Escola Diferente

Vivemos tempos difíceis, diferentes.

Saudades que eu tenho das caminhadas pelas ruas, lanches na pastelaria, reuniões com amigos escuteiros.

E o que me faz mais falta é a escola, os encontros com os meus amigos, professores, com a senhora simpática da portaria.

A escola em casa não é a mesma coisa. Andamos numa correria entre a televisão, o computador, a impressora ... Tento chegar sempre a horas para não perder nenhuma matéria. As horas à volta dos TPC’s agora prolongam-se mais do que era habitual.

Mas, mesmo assim, estudar em casa, ter como explicadora a minha mãe, ver os professores no ecrã do telemóvel, tem sido divertido. É um modo de aprendizagem diferente, que nem podia imaginar nos meus sonhos mais loucos há meio ano atrás. Às vezes levanto-me da cama de manhã, em cima da hora da aula, e apresento-me à frente dos meus colegas ainda com a parte de baixo do pijama, das bolinhas aos ursinhos. A minha mãe, a tentar não aparecer na aula, empurra-me o pratinho com a tosta-mista. Logo a seguir, preparamos a nossa sala para a aula de Educação Física. E lá vamos nós correr e pular com vassouras, pacotes de arroz e almofadas. Na hora de almoço, conto ao meu pai as aventuras que vivi de manhã: passeios que fiz, laboratórios que visitei, reis que conheci sem sair do sofá. E depois preparo-me para a tarde de trabalho. O computador passou a ser o meu maior aliado. Trabalho muito e aprendo cada vez mais.

A minha mãe diz que, embora, não esteja fácil para ninguém, nunca devemos desanimar. Conta-me que ainda no século passado, a humanidade passou por privações ainda maiores, coisas cruéis, sofrimento inimaginável. E mesmo nos dias de hoje não é só o Covid-19 que mata. Há países com situações bem mais complicadas, onde o desespero é constante.

Por isso, vou aproveitar o tempo, a companhia da minha mãe, estudar o máximo, tirar o melhor proveito da situação.

Dificuldade – é um professor severo, mas é o caminho da oportunidade.

Vamos todos ficar bem! 

Francisca Zykova Lopes, 5.º Ano, EBSA