A relva e as flores e claro… a oliveira, encantam o meu olhar.
A magia do que vejo, fez-me fechar os olhos e sentir-me livre outra vez.
Sem prisões, nem paredes, nem correntes…
Entrego-me a esta janela que vejo de olhos fechados e que me põe a sonhar…
Pois se tenho muros lá fora, o meu coração é livre…
Ninguém o pode amarrar.
Margarida Vieira Cruz, n.º 13, 6.º C, EBSA
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